Gêmeos siameses: o que são, por que acontece e cirurgia

Atualizado em junho 2022

Os gêmeos siameses são gêmeos idênticos que nasceram unidos um ao outro em uma ou várias regiões do corpo, como cabeça, costas, tronco, quadris ou ombros, por exemplo, podendo ainda compartilhar órgãos, como coração, pulmão, intestino ou cérebro.

O nascimento de gêmeos siameses, também chamados de gêmeos conjugados ou gêmeos xifópagos, é raro, no entanto, devido a fatores genéticos, durante o processo de fecundação pode não haver a separação do embrião no tempo adequado, o que leva ao nascimento dos gêmeos siameses.

A detecção de gêmeos siameses pode ser feita, em alguns casos, durante exames de rotinas na gestação, como a ultrassonografia, e o tratamento, quando possível é feito através de cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Por que acontece

A causa exata dos gêmeos siameses não é totalmente conhecida, no entanto, existem duas teorias de como os gêmeos siameses se formam, e incluem:

  • Teoria da fissão ou divisão parcial: é a teoria mais aceita em que se acredita que a separação das camadas embrionárias dos gêmeos idênticos, que normalmente ocorre após 8 a 12 dias da fecundação, não ocorre no tempo certo. No caso dos siameses, essa separação em dois bebês é feita entre 13 a 15 dias após a fecundação, sendo incompleta, fazendo com que os bebês fiquem unidos em alguma parte do corpo;
  • Teoria da fusão ou junção: nessa teoria acredita-se que após a separação completa em dois bebês, os fetos voltam a se unir em alguma parte do corpo.

Em alguns casos, os gêmeos siameses podem ser detectados durante a gravidez, através da realização das ultrassonografias de rotina. Veja os principais exames realizados durante a gravidez.

Que partes do corpo podem estar unidas?

Existem diferentes partes do corpo que podem ser partilhadas por gêmeos siameses, que dependem da região onde os gêmeos se encontram ligados, como:

  • Ombro;
  • Cabeça;
  • Cintura, quadril ou pelve;
  • Peito ou barriga;
  • Costas ou base da espinha.

Além disso, existem muitos casos onde os irmãos partilham um só tronco e um só conjunto de membros inferiores, existindo por isso uma partilha de órgãos entre si, como coração, cérebro, intestino e pulmão, dependendo de como os gêmeos estão ligados um ao outro.

Tem algum risco para um dos gêmeos?

Dependendo do órgão que é compartilhado, um dos gêmeos pode ser prejudicado em função da maior utilização do órgão pelo outro. Com o objetivo de evitar que um dos gêmeos sofra consequências, é recomendada a realização de cirurgia para separar os gêmeos.

No entanto, esse é um procedimento delicado e cuja complexidade varia de acordo com o membro e o órgão compartilhado pelos bebês.

Como é feita a cirurgia

A cirurgia para a separação de gêmeos siameses é um procedimento complicado na maioria dos casos, que precisa ser bem avaliado com o médico, já que essa cirurgia nem sempre é indicada. Isso acontece especialmente no caso de gêmeos que estão unidos pela cabeça ou que partilham órgãos vitais.

Quando é aprovada, a cirurgia geralmente é bastante demorada, podendo durar mais de 24 horas. E mesmo durante esse tempo existe uma grande chance de um ou ambos os gêmeos não sobreviverem. Por isso, é recomendado que a cirurgia seja realizada por uma equipe médica composta por várias especialidades, como cirurgião plástico, cirurgião cardiovascular e de um cirurgião pediátrico, por exemplo, com o objetivo de diminuir o máximo possível os riscos.

O compartilhamento de órgãos é mais comum em gêmeos que são unidos pela cabeça e pelo tronco, no entanto quando há o compartilhamento de rins, fígado e intestinos, a separação pode ser um pouco mais fácil. O grande problema é que raramente os irmãos siameses partilham somente um órgão, o que pode dificultar ainda mais a sua separação. Além de partilharem órgãos e estarem fisicamente unidos, os irmãos gêmeos siameses são emocionalmente ligados e vivem uma vida em comum.

A cirurgia é sempre recomendada?

Devido aos seus elevados riscos e à sua complexidade, a cirurgia nem sempre é recomendada, principalmente no caso de partilha de órgãos vitais.

Assim, se a cirurgia não for possível ou se a família, ou os próprios gêmeos, optarem por não fazer a cirurgia, os gêmeos podem permanecer unidos levando uma vida relativamente normal, uma vez que vão se acostumando a viver juntos desde o nascimento, mantendo uma boa qualidade de vida.

Possíveis riscos e complicações

O maior risco da cirurgia para gêmeos siameses é a morte durante ou após o procedimento. Dependendo de como os gêmeos estiverem unidos, a cirurgia pode ser de alto risco, principalmente se houver o compartilhamento de órgãos vitais, como coração ou cérebro, por exemplo.

Além disso, o gêmeo, quando separado, pode ter algumas sequelas como por exemplo insuficiência cardíaca e alterações neuronais que podem resultar em alterações ou atraso no desenvolvimento.