Linfedema: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Atualizado em março 2023

O linfedema é o acúmulo de líquido linfático no corpo, sendo mais comum nas pernas ou nos braços, mas também pode ocorrer nos genitais, rosto, pescoço ou tórax, levando ao surgimento de sintomas como inchaço ou sensação de peso na região afetada, vermelhidão na pele, ou dificuldade de movimentação.

O linfedema surge devido a uma lesão ou bloqueio dos vasos linfáticos, sendo mais comum de acontecer depois de uma cirurgia do câncer, depois da retirada de gânglios linfáticos, mas também pode surgir devido a fatores genéticos ou até por infecções, como a elefantíase. Saiba o que é elefantíase e como identificar.

O tratamento do linfedema é feito pelo clínico geral, angiologista ou cirurgião vascular, que podem indicar fisioterapia, drenagem linfática ou faixas elásticas de compressão para ajudar a eliminar o excesso de líquido e facilitar a movimentação da região do corpo afetada, ou até cirurgia nos casos mais graves.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas de linfedema

Os principais sintomas de linfedema são:

  • Inchaço nas pernas ou braços, inclusive nos dedos;
  • Inchaço em outras regiões do corpo, como mamas, testículo, bolsa escrotal, rosto, pescoço ou abdomem;
  • Sensação de peso na região afetada;
  • Dificuldade de movimentar o membro afetado;
  • Pele vermelha ou mais escura na região afetada;
  • Pele mais dura, conhecida como fibrose;
  • Pele seca, mais grossa e escamosa no local afetado;
  • Nódulos na pele;
  • Aumento da temperatura na pele afetada;
  • Dor ou desconforto no membro ou área do corpo afetada;
  • Sensação de formigamento ou dormência;
  • Coceira na pele ou sensação de queimação;
  • Bolhas com líquido na pele.

Além disso, nos casos mais graves pode ocorrer vazamento do líquido linfático pela superfície da pele, chamado de linforreia, deixando a pele constantemente molhada e úmida, fria e aumentando a sensibilidade da região afetada.

É importante consultar o clínico geral, angiologista ou cirurgião vascular sempre que surgirem sintomas de linfedema, para que seja diagnosticado, identificada sua causa e iniciado o tratamento mais adequado, de forma a evitar complicações, como infecções ou necrose da pele.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do linfedema é feito pelo clínico geral, angiologista ou cirurgião vascular através da avaliação dos sintomas, bem como do seu início e duração, histórico familiar de linfedema, histórico de saúde, de câncer ou de cirurgias, além do exame físico da região afetada.

Geralmente, não é necessário realizar nenhum exame específico para o seu diagnóstico, pois o linfedema é facilmente observado a olho nu e durante a palpação.

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Além disso, quando existe dúvida no diagnóstico, o médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética, tomografia computadorizada ou linfocintilografia, por exemplo.

Possíveis causas

O linfedema é causado pelo acúmulo de líquido linfático, que é um líquido rico em proteínas, fora da circulação sanguínea e linfática, se acumulando no espaço entre as células e tecido fibro-adiposo, devido a uma lesão ou bloqueio nos vasos linfáticos.

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento do linfedema, como:

  • Histórico familiar de linfedema;
  • Malformação congênita do sistema linfático;
  • Cirurgia do câncer, especialmente quando os gânglios e vasos linfáticos são removidos;
  • Radioterapia para o tratamento do câncer de mama, próstata ou intestino;
  • Metástase de câncer de outras partes do corpo, no sistema linfático;
  • Trauma nos vasos linfáticos;
  • Excesso de peso ou obesidade;
  • Artrite reumatoide;
  • Artrite psoriática;
  • Eczema;
  • Tumores ou câncer que afetam regiões próximas aos vasos linfáticos;
  • Leucemia;
  • Cirurgia vascular periférica;
  • Insuficiência venosa crônica nas extremidades;
  • Doenças cardíacas;
  • Doenças renais.

Além disso, o linfedema pode surgir devido a infecções próximas aos vasos linfáticos, como a celulite bacteriana, ou que provocam cicatrizes nos vasos linfáticos como no caso da filariose ou elefantíase.

Tipos de linfedema

O linfedema pode ser classificado em diferentes tipos, de acordo com sua causa, sendo os principais:

1. Linfedema primário

O linfedema primário, apesar de ser muito raro, ocorre por causas hereditárias ou congênitas, devido a alterações no desenvolvimento do sistema linfático ou alterações genéticas.

Esse tipo é subdividido em algumas categorias, que incluem:

  • Linfedema congênito: geralmente, presente desde o nascimento ou pode se desenvolver até os 2 anos de idade;
  • Linfedema precoce: se desenvolve na puberdade ou até os 30 anos de idade;
  • Linfedema tardio: se desenvolve após os 35 anos de idade.

O tipo de linfedema é identificado pelo médico através dos exames de diagnóstico e avaliação do histórico de saúde e casos de linfedema na família.

2. Linfedema secundário

O linfedema secundário acontece devido a alguma obstrução ou alteração no sistema linfático devido a doença infecciosa, tratamento do câncer ou lesão traumática, nesses casos há sempre inflamação dos tecidos envolvidos e risco de fibrose.

É muito comum o linfedema após o câncer de mama, quando são retirados gânglios linfáticos na cirurgia de retirada do tumor, porque a circulação linfática fica prejudicada, e por força da gravidade, o excesso de líquidos fica acumulado no braço.

Como é feito o tratamento

O tratamento do linfedema deve ser feito com orientação do clínico geral, angiologista ou cirurgião vascular, com o objetivo de melhorar a circulação linfática, eliminar o excesso de líquido e facilitar a movimentação da região do corpo acometida

Desta forma, os principais tratamento que podem ser indicados pelo médico são:

1. Terapia descongestiva

A terapia descongestiva geralmente envolve diferentes técnicas para melhorar a circulação linfática, diminuir a retenção de líquidos na região afetada, e aliviar o inchaço.

As principais técnicas da terapia descongestiva são:

  • Fisioterapia com drenagem linfática manual, adaptada à realidade do corpo da pessoa;
  • Bandagem elástica, utilizando um tipo de atadura não muito apertada, como uma manga elástica ou meia de compressão, que quando é devidamente colocada ajuda a conduzir a linfa adequadamente, eliminando o inchaço;
  • Enfaixamento com o uso de uma faixa tensora em camadas sobrepostas após a drenagem linfática nos primeiros 7 dias, e a seguir 3 vezes por semana, para ajudar a eliminar o edema.

A drenagem linfática após a retirada de linfonodos é um pouco diferente da habitual, porque é preciso direcionar a linfa para os gânglios corretos. Caso contrário, a drenagem pode ser prejudicial causando ainda mais dor e desconforto.

Esse tipo de tratamento não deve ser feito se a pessoa tiver um câncer ativo na região afetada, assim como coágulos sanguíneos ou infecções ativas na pele.

2. Exercícios

Os exercícios são importantes para promover a drenagem do líquido linfático e proteínas, através dos movimentos musculares, que podem ser realizados com bastão, por exemplo, mas exercícios aeróbios também são indicados.

3. Cuidados com a pele

Deve-se manter a pele limpa e hidratada, evitando usar roupas apertadas ou com botões que possam ferir a pele, facilitando a entrada de micro-organismos e o desenvolvimento de infecções. Assim, é preferível usar tecido de algodão com com velcro ou com espuma.

4. Remédios

Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de antibiótico para prevenir ou tratar infecções na pele, ou analgésicos para aliviar a dor.

5. Cirurgia

A cirurgia pode ser indicada em caso de linfedema na região genital, e no linfedema de pernas e pés de causa primária.

Essa cirurgia pode ser feita retirando vasos linfáticos saudáveis de uma região do corpo e ligando esses vasos linfáticos no membro afetado, criando novas conexões entre a rede linfática e vasos sanguíneos, ou removendo o tecido fibroso da região afetada, por exemplo.

6. Alterações na dieta

É recomendado diminuir o consumo de sal e de alimentos que aumentam a retenção de líquidos, como os industrializados e ricos em sódio, no entanto, isso não vai eliminar o excesso de líquidos referente ao linfedema, mas ajuda a desinchar o corpo, como um todo.

Além disso, no caso de excesso de peso ou obesidade é importante emagrecer, fazendo uma dieta balanceada e orientada pelo nutricionista. Veja como fazer uma dieta balanceada.

Linfedema tem cura?

Não é possível curar o linfedema porque o resultado do tratamento não é definitivo, havendo necessidade de um outro período de tratamento. Contudo, o tratamento pode reduzir o inchaço de forma significativa, sendo recomendado o tratamento clínico e fisioterapêutico por aproximadamente 3 a 6 meses.

Na fisioterapia é recomendado fazer 5 sessões por semana na fase inicial, até o momento em que existe uma estabilização do inchaço. Após esse período é recomendado fazer mais 8 a 10 semanas de tratamento, mas esse tempo varia de pessoa para pessoa e dos cuidados que mantém no seu dia-a-dia.