Hipocloridria: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em janeiro 2023

A hipocloridria é a diminuição da produção de ácido clorídrico (HCl) no estômago, o que faz com que o pH estomacal fique mais alto e leve ao aparecimento de sintomas como náuseas, inchaço, arrotos, desconforto abdominal e deficiências nutricionais.

A hipocloridria acontece muitas vezes como consequência de uma gastrite crônica, sendo mais frequente em pessoas acima dos 65 anos, que fazem uso frequente de antiácidos ou remédios para refluxo, que foram submetidos recentemente à cirurgias no estômago ou que possuem a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, popularmente conhecida como H. pylori.

É importante que a causa da hipocloridria seja identificada para que o tratamento mais adequado seja realizado, o que pode envolver o uso de antibióticos, suplemento de HCl, suplemento de zinco e/ ou suspensão do uso de medicamentos, além de mudança nos hábitos alimentares.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de hipocloridria

Os principais sintomas de hipocloridria são:

  • Desconforto abdominal;
  • Arrotos;
  • Inchaço;
  • Náuseas;
  • Diarreia;
  • Má-digestão;
  • Cansaço excessivo;
  • Presença de comida não digerida nas fezes;
  • Aumento da produção de gases.

Os sintomas de hipocloridria surgem quando o pH do estômago encontra-se mais alto do que o normal devido à falta de quantidades ideais de HCl.

O ácido clorídrico é importante para o processo de digestão dos alimentos e, no caso da hipocloridria, como não há quantidade de ácido suficiente, a digestão fica comprometida. Além disso, o HCl é importante no processo de absorção de alguns nutrientes no estômago, assim como no combate de alguns microrganismos patogênicos. Dessa forma, é importante que o ácido clorídrico seja produzido em quantidades ideais, evitando complicações.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da hipocloridria deve ser feito pelo clínico geral ou gastroenterologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e sua história clínica.

Além disso, para concluir o diagnóstico, é preciso realizar alguns exames, principalmente o exame que permite a medição do pH do estômago. Normalmente, o pH do estômago é até 3, no entanto na hipocloridria o pH está entre 3 e 5, enquanto que na acloridria, que é caracterizada pela ausência de produção de ácido no estômago, o pH é superior a 5.

Os exames indicados pelo médico também são importantes para identificar a causa da hipocloridria, pois assim é possível que o tratamento seja mais direcionado. Assim devem ser solicitados exames de sangue para verificar principalmente a quantidade de ferro e zinco no sangue, além da realização do teste da urease para identificar a bactéria H. pylori. Entenda como é feito o teste da urease.

Principais causas

A hipocloridria pode ser causada por:

  • Gastrite crônica, principalmente quando está associada à presença da bactéria H. pylori;
  • Estresse excessivo;
  • Deficiência nutricional de zinco, já que o zinco é necessário para a produção de ácido clorídrico;
  • Uso de medicamentos como domperidona, omeprazol, esomeprazol e/ ou antiácidos, que são normalmente indicados no tratamento do refluxo;
  • Realização de cirurgias de estômago, como a cirurgia de bypass gástrico.

Além disso, a hipocloridria também pode ser como consequência da idade, sendo mais comum de ser verificada em pessoas com mais de 65 anos.

Tratamento para hipocloridria

O tratamento é recomendado pelo médico de acordo com a causa da hipocloridria, podendo ser indicado o uso de antibióticos, no caso de ser causada pela H. pylori, ou uso de suplementos de HCl juntamente com a enzima pepsina, pois dessa forma é possível aumentar a acidez do estômago.

Além disso, é importante que a pessoa procure relaxar, já que o estresse crônico pode também levar à diminuição da acidez do estômago, e ter uma alimentação saudável e equilibrada. No caso da hipocloridria ser devido à deficiência de zinco, pode ser recomendado também o uso de suplemento de zinco para que seja possível a produção de ácido no estômago.

Caso a pessoa esteja fazendo uso de protetores gástricos, por exemplo, o médico pode recomendar a suspensão do medicamento até que a produção de ácido no estômago esteja regulada.

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