Folie à Deux: o que é, características e tratamento

Atualizado em fevereiro 2023

Folie à deux, também conhecido por "delírio a dois", transtorno delirante induzido ou perturbação delirante partilhada, é uma síndrome em que há a transferência de delírios psicóticos de uma pessoa doente, o psicótico primário, para uma pessoa aparentemente saudável, o sujeito secundário.

Essa transferência da ideia delirante é mais frequente em pessoas que mantêm uma relação próxima e acontece mais frequentemente em mulheres, havendo a transferência dos delírios de uma pessoa mais velha para uma mais nova, como de mãe para filha, por exemplo.

Na maior parte dos casos, somente as pessoas envolvidas no compartilhamento do delírio sofrem de um transtorno psicótico genuíno, e os delírios no sujeito secundário geralmente desaparecem quando as pessoas são separadas.

Imagem ilustrativa número 1

Principais características

Segundo alguns estudos, o fenômeno folie a deux é explicado pela presença de um conjunto de condições, como:

  • Uma das pessoas, o psicótico primário, sofre de uma perturbação psicótica e exerce uma relação de dominância em relação à outra pessoa considerada saudável;
  • Ambas as pessoas que sofrem do transtorno mantêm uma relação próxima e duradoura e geralmente convivem em um ambiente com pouca influência do exterior;
  • O elemento passivo é geralmente mais novo e do sexo feminino e possui uma hereditariedade favorável ao desenvolvimento psicótico;
  • Os sintomas manifestados pelo elemento passivo são geralmente menos severos do que pelo elemento ativo.

Geralmente, esta perturbação acontece quando o sujeito indutor sofre de uma perturbação psicótica, sendo que, a perturbação psicótica mais frequentemente encontrada nos elementos indutores foi a esquizofrenia, seguida da perturbação delirante, perturbação bipolar e depressão major.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico do folie a deux deve ser feito pelo psicólogo ou psiquiatra a partir da observação da relação entre as duas pessoas e características apresentadas, podendo ser feita uma avaliação conjunta e individual.

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Como é feito o tratamento

O tratamento do transtorno delirante induzido consiste primariamente na separação das duas pessoas por no mínimo 6 meses, de forma que o "sujeito secundário" deixa de apresentar os sintomas e características do transtorno.

Além disso, o elemento indutor deve ser internado no hospital, podendo necessitar de um tratamento farmacológico com medicamentos neurolépticos. Em alguns casos, também pode ser recomendado realizar psicoterapia individual e familiar.