Ingurgitamento mamário: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Drª. Sheila Sedicias
Ginecologista
agosto 2021

O ingurgitamento mamário, popularmente conhecido como leite empedrado, é uma condição caracterizada pelo acúmulo de leite nas mamas, causando dor e aumento do volume das mamas devido ao acúmulo excessivo de leite, que fica mais viscoso e não consegue fluir corretamente.

O ingurgitamento mamário pode acontecer em qualquer fase da amamentação, mas acontece com mais frequência nos primeiros dias após o nascimento do bebê, sendo principalmente consequência da realização de técnica incorreta de amamentação, uso de suplementos ou sucção ineficaz do bebê.

O tratamento para ingurgitamento mamário deve ser iniciado assim que forem notados os primeiros sinais e sintomas e normalmente é feito por meio de massagens e compressas frias ou quente com o objetivo de aliviar os sintomas do inchaço das mamas e promover a fluidez e, consequentemente, a liberação do leite.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de ingurgitamento mamário

Os sintomas de ingurgitamento mamário costumam surgir a partir do terceiro dia após o parto, sendo os principais:

  • Mamas muito cheias de leite, ficando muito duras;
  • Aumento do volume das mamas;
  • Presença de áreas avermelhadas e brilhantes;
  • Mamilos achatados, o que interfere na saída do leite;
  • Desconforto ou sensação de dor nas mamas;
  • Febre, em alguns casos.

O fato dos mamilos ficarem achatados dificulta que o bebê pegue os mamilos, dificultando, assim, a amamentação e o esvaziamento da mama, o que aumenta o dor e o desconforto. Por isso, é recomendado que antes de amamentar a mulher retire um pouco de leite com as mãos ou com uma bombinha de leite antes de oferecer a mama ao bebê.

Principais causas

O ingurgitamento mamário é uma condição frequente no período inicial da amamentação e pode acontecer devido ao atraso do início da amamentação, técnica incorreta, sucção do bebê ineficaz, mamadas pouco frequentes e uso de suplementos, já que alguns podem aumentar a produção de leite.

Devido ao fato de haver maior quantidade de leite, acontece o seu acúmulo no interior do ducto mamário, o que resulta em alteração na fluidez natural do leite, ficando mais viscoso e tornando ainda mais difícil a sua passagem pelos canais de leite para fora da mama.

Como é feito o tratamento

O tratamento para ingurgitamento mamário deve ser iniciado assim que forem notados os primeiros sinais e sintomas, pois assim é possível evitar que exista interferência na produção de leite, além de ser importante para aliviar a dor e o desconforto sentido pela mulher e prevenir complicações, como infecção e feridas no mamilo. Dessa forma, é recomendado:

  • Retirar o excesso de leite com as mãos ou com uma bombinha apropriada até que fique mais fácil para o bebê pegar;
  • Colocar o bebê para mamar assim que ele consiga segurar a mama corretamente, ou seja, não retardar o início da amamentação;
  • Amamentar com frequência, sempre que o bebê quiser ou a cada 3 horas;
  • Pode-se usar Paracetamol ou Ibuprofeno para diminuir a dor e o inchaço da mama;
  • Aplicar compressas frias logo após o bebê terminar de mamar para diminuir a inflamação da mama;
  • Aplicar compressas mornas na mama para ajudar na liberação do leite e aumentar sua fluidez;
  • Certificar que o bebê está esvaziando a mama após cada amamentação.

É importante também realizar massagem nos seios para ajudar a conduzir o leito pelos canais mamários e tornar-se mais fluido, evitando o leite empedrado.

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Escrito e atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em agosto de 2021. Revisão médica por Drª. Sheila Sedicias - Ginecologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • CAMPOS, Araceli R. Dor mamária na amamentação: os desafios no diagnóstico etiológico. Tese de mestrado, 2018. Universidade Federal de Uberlândia.
  • BERENS, Pamela D. Breast Pain: Engorgement, Nipple Pain, and Mastitis. Clinical Obstetrics and Gynecology. Vol 58. 4 ed; 902-914, 2015
Revisão médica:
Drª. Sheila Sedicias
Ginecologista
Médica mastologista e ginecologista formada pela Universidade Federal de Pernambuco, em 2008 com registro profissional no CRM PE 17459.