PMMA: o que é, para que serve, como é aplicado e riscos

dezembro 2022
  1. Para que serve
  2. Como é feita a aplicação
  3. Riscos
  4. Contra-indicações

O PMMA, ou polimetilmetacrilato, é uma substância plástica na forma de microesferas que normalmente é indicada para corrigir pequenas deformidades ou a perda da gordura facial em pessoas com HIV, não sendo recomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para tratamentos estéticos.

Esta substância permite uma correção da região da pele afetada de forma permanente, pois não é reabsorvida pelo organismo, como o ácido hialurônico ou o colágeno, por exemplo. 

A aplicação de PMMA deve ser discutida com um médico, pois é um tratamento que possui vários riscos, podendo causar complicações como infecção ou alergia, e não é indicado para utilização em grandes áreas do corpo como glúteos ou pernas, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O PMMA é indicado para corrigir pequenas deformidades ou a perda da gordura facial em pessoas com HIV, não sendo recomendado para fins estéticos, devido ao risco de complicações.

A aplicação de PMMA não deve utilizado em grandes áreas do corpo, como nádegas ou panturrilha, por exemplo, pois é uma substância plástica que, quando usada em grandes quantidades ou de forma mais profunda na pele, pode causar complicações graves, como enrijecimento ou até necrose, que é a morte do tecido da região aplicada.

Como é feita a aplicação de PMMA

O PMMA é aplicado em uma pequena região através de injeções no tecido subcutâneo, em camadas mais profundas da pele, preenchendo o volume e corrigindo pequenas deformidades da pele.

As injeções de PMMA geralmente são formuladas com lidocaína, um tipo de anestésico para reduzir a dor durante a aplicação, e colágeno bovino, uma proteína que é absorvida pela pele em alguns dias após sua aplicação. No entanto o PMMA, não é absorvido pelo corpo, permitindo uma correção das deformidades de forma permanente e duradoura, sendo que os resultados podem ser notados após 1 ou 2 meses do tratamento. 

É recomendado que seja feito um teste cutâneo alérgico ao PMMA, 4 semanas antes do primeiro uso, pois o colágeno bovino na fórmula do PMMA pode causar alergia. 

Possíveis riscos

O PMMA pode causar vermelhidão ou inchaço na pele da região em que foi feita a aplicação, que geralmente melhoram em 24 horas, ou hematomas que desaparecem de 3 a 7 dias após a aplicação. 

No entanto, quando o PMMA é aplicado em grandes quantidades ou injetado nos músculos, pode causar sérios riscos à saúde que incluem:

  • Necrose da pele ou músculos;
  • Reação alérgica grave;
  • Infecção no local da aplicação;
  • Inflamação crônica;
  • Enrijecimento ou deformidade da região;
  • Formação de nódulos na pele;
  • Rejeição pelo organismo.

Além disso, a aplicação de PMMA, pode causar trombose vascular, principalmente quando atinge algum vaso sanguíneo, causando sintomas de falta de ar, dor no peito, dor de cabeça, alterações da visão ou da fala, fraqueza, sonolência ou perda da consciência e pode colocar a vida da pessoa em risco.

É importante procurar ajuda médica imediatamente ou o pronto socorro mais próximo caso exista suspeita de qualquer uma dessas complicações.  

Quem não deve usar

O PMMA não deve ser usado por crianças menores de 18 anos, mulheres grávidas ou em amamentação, por pessoas que realizaram outros tratamentos estéticos nos últimos 6 meses ou por pessoas que estão recebendo terapia de luz ultravioleta. Além disso, o PMMA não deve ser usado para fins estéticos.

A aplicação de PMMA também não é indicada para pessoas que apresentam:

  • Reação alérgica ao teste cutâneo;
  • Histórico de alergias ou reação anafilática;
  • Alergia à lidocaína ou outros anestésicos;
  • Alergia ao colágeno bovino;
  • Tendência à formação de cicatrizes grossas;
  • Feridas ou infecções na pele;
  • Espinhas ou cistos na pele.

Além disso, é importante informar ao médico todos os medicamentos utilizados regularmente pois a aplicação de PMMA também não deve ser feita em pessoas que usam remédios imunossupressores para tratamento de câncer, doença inflamatória intestinal ou artrite reumatóide, ou anti-inflamatórios como ácido acetilsalicílico, ibuprofeno ou diclofenaco, por exemplo, pois podem aumentar o risco de hematomas ou sangramento no local da aplicação

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Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em dezembro de 2022.

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Equipe editorial constituída por médicos e profissionais de saúde de diversas áreas como enfermagem, nutrição, fisioterapia, análises clínicas e farmácia.

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