A psicose é um sintoma de transtornos mentais em a pessoa perde o contato com a realidade, fazendo com que durante um surto psicótico, os pensamentos e as percepções sejam perturbados, resultando em confusão, alucinações ou delírios e dificuldade de entender o que é real e o que é imaginário, ou seja, a pessoa em estado de psicose não consegue distinguir a realidade da fantasia e, por isso, não sabe situar-se no tempo e no espaço.
A psicose pode ser causada por alterações genéticas, condições psiquiátricas, como esquizofrenia, distúrbio bipolar ou transtornos psicóticos, mas também pode surgir devido ao uso de substâncias ilícitas, traumas no cérebro ou demência, por exemplo.
É importante que a pessoa com comportamento psicótico seja acompanhada por um psicoterapeuta e psiquiatra para que seja possível realizar o tratamento mais adequado, sendo na maioria dos casos recomendado o uso de remédios antipsicóticos e estabilizadores do humor.

Sintomas de psicose
Os principais sintomas de psicose são:
- Delírios;
- Alucinações;
- Ouvir vozes, sendo geralmente descritas como "vozes fora da cabeça";
- Sentir cheiros ou sabores que não estão lá;
- Sensação de que outras pessoas estão controlando seus pensamentos ou ações;
- Ver coisas que não são reais, como estar sendo perseguido ou que alguém ou algo está tentando pegá-lo;
- Ver as coisas, pessoas ou objetos com formatos que não são reais;
- Visão grandiosa e magnífica de si mesmo, mas que não são reais, como ser um Deus ou estar em uma missão especial;
- Delírio erotomaníaco, em que a pessoa acredita que os outros estão apaixonados por ele;
- Ilusões niilistas, em que a pessoa acredita que grandes catástrofes ocorrerão;
- Discurso desorganizado, saltando entre vários temas de conversa ou misturando ou repetindo as palavras ou frases;
- Dificuldade de organizar os pensamentos e de pensar com clareza;
- Comportamento desorganizado, podendo passar períodos muito agitados ou muito lentos;
- Mudanças bruscas de humor ficando muito feliz num momento e depressivo logo a seguir;
- Ter ações sem sentido ou socialmente inadequadas;
- Dificuldade para se relacionar com outras pessoas;
- Confusão mental;
- Agitação;
- Impulsividade;
- Agressividade e autoagressão;
- Catatonia, em que a pessoa fica imóvel ou rígida, com falta de resposta verbal, parecendo estar "congelada";
Além disso, podem surgir sintomas negativos, como falta de expressão ou emoção, desinteresse nos cuidados pessoais e higiene, falta de afeto ou de energia, ou falta de interesse, concentração e prazer em atividades que antes eram prazerosas.
A psicose geralmente aparece em jovens ou adolescentes e pode ser passageira, sendo chamada de perturbação psicótica breve, ou estar relacionada a outras doenças psiquiátricas como transtorno bipolar, Alzheimer, epilepsia, esquizofrenia, ou depressão, sendo comum também em usuários de drogas.
Psicose infantil
Os sintomas da psicose infantil pode ser percebida pelos pais através sinais, como:
- Diminuição do rendimento escolar;
- Irritabilidade ou humor depressivo;
- Perda de interesse ou de motivação;
- Agitação ou agressividade;
- Falar ou rir sem motivo aparente;
- Isolamento social, como não querer brincar com outras crianças;
- Desconfiança de outras pessoas;
- Atraso na fala;
- Movimentos repetitivos ou coordenação motora não compatível com a idade;
- Atraso mental.
É importante consultar o pediatra sempre que surgirem os sintomas da psicose infantil, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da psicose é feito pelo clínico geral ou psiquiatra através da avaliação da linha do tempo dos sintomas, quando iniciaram e sua gravidade, histórico de saúde e de doenças psiquiátricas, utilização de medicamentos, histórico do uso de substâncias ilícitas, histórico social e de traumas emocionais, físicos ou sexuais, e informações obtidas de familiares e amigos.
Além disso, o médico deve fazer uma observação cuidadosa do aspecto da pessoa, aparência física, comportamento, humor, fala, e processamento do pensamento.
Além disso, o médico pode solicitar exames no sangue, como hemograma, painel. metabólico, provas de função hepática e hormônios da tireoide, e exame de urina, para identificar infecções ou uso de drogas, e exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, também podem ser indicados para identificar a causa da psicose.
Possíveis causas
A psicose é causada por um desequilíbrio de substâncias químicas no cérebro, como dopamina, glutamato, ácido gamaminobutírico (GABA) e acetilcolina, que podem contribuir para problemas de pensamento e percepção e surgimento dos sintomas. Além disso, a psicose não tem uma única causa mas diversos fatores relacionados genéticos e ambientais, que entre si podem levar a um surto psicótico.
Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da psicose são:
- Histórico familiar de psicose, especialmente em pais ou irmãos;
- Transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão profunda ou transtornos psicóticos;
- Doenças que afetam o sistema nervoso central, como demência, Alzheimer ou Parkinson;
- Insônia grave, onde a pessoa leva mais de 7 dias sem dormir;
- Uso de substâncias alucinógenas;
- Uso de drogas ilícitas, como cocaína, anfetaminas, LSD ou maconha;
- Uso abusivo de álcool;
- Trauma emocional, físico ou sexual;
- Momento de grande stress;
- Doenças infecciosas, como HIV ou encefalite;
- Deficiência de vitamina B12;
- Doenças endócrinas, como hipotireoidismo, síndrome de Cushing ou tumor na tireoide;
- Intoxicação por metais pesados, como chumbo, mercúrio ou arsênico;
- Síndrome de abstinência alcoólica ou por remédios, como barbitúricos ou benzodiazepínicos.
Além disso, a psicose também pode ser causada por traumas no cérebro, como pancadas, AVC ou tumor cerebral, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento para psicose deve ser direcionado pelo psiquiatra e depende da sua causa e da gravidade dos sintomas, assim, os principais tratamentos que podem ser indicados pelo médico são:
1. Uso de remédios
Os remédios para psicose que são recomendados pelo médico são os antipsicóticos e estabilizadores de humor como risperidona, haloperidol, clozapina, olanzapina ou carbamazepina, por exemplo, que ajudam a controlar as crises de surto psicótico e os sintomas da psicose, como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados.
Além disso, nos casos de sintomas de catatonia, o médico pode recomendar o uso de benzodiazepínicos, como o lorazepam, por exemplo.
No caso de uma psicose no pós-parto o médico também pode prescrever medicamentos e quando a psicose coloca a vida do bebê em risco a mãe pode ser afastada deste, sendo necessário até mesmo o internamento hospitalar. Geralmente após o tratamento os sintomas desaparecem e a mulher volta ao normal, mas existe o risco dela ter uma novo quadro psicótico num outro pós-parto.
2. Internamento hospitalar
Muitas vezes além dos medicamentos é necessário o internamento num hospital psiquiátrico onde podem ser realizados tratamentos com aparelhos elétricos para eletroconvulsoterapia. No entanto, o Ministério de Saúde só aprova esta terapia em situações específicas como risco iminente de suicídio, catatonia ou síndrome neuroléptica maligna, por exemplo.
O internamento pode demorar de 1 a 2 meses até que a pessoa esteja melhor e possa receber alta porque já não é capaz de colocar a sua vida e a dos outros em risco mas para manter a pessoa sob controle o psiquiatra pode ainda manter os medicamentos que poderão ser tomados durante anos.
Além disso, as sessões semanais com o psicólogo ou psiquiatra poderão ser úteis para reorganizar as ideias e se sentir melhor, desde que a pessoa tome os remédios de forma correta.
3. Terapia cognitivo-comportamental
A terapia cognitivo-comportamental tem como objetivo instruir a pessoa e os familiares sobre as manifestações do surto psicótico e desenvolver ferramentas para enfrentar os momentos em que surgem os sintomas, proporcionando um ambiente seguro e terapêutico para a pessoa.
Esse tipo de terapia deve ser feito com orientação do psicólogo para complementar o tratamento com remédios, e também devem incluir técnicas de reabilitação e reintegração da pessoa ao convívio social.