Os sintomas de dislexia, que é caracterizada como a dificuldade na escrita, na fala e no soletrar, normalmente são identificados durante o período de alfabetização na infância, quando a criança entra para a escola e demonstra maior dificuldade para aprender.
No entanto, a dislexia também pode acabar só sendo diagnosticada na idade adulta, especialmente quando a criança não frequentou a escola.
Apesar da dislexia não ter cura, existe tratamento para ajudar a pessoa com dislexia a superar, dentro do possível e das suas capacidades, a dificuldade na leitura, escrita e no soletrar.

Principais sintomas na criança
Os primeiros sintomas de dislexia podem surgir logo na primeira infância, incluindo:
- Começar a falar mais tardiamente;
- Atraso no desenvolvimento motor como engatinhar, sentar e andar;
- A criança não entende o que ouve;
- Dificuldade em aprender a andar de triciclo;
- Dificuldade em se adaptar à escola;
- Problemas em dormir;
- A criança pode ser hiperativa ou hipoativa;
- Choro e inquietação ou agitação com frequência.
A partir dos 7 anos de idade, os sintomas de dislexia podem ser:
- A criança demora muito tempo para fazer a lição de casa ou pode fazê-la rapidamente mas com muitos erros;
- Dificuldade em ler e escrever, inventando, acrescentando ou omitindo palavras;
- Dificuldade em compreender textos;
- A criança pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção das letras e sílabas;
- Dificuldade em se concentrar;
- A criança não quer ler, principalmente em voz alta;
- A criança não gosta de ir à escola, ficando com dor de barriga na hora de ir para a escola ou com febre em dias de testes;
- Seguir a linha do texto com os dedos;
- A criança esquece-se facilmente do que aprende e perde-se no espaço e no tempo;
- Confusão entre esquerda e direita, cima e baixo, frente e atrás;
- A criança tem dificuldade para ler as horas, para sequências e em contar, precisando dos dedos;
- A criança não gosta da escola, da leitura, da matemática e da escrita;
- Dificuldade em soletrar;
- Escrita lenta, com letra feia e desordenada.
A criança disléxica também costuma ter dificuldade para andar de bicicleta, abotoar, amarrar o cordão dos sapatos, manter o equilíbrio e fazer exercícios físicos. Além disso, problemas na fala como trocar o R pelo L também ser causados por um distúrbio chamado Dislalia. Entenda melhor o que é a dislalia e como se trata.

Principais sintomas no adulto
Os sintomas de dislexia no adulto, embora possam não estar todos presentes, podem ser:
- Demorar muito tempo a ler um livro;
- Ao ler, saltar os finais das palavras;
- Dificuldade em pensar o que escrever;
- Dificuldade em fazer anotações;
- Dificuldade em seguir o que os outros dizem e com sequências;
- Dificuldade no cálculo mental e na gestão do tempo;
- Renitência em escrever, por exemplo, mensagens;
- Dificuldade em compreender adequadamente o sentido de um texto;
- Necessidade de reler várias vezes o mesmo texto para o compreender;
- Dificuldade na escrita, com erros de trocas de letras e esquecimento ou confusão em relação à pontuação e gramática;
- Confundir instruções ou números de telefone, por exemplo;
- Dificuldade no planejamento, organização e manejo do tempo ou tarefas.
No entanto, geralmente, o indivíduo com dislexia é muito sociável, se comunica bem e é afável, sendo muito amigável.
Substituições comuns de palavras e letras
Muitas crianças com dislexia confundem letras e palavras com outras semelhantes, sendo comum ocorrer inversão de letras durante a escrita, como por exemplo escrever 'me' no lugar de 'em' ou 'd' no lugar de 'b'. No quadro a seguir indicamos mais exemplos:
trocar o 'f' por 't' | trocar o 'w' por 'm' | trocar o 'som' por 'mos' |
trocar o 'd' por 'b' | trocar o 'v' por 'f' | trocar o 'me' por 'em' |
trocar o 'm' por 'n' | trocar o 'sol' por 'los' | trocar o 'n' por 'u' |
Outro fator que deve ser levado em consideração, é que a dislexia tem uma componente familiar, por isso a suspeita aumenta quando um dos pais ou avós já foi diagnosticado com dislexia anteriormente.
Como confirmar o diagnóstico
Para confirmar que a pessoa tem dislexia é preciso realizar testes específicos que devem ser respondidos pelos pais, professores e pessoas próximas da criança. O teste consiste em diversas perguntas sobre o comportamento da criança nos últimos 6 meses e deve ser avaliado por um psicólogo que também dará indicações de como deve ser feito o acompanhamento da criança.
Além de identificar se a criança tem dislexia, pode ser necessário responder a outros questionários para saber se além da dislexia a criança possui alguma outra condição como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, que está presente em quase metade dos casos de dislexia.