Fator Rh: o que é e o que significa Rh positivo e Rh negativo

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
dezembro 2022

O fator Rh é uma proteína que pode ser encontrada na superfície dos glóbulos vermelhos, que são as células do sangue responsáveis por transportar o oxigênio no corpo.

Esse fator é muito utilizado para classificar os tipos sanguíneos: quando a proteína está presente nas hemácias indica que o sangue é Rh positivo (Rh+), já quando não existe essa proteína, indica que o sangue da pessoa é Rh negativo (Rh-).

Apesar do fator Rh não afetar diretamente a saúde, sua classificação é muito importante, especialmente no caso de transfusões de sangue, para garantir que são seguras. Além disso, no caso de gravidez, se a mulher for Rh negativo, pode ter incompatibilidade com o sangue do bebê, devendo o fator Rh ser avaliado pelo obstetra durante as consultas de pré-natal. Entenda melhor como o fator Rh pode afetar a gravidez.

Imagem ilustrativa número 1

Como é feito o exame de Rh

O exame do fator Rh, também chamado de tipagem sanguínea, é feito a partir de uma pequena amostra de sangue, que deve ser coletada em laboratório, não sendo necessário nenhum tipo de preparação ou jejum. O sangue coletado é enviado ao laboratório, onde será realizado um teste para identificar a presença da proteína na superfície das hemácias.

A identificação do fator Rh é simples e feita adicionando uma solução de anticorpos em uma gota de sangue. Quando as hemácias se juntam, após adicionar a solução de anticorpos, significa que a pessoa é sangue Rh+, e se as hemácias não se juntarem, o sangue é Rh-.

Quando fazer o exame

O exame do fator Rh é solicitado pelo médico em algumas situações como:

  • Antes da realização de cirurgias;
  • Antes de uma transfusão de sangue;
  • Planejamento de uma gravidez;
  • Gravidez confirmada.

Além disso, esse exame é realizado em todo o sangue doado para transfusão sanguínea, para garantir que não exista incompatibilidade do sangue do doador e da pessoa que irá receber a transfusão. Veja todas as situações em que a transfusão de sangue é indicada e como é feita.  

Imagem ilustrativa número 2

O que significa Rh positivo e Rh negativo?

As pessoas que possuem o fator Rh na superfície das hemácias são classificadas como Rh+ e podem receber transfusão de sangue de pessoas que são tanto Rh+ quanto Rh-, no entanto, só podem doar para outras que também possuem Rh+. 

Por outro lado, as pessoas que não possuem o fator Rh são classificadas como Rh- e podem doar sangue para pessoas que possuem ou não o fator Rh, no entanto só podem receber transfusão de pessoas Rh-. 

No caso de mulheres, durante a gravidez podem ocorrer problemas se a mulher for Rh- e o bebê Rh+, principalmente na segunda gestação. Isto porque durante o parto pode ocorrer contato do sangue do bebê com o sangue da mãe, e provocar no corpo da mulher a produção de anticorpos contra o Rh+ do bebê, e numa nova gestação esses anticorpos podem atacar as células sanguíneas do bebê, destruindo estas células e causando anemia hemolítica do recém nascido.

No entanto, sabendo o tipo sanguíneo e o fator Rh dos pais é possível identificar o tipo de sangue que o bebê deve ter:

Erro
Erro

Quais os riscos da incompatibilidade

A incompatibilidade sanguínea pode ocorrer tanto por uma transfusão sanguínea como na gravidez, e ocorre quando a pessoa é Rh- e recebe sangue ou tem um bebê com fator Rh+.

Essa incompatibilidade ocorre devido à produção de anticorpos pela pessoa Rh- contra o sangue Rh+, causando uma destruição das hemácias, doenças graves como anemia hemolítica ou eritroblastose fetal, podendo colocar a vida em risco.

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Escrito por Flávia Costa - Farmacêutica. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em dezembro de 2022. Revisão clínica por Marcela Lemos - Biomédica, em dezembro de 2022.

Bibliografia

  • AVENT, Neil D.; REID, Marion E.. The Rh blood group system: a review. Blood. 95. 2375; 375-387, 2000
  • HUANG, C. H; YE, M. The Rh protein family: gene evolution, membrane biology, and disease association. Cell Mol Life Sci. 67. 8; 1203-18, 2010
Mostrar bibliografia completa
  • DE HASS, M.; et al. Haemolytic disease of the fetus and newborn. Vox Sang. 109. 2; 99-113, 2015
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.

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