A macrocefalia é uma situação rara caracterizada pelo tamanho da cabeça da criança maior do que o normal para o sexo e a idade e que pode ser diagnosticada pela medição do tamanho da cabeça, também chamado de perímetro cefálico ou PC, e colocada em um gráfico e acompanhada as medições durante as consultas de puericultura, do nascimento até os 2 anos de idade.
Em alguns casos, a macrocefalia não representa risco para a saúde, sendo considerada normal, no entanto, em outros casos, principalmente quando é observado acúmulo de líquido cefalorraquidiano, o LCR, pode haver atraso no desenvolvimento psicomotor, tamanho anormal do cérebro, atraso mental e convulsões.
O diagnóstico da macrocefalia é feito à medida que a criança se desenvolve, sendo realizada a medição do perímetro cefálico em cada consulta com o pediatra. Além disso, dependendo da relação entre o PC, idade, sexo e desenvolvimento do bebê, o médico pode indicar a realização de exames de imagem para verificar se há presença de cistos, tumores ou acúmulo de LCR, indicando o tratamento mais adequado caso haja necessidade.

Principais causas
A macrocefalia pode ter diversas causas, sendo na maioria das vezes ligada a fatores genéticos, resultando em doenças metabólicas ou mal-formações. No entanto, durante a gestação a mulher também pode ser exposta a diversas situações que podem comprometer o desenvolvimento do bebê e levar à macrocefalia. Dessa forma, algumas das principais causas de macrocefalia são:
- Infecções como toxoplasmose, rubéola, sífilis e infecção pelo citomegalovírus;
- Hipóxia;
- Mal-formação vascular;
- Presença de tumores, cistos ou abscessos congênitos;
- Intoxicação por chumbo;
- Doenças metabólicas como lipidose, histiocitose e mucopolissacaridose;
- Neurofibromatose;
- Esclerose tuberosa.
Além disso, a macrocefalia pode acontecer como consequência de doenças ósseas, principalmente entre os 6 meses e os 2 anos, como osteoporose, hipofosfatemia, osteogênese imperfeita e raquitismo, que é uma doença caracterizada pela ausência de vitamina D, que é a vitamina responsável pela absorção de cálcio no intestino e deposição nos ossos. Conheça mais sobre o raquitismo.
Sinais e sintomas de macrocefalia
O principal sinal da macrocefalia é a cabeça maior que o normal para a idade e sexo da criança, no entanto podem surgir também outros sinais e sintomas de acordo com a causa da macrocefalia, sendo os principais:
- Atraso no desenvolvimento psicomotor;
- Incapacidade física;
- Atraso mental;
- Convulsões;
- Hemiparesia, que é a fraqueza muscular ou paralisia em um dos lados;
- Alterações na forma do crânio;
- Alterações neurológicas;
- Dor de cabeça;
- Alterações psicológicas.
A presença de qualquer um desses sinais ou sintomas pode ser indicativo de macrocefalia, sendo importante ir ao pediatra para que seja feita a medição do PC. Além de medir o PC e relacionar com o desenvolvimento da criança, sexo e idade, o pediatra também avalia os sinais e sintomas, isso porque alguns estão relacionados apenas a determinado tipo de macrocefalia, podendo iniciar o tratamento mais rapidamente. O pediatra pode solicitar também a realização de exames de imagem, como tomografia computadorizada, radiografia e ressonância magnética.
A macrocefalia pode ser identificada ainda no período pré-natal através da realização do ultrassom obstétrico, onde se mede o PC, e dessa forma é possível orientar a mulher e a família de forma precoce.
Como é feito o tratamento
Quando a macrocefalia é fisiológica, ou seja, quando não representa risco para a saúde da criança, não é necessário iniciar tratamento específico, sendo o desenvolvimento da criança apenas acompanhado. No entanto, quando é verificada também hidrocefalia, que é o acúmulo excessivo de líquido no crânio, pode ser necessária realizar cirurgia para drenar o líquido. Entenda como é feito o tratamento para hidrocefalia.
Além do tratamento poder variar de acordo com a causa da macrocefalia, também pode variar de acordo com os sinais e sintomas apresentados pela criança e, por isso, pode ser recomendada a realização de sessões de psicoterapia, fisioterapia e fonoaudiologia. Pode ser indicada também alterações na dieta e uso de alguns medicamentos, principalmente quando a criança apresenta convulsões.