A polidactilia é uma malformação congênita em que o bebê nasce com mais de 5 dedos na mão ou no pé, podendo ter um ou mais dedos extras, que geralmente são pequenos e mal desenvolvidos, sendo mais comum de surgir um dedo mindinho ou um polegar extra.
Essa condição, também chamada de hiperdactilia ou dedo extranumérico, é causada por alterações genéticas aleatórias ou hereditárias, levando apenas ao surgimento de dedos extras, sendo chamada de polidactilia isolada, ou ainda ser associada a outras condições ou síndrome, como anemia de Fanconi, síndrome de Patau ou trissomia do 21, chamada de polidactilia sindrômica.
A polidactilia pode ser identificada durante a gravidez, através de ultrassom ou testes genéticos, por isso durante a gestação é importante a realização do pré-natal e acompanhamento com o obstetra, sendo que o tratamento depende da localização da polidactilia e, alguns casos, é indicada a cirurgia para retirada do dedo extra.

Sintomas de polidactilia
O principal sintoma da polidactilia é a presença de um ou mais dedos extras na mão ou no pé. Esses dedos extras podem apresentar algumas características, como:
- Dedo extra pequeno, mal desenvolvido e não funcional;
- Dedo extra sem osso, formado somente de pele e tecidos moles;
- Dedo extra com osso, pele e tecidos moles, mas sem articulações;
- Dedo extra totalmente formado, com pele, tecidos moles, ossos e articulações;
- Ausência de dor no dedo extra.
O dedo extra é mais comum de surgir ao lado do dedo mindinho ou do polegar, e embora seja menos comum também pode surgir entre os dedos do meio da mão ou do pé.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico de polidactilia pode ser feito pelo obstetra durante a gravidez através do ultrassom transvaginal na 9ª semana de gravidez, sendo possível visualizar os brotos dos dedos em formação, ou ultrassom morfológico no primeiro 1º trimestre, entre as semanas 11 e 13, da gestação, através do acompanhamento o pré-natal.
No caso de ser detectado um ou mais dedos extras, o médico deve fazer uma avaliação por ultrassom completa, obtendo imagens do coração, sistema nervoso e dos membros, além da translucência nucal, de forma a identificar doenças genéticas, como anemia de Fanconi, trissomia 13, trissomia 21, ou síndrome de Meckel-Gruber, por exemplo.
Além disso, o médico também deve avaliar o histórico familiar de polidactilia e outras síndromes, e a realização de testes genéticos. No caso da polidactilia isolada, o obstetra deve fazer um acompanhamento entre a 17ª e 34ª semanas da gestação, através do ultrassom com perfil biométrico.
Após o bebê nascer, geralmente, não são necessários exames para diagnosticar a polidactilia, pois é uma alteração visível, no entanto, o pediatra poderá solicitar um raio X para verificar se os dedos extras estão ligados aos outros dedos normais pelos ossos ou nervos. Além disso, caso seja indicada cirurgia de retirada do dedo a mais, o médico poderá solicitar outros exames de imagem e de sangue.
Possíveis causas
A polidactilia é causada por alterações genéticas que podem ocorrer sem nenhuma causa aparente. No entanto, alguns defeitos nos genes podem ser hereditários, sendo transmitidos de pais para filhos, e por isso, é comum ocorrer polidactilia em várias pessoas da mesma família. Além disso, a presença de síndromes genéticas podem estar relacionadas ao aparecimento de dedos extras.
As principais causas da polidactilia são:
- Alterações genéticas aleatórias durante a gravidez;
- Histórico familiar de polidactilia;
- Anemia de Fanconi;
- Síndrome de Ellis-van Creveld;
- Síndrome de Down;
- Síndrome de Patau;
- Síndrome de Greig;
- Síndrome de Bardet-Bied
Além disso, a polidactilia pode surgir devido a síndrome ou alteração de VACTERL, caracterizada por um conjunto de malformações congênitas, como defeitos vertebrais, cardíacos e dos membros, fístula traqueoesofágica e abertura do ânus ausente, bloqueada ou no local incorreto.
Durante o desenvolvimento do bebê, a formação das mãos acontecem até à sexta ou sétima semana de gestação e se, durante essa fase, se acontecer alguma alteração, esse processo de formação pode ser prejudicado, levando ao surgimento de dedos a mais na mão ou no pé.
Que tipo de herança é a polidactilia?
A polidactilia causada por alterações genéticas hereditárias, é um tipo de herança autossômica dominante, o que significa que o bebê herda um gene normal e um gene defeituoso, sendo que o gene alterado domina sobre o gene normal, fazendo com que a polidactilia se desenvolva.
Tipos de polidactilia
Existem dois tipos de polidactilia como a isolada, que ocorre quando a modificação genética altera apenas a quantidade de dedos nas mãos ou nos pés, e a polidactilia sindrômica que acontece em pessoas que têm síndromes genéticas.
A polidactilia isolada é classificada em três tipos:
- Pré-axial: acontece quando nasce um ou mais dedos do lado do polegar do pé ou da mão;
- Central: consiste no crescimento de dedos extras no meio da mão ou do pé, porém é um tipo muito raro;
- Pós-axial: é o tipo mais comum, ocorre quando o dedo a mais nasce ao lado do dedo mindinho, da mão ou do pé.
Além disso, na polidactilia central, frequentemente, também acontece outro tipo de alteração genética como a sindactilia, que é quando os dedos extras nascem grudados um no outro.
Como é feito o tratamento
O tratamento da polidactilia é indicado por um médico ortopedista e depende do local e da forma como o dedo extra está conectado aos outros dedos, pois podem partilhar de nervos, tendões e ossos que são estruturas importantes para o movimento das mãos e pés.
Quando o dedo extra se localiza no mindinho e é composto apenas de pele e gordura, o tratamento mais indicado é a cirurgia e normalmente é realizado em crianças até 2 anos. Porém, quando o dedo extra está implantado no polegar, a cirurgia também pode ser indicada, entretanto, costuma ser mais complicada, pois requer muitos cuidados para não prejudicar a sensibilidade e a posição do dedo.
Algumas vezes, adultos que não retiraram o dedo extra quando criança, podem optar por não fazer a cirurgia, já que ter um dedo a mais não causa nenhum problema de saúde.