Como o fator Rh da mãe e do pai podem afetar a gravidez

Revisão médica: Drª. Sheila Sedicias
Ginecologista
dezembro 2021

Quando a mulher possui o Rh negativo e entra em contato com o sangue Rh positivo do bebê durante o parto, por exemplo, o seu corpo poderá reagir produzindo anticorpos contra o Rh positivo, aumentando o risco do bebê nascer com anemia grave, o que pode ter consequências no seu desenvolvimento.

Normalmente não existem complicações durante a primeira gravidez porque a mulher só entra em contato com o sangue do bebê durante o parto, mas existe a possibilidade de acidente de carro ou outro procedimento médico invasivo de urgência, que possa colocar em contato o sangue da mãe e do bebê, e se isso acontecer, o bebê pode sofrer graves alterações. A solução para evitar a sensibilização da mãe ao Rh é que a mulher tome uma injeção de imunoglobulina durante a gestação, para que o seu corpo não forme anticorpos anti-Rh positivo. Veja mais sobre o fator Rh.

Imagem ilustrativa número 1

Qual o risco do Rh negativo da mãe e positivo do bebê?

O principal risco do Rh negativo da mãe e positivo do bebê é a eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica do recém-nascido, que é mais frequente de acontecer a partir da segunda gestação. Na eritroblastose fetal, o organismo da mulher produz anticorpos contra o sangue do bebê, pois identifica como sendo um "corpo estranho" e que deve ser eliminado.

Assim, devido a produção de anticorpos contra o sangue do bebê, é comum que o bebê nasça com anemia grave, tenha a pele mais amarelada e maior risco de infecção. Além disso, em alguns casos, principalmente quando a doença não é identificada e os cuidados não são iniciados imediatamente, é possível que o bebê apresente alterações no cérebro e lesão em alguns órgãos, principalmente fígado. Conheça mais sobre a eritroblastose fetal e como identificar.

O que fazer para evitar complicações

Para evitar complicações relacionadas com o Rh da mãe e do bebê, é importante que o pré-natal seja feito de acordo com a orientação do médico, principalmente quando o pai possui Rh positivo, já que nesse caso existe risco de o bebê herdar o fator Rh do pai e ser também positivo. Para saber o possível tipo de sangue e Rh do bebê, basta inserir o tipo de sangue da mãe e do pai na calculadora a seguir:

Erro
Erro

Além da realização do pré-natal, quando a mulher possui Rh negativo e o homem Rh positivo, o médico pode solicitar a realização de exames de sangue com o objetivo de avaliar o risco do desenvolvimento de eritroblastose fetal. Assim, caso exista risco, pode ser iniciado tratamento com imunoglobulina anti-D, que tem como objetivo prevenir a produção de anticorpos contra o sangue do bebê. O tratamento pode seguir o seguinte esquema:

  • Durante a gravidez: Tomar apenas 1 injeção de imunoglobulina anti-D entre a 28-30 semanas de gestação, ou 2 injeções nas semanas 28 e 34, respectivamente; 
  • Após o parto: Se o bebê for Rh positivo, a mãe deve tomar uma injeção de imunoglobulina anti-D até 3 dias após o parto, caso não se tenha feito a injeção durante a gravidez.

Esse tratamento é indicado para todas as mulheres que desejam mais de 1 filho e a decisão por não realizar esse tratamento deve ser discutida com o médico. O médico pode decidir realizar o mesmo esquema de tratamento a cada gravidez, porque a imunização dura pouco tempo, não sendo definitiva.

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em dezembro de 2021. Revisão médica por Drª. Sheila Sedicias - Ginecologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • NATIONAL HEART, LUNG AND BLOOD INSTITUTE. Rh Incompatibility. Disponível em: <https://www.nhlbi.nih.gov/health-topics/rh-incompatibility>. Acesso em 16 mai 2019
  • COCHRANE PREGNANCY AND CHILDBIRTH GROUP. Anti-D administration in pregnancy for preventing Rhesusalloimmunisation (Review). Disponível em: <https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD000020.pub3/epdf/full>. Acesso em 15 mar 2019
Revisão médica:
Drª. Sheila Sedicias
Ginecologista
Médica mastologista e ginecologista formada pela Universidade Federal de Pernambuco, em 2008 com registro profissional no CRM PE 17459.