Hiperglicemia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em outubro 2023

A hiperglicemia é quando os níveis de açúcar circulante no sangue são maiores do que 125 mg/dL em jejum de pelo menos 8 horas, ou maiores do que 180 mg/dL 2 horas após uma alimentação, o que pode acontecer devido a quantidade insuficiente de insulina circulante no organismo, como no caso da diabetes, ou ser consequência do sedentarismo, obesidade e alimentação inadequada, por exemplo. 

Os sintomas da hiperglicemia podem surgir lentamente, como sede excessiva, dor de cabeça, aumento da frequência urinária ou cansaço excessivo, por exemplo, sendo mais graves, quando os níveis de açúcar no sangue permanecem altos.

Na presença dos sintomas de hiperglicemia, é importante consultar o clínico geral para que seja diagnosticada, identificada sua causa e iniciado o tratamento mais adequado, de forma a evitar complicações como danos nos olhos, nervos, rins, coração e vasos sanguíneos.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de hiperglicemia

Os principais sintomas de hiperglicemia são:

  • Sede excessiva;
  • Fome constante;
  • Vontade frequente para urinar;
  • Urinar em grandes quantidades;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Cansaço excessivo;
  • Sonolência;
  • Visão embaçada;
  • Dor de cabeça;
  • Boca seca;
  • Dor muscular;
  • Coceira na região genital;
  • Disfunção erétil em homens;
  • Infecções vaginais frequentes em mulheres;
  • Sensação de formigamento nas pernas;
  • Dificuldade de cicatrização de feridas;
  • Dificuldade de concentração.

Além disso, a hiperglicemia pode causar cetoacidose diabética, que é uma condição grave caracterizada pelos níveis de açúcar no sangue maiores do que 300mg/dL e aumento da acidez do sangue, dificultando o corpo de realizar as suas funções, e que pode levar ao surgimento de outros sintomas, como náusea, vômito, hálito com cheiro semelhante à maçã podre, dor abdominal, respiração superficial e rápida, confusão mental ou coma.. Entenda melhor o que é cetoacidose diabética e como é feito o tratamento.

No caso de surgirem os sintomas de hiperglicemia, deve-se consultar o médico para que sejam feitos exames diagnósticos e iniciar o tratamento mais adequado.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da hiperglicemia é feito pelo clínico geral ou endocrinologista através da avaliação dos sintomas e exames de sangue, como exame de glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose (TOTG) e exame da hemoglobina glicada, para analisar a quantidade de açúcar no sangue.

Além disso, o médico pode solicitar outros exames, como hemograma completo, níveis de eletrólitos no sangue, como nitrogênio uréico e creatinina no sangue, além do exame de urina, para avaliar a presença de glicose e cetonas na urina.

A medida dos níveis de açúcar no sangue também podem ser realizados em casa, utilizando o glicosímetro, o que permite monitorar os níveis de glicose no sangue, especialmente para pessoas que têm o diagnóstico confirmado de hiperglicemia. Saiba como usar o glicosímetro corretamente

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Para saber a chance de estar com hiperglicemia, selecione o teste realizado e insira o seu resultado:

Erro
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Possíveis causas

A hiperglicemia é causada por uma produção insuficiente de insulina pelo pâncreas, que é o hormônio relacionado com o controle da glicemia, diminuição da utilização de açúcares circulantes pelas células e aumento da produção de glicose.

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de hiperglicemia e incluem: 

  • Diabetes do tipo 1, em que há deficiência completa na produção de insulina pelo pâncreas;
  • Diabetes do tipo 2, em que a insulina produzida não consegue ser utilizada corretamente pelo organismo;
  • Diabetes gestacional, em que ocorre uma resistência à insulina;
  • Destruição das células do pâncreas, causada por doenças, como pancreatite, hemocromatose, fibrose cística ou câncer no pâncreas;
  • Distúrbios endócrinos, como síndrome de Cushing, feocromocitoma ou acromegalia;
  • Distúrbios ginecológicos, como síndrome dos ovários policísticos;
  • Colesterol alto e/ou pressão alta;
  • Estresse, em que há um aumento da produção de cortisol, resultando em um aumento da resistência à insulina;
  • Obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada;
  • Uso de remédios, como corticóides, fenitoína ou estrogênios.

Além disso, em pessoas que têm a diabetes confirmada, a hiperglicemia pode ocorrer devido à administração de dose errada de insulina ou de antidiabéticos orais, ou até mesmo por erro na aplicação da insulina. Saiba como aplicar insulina corretamente

Como é feito o tratamento

O tratamento da hiperglicemia deve ser orientado pelo clínico geral ou endocrinologista com o objetivo de reduzir e normalizar os níveis de açúcar no sangue, aliviar os sintomas e evitar complicações a longo prazo.

Assim, o médico pode indicar o uso de remédio antidiabéticos orais, como a metformina, glibenclamida ou glimepirida, especialmente para o tratamento da diabetes tipo 2, ou injeção de insulina, para a diabetes tipo 1. Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso da insulina juntamente com outros antidiabéticos orais.

Além disso, o médico deve recomendar mudanças nos hábitos de vida, como fazer uma alimentação balanceada para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, e praticar exercícios físicos, pois ajudam a melhorar a ação da insulina no corpo. 

Assista o vídeo a seguir com dicas de como fazer uma alimentação balanceada para diabetes:

youtube image - Alimentação para DIABÉTICO

Possíveis complicações

A hiperglicemia pode causar complicações quando não tratada ou quando os níveis de açúcar no sangue não são controlados por longos períodos, e incluem:

  • Doenças cardiovasculares, como cardiopatia isquêmica, AVC ou doença vascular periférica;
  • Insuficiência renal ou nefropatia diabética;
  • Danos nos nervos ópticos, que podem levar ao surgimento de retinopatia diabética;
  • Catarata;
  • Síndrome metabólica;
  • Cetoacidose diabética;
  • Danos nos nervos, que podem levar ao surgimento de neuropatia diabética;

Além disso, pessoas com neuropatia diabética podem desenvolver feridas, úlceras e outras lesões nos pés que não doem, e aumentar o risco de infecções na ferida, sendo essa complicação conhecida como pé diabético. Entenda melhor o que é o pé diabético e como é feito o tratamento

Como prevenir

Para regular os níveis de açúcar no sangue e, assim, controlar e evitar a hiperglicemia, é importante adotar hábitos de vida saudáveis e seguir as orientações do médico, como:

  • Praticar atividade física de forma regular, pois dessa forma é possível fazer com que o açúcar seja utilizado como fonte de energia, evitando o acúmulo no sangue;
  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada, orientada pelo nutricionista, sendo recomendado dar preferência a alimentos integrais e vegetais e evitando alimentos ricos em carboidratos ou açúcares;
  • Manter o peso ideal através de exercícios e alimentação adequada, pois assim é possível garantir melhor atividade da insulina e evitar o acúmulo de açúcar no sangue;
  • Tomar os antidiabéticos orais ou a injeção de insulina, conforme orientado pelo médico;
  • Medir regularmente a glicemia, pois assim é possível verificar a concentração de açúcar ao longo do dia e, dessa forma, avaliar a necessidade de ir ao hospital.

Além disso, deve-se seguir rigorosamente as recomendações médicas, realizando os exames solicitados pelo médico, e as medições dos níveis de glicose em casa, com o glicosímetro, para que o médico possa avaliar na consulta e adequar o tratamento, se necessário.

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