Cocô verde do bebê: o que pode ser e o que fazer

Revisão médica: Drª. Beatriz Beltrame
Pediatra
agosto 2020

É normal que o primeiro cocô do bebê seja verde escuro ou preto devido às substâncias que se acumularam no seu intestino durante a gestação. No entanto, essa cor também pode indicar a presença de infecção, intolerância alimentar ou pode ser consequência da mudança do leite, ou até mesmo, devido ao uso de medicamentos.

Quando o cocô verde vem acompanhado de outros sintomas como choro intenso ou febre é recomendado levar ao pediatra para que ele possa avaliar o que está acontecendo e indicar o tratamento necessário.

Principais causas das fezes verdes no bebê

1. Mecônio

Cor do primeiro cocô do bebê
Cor do primeiro cocô do bebê

O mecônio é o primeiro cocô do bebê e é caracterizado por ter uma cor verde escura ou preta, que vai clareando com o passar dos dias. É normal a cor escura permanecer por até uma semana após o parto, quando então começa a clarear e ficar um pouco amarelada, podendo também aparecer grumos esverdeados. Saiba mais sobre o mecônio.

O que fazer: Continuar alimentando normalmente o bebê, pois essa mudança de cor é natural e saudável.

2. Amamentação

É normal que os bebês que tomam exclusivamente o leite materno tenham fezes verde claras. No entanto, se as fezes ficarem mais escuras e com textura espumosa, pode ser sinal de que ele esteja mamando apenas o início do leite que sai do peito, que é rico em lactose e pobre em gorduras, o que não favorece o seu crescimento.

O que fazer: Estar atenta para que o bebê esvazie completamente um seio antes de passá-lo para o outro, pois a parte gordurosa do leite vem no fim da mamada. Se o bebê cansar ou parar de mamar, quando ele sentir fome novamente deve-se dar o mesmo seio da mamada anterior, para que ele termine de receber os nutrientes.

3. Mudança de leite

As crianças que tomam fórmulas lácteas costumam ter fezes amarelo escuras, mas comum a cor mudar para esverdeada quando troca-se de fórmula.

O que fazer: Se estiver tudo bem, após cerca de 3 dias a cor volta ao normal, mas também é importante observar se surgem outros sinais como diarreia e cólicas frequentes, pois podem ser sinal de intolerância à fórmula nova. Nestes casos, deve-se voltar para a fórmula antiga e procurar o pediatra para receber novas indicações.

4. Infecção intestinal

A infecção intestinal faz com que o trânsito intestinal seja mais rápido, causando diarreia. Com isso, a bile, substância esverdeada responsável por digerir as gorduras, é eliminada rapidamente do intestino.

O que fazer: Se o bebê tiver 3 fezes mais líquidas que o normal ou se também apresentar sintomas de febre ou vômitos, deve-se procurar o pediatra. 

Cocô verde do bebê
Cocô verde do bebê

5. Alimentos verdes

A cor das fezes também pode ser devido à uma sensibilidade a alimentos da dieta da mãe ou ao elevado consumo de alimentos verdes pelos bebês já consomem comidas sólidas, como espinafre, brócolis e alface.

O que fazer: Mulheres que amamentam devem ter uma alimentação balanceada e estar atenta ao consumo de novos alimentos que possam causam alterações nas fezes doas bebês, inclusive o leite de vaca, que pode provocar alergia na criança. Para bebês que consomem alimentos sólidos, retirar os vegetais verdes e observar a melhora do sintoma.

6. Antibióticos

O uso de medicamentos como antibióticos pode alterar a cor das fezes por diminuir a flora intestinal, pois as bactérias benéficas do intestino também contribuem para a cor natural do cocô. Além disso, o uso de suplementos de ferro também pode provocar tons de verde escuro.

O que fazer: Observar a melhora da cor após 3 dias do término da medicação, e procurar o pediatra nos casos em que as alterações persistam ou se surgirem sintomas de dor e diarreia. No entanto, se as fezes do bebê estão avermelhadas ou marrom escuras, pode haver um sangramento intestinal ou problemas no fígado. Conheça outras causas de fezes verdes.

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em agosto de 2020. Revisão médica por Drª. Beatriz Beltrame - Pediatra, em maio de 2016.
Revisão médica:
Drª. Beatriz Beltrame
Pediatra
Formada pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, em 1993 com registro profissional no CRM PR - 14218.