Octreotida: o que é, para que serve e como usar

Atualizado em junho 2022

A octreotida é uma proteína sintética, semelhante ao hormônio somatostatina, que é produzido naturalmente pelo corpo, indicado para o tratamento da acromegalia, uma condição em que existe produção excessiva de hormônio do crescimento (GH), pois age inibindo o hormônio do crescimento.

Esse remédio é encontrado em farmácias ou drogarias, mas também em hospitais, na forma de injeção, com os nomes comerciais Sandostatin nas doses de 0,05 mg, 0,1 mg, ou 0,5 mg, ou Sandostatin LAR, nas doses de 20 mg ou 30 mg.

A octreotida pode ser aplicada sob a pele ou diretamente no músculo, por um profissional de saúde, sob supervisão médica, sendo que as doses dependem da condição a ser tratada, e não deve ser usada por menores de 18 anos ou durante a amamentação.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A octreotida é indicada o tratamento de algumas condições de saúde, como:

  • Acromegalia; 
  • Tumores neuroendócrinos localizados no intestino;
  • Tumores carcinoides;
  • Vipomas;
  • Glucagonomas;
  • Síndrome de Zollinger-Ellison;
  • Insulinomas.

Além disso, a octreotida pode ser indicada pelo médico para o tratamento da diarréia refratária associada com AIDS ou tumores gastrointestinais, prevenção de complicações após cirurgia do pâncreas, ou para interromper o sangramento causado por varizes gastroesofágicas em pessoas com cirrose.

Como usar

A octreotida é uma injeção que pode ser aplicada por profissional de saúde, sob a pele, diretamente no músculo glúteo ou diretamente na veia, conforme orientação do médico.

As doses normalmente indicadas da octreotida para adultos depende da condição a ser tratada e da apresentação do remédio, e incluem:

1. Octreotida de 0,05 mg, 0,1 mg, ou 0,5 mg

A octretotida de 0,05 mg, 0,1 mg, ou 0,5 mg pode ser aplicada por via subcutânea, que é sob a pele, ou por via venosa, dada diretamente na veia em hospitais, pelo enfermeiro e sob supervisão médica.

As doses normalmente recomendadas para adultos variam com a condição a ser tratada e incluem:

  • Acromegalia: a dose inicial geralmente é de 0,05 mg a 0,1 mg, a cada 8 ou 12 horas, por injeção subcutânea. A dosagem é determinada por titulação a cada 2 semanas, até alcançar a dose de 0,1 mg, 3 vezes por dia. A dose máxima é de de 1,5 mg por dia;
  • Diarréia (por tumor gastrointestinal): a dose inicial geralmente é de 0,05 mg, por injeção subcutânea, 1 ou 2 vezes por dia. Essa dose pode ser aumentada pelo médico até 0,1 a 0,2 mg, 3 vezes por dia;
  • Diarréia (refratária relacionada à AIDS): a dose inicial geralmente é de 0,1 mg, por injeção subcutânea, 3 vezes por dia. Caso não ocorra melhora da diarréia após uma semana de tratamento, o médico pode aumentar a dose para até 0,25 mg, 3 vezes por dia. Após uma semana se não ocorrer melhora, o tratamento deve ser interrompido pelo médico;
  • Varizes gastroesofágicas: a dose inicial geralmente é de 25 microgramas por hora, por injeção na veia, durante 5 dias em infusão contínua, feita somente em ambiente hospitalar pelo enfermeiro, sob supervisão médica.

É importante seguir todas as recomendações médicas e não interromper o tratamento por conta própria. As injeções subcutâneas de octreotida podem ser aplicadas pela própria pessoa, em casa, conforme orientado pelo médico e enfermeiro. Saiba como aplicar injeção subcutânea em casa.  

2. Octreotida de 20 mg ou 30 mg

A octreotida de 20 ou 30 mg deve ser aplicada por injeção no músculo glúteo por um enfermeiro em ambiente hospitalar. 

As doses de octreotida para adultos geralmente variam de 10 mg a 30 mg, por via intramuscular, a cada 4 semanas, devendo ser orientadas pelo médico de acordo com a realização de exames de sangue para medir os níveis do hormônio do crescimento e resposta ao tratamento.

Possíveis efeitos colaterais 

Os efeitos colaterais mais comuns da octreotida são diarréia, dor ou desconforto na barriga, excesso de gordura nas fezes, gases intestinais, náusea, vômito, queimadura ou dor no local da injeção, anormalidades na vesícula e trato biliar, alteração ou diminuição dos batimentos do coração, alterações na condução dos impulsos nervosos cardíacos.

Quem não deve usar

A octreotida não deve ser usada por crianças ou adolescentes com menos de 18 anos, por mulheres em amamentação, ou por pessoas com doença ou pedras na vesícula.

Além disso, esse remédio também não deve ser usado por pessoas alérgicas à octreotida ou qualquer outro componente da fórmula.

O uso da octreotida durante a gravidez só deve ser feito se indicado pelo médico, após avaliar os benefícios do tratamento para a mulher e os riscos para o feto.

A octreotida de 20 mg ou 30 mg não deve ser aplicada sob a pele ou diretamente na veia.