Estrogênio: o que é, funções e porque está alto ou baixo

Atualizado em março 2022

O estrogênio ou estrógeno, é um dos principais hormônios sexuais da mulher e é responsável pelo desenvolvimento das características físicas e pelos órgãos sexuais femininos. Esse hormônio é produzido pelos ovários, pela placenta durante a gravidez e, em menores quantidades, pelas glândulas adrenais.

Apesar de ser associado às funções reprodutivas femininas, o estrógeno também é produzido em pequenas quantidades pelos testículos, exercendo importantes funções no sistema reprodutor masculino, como modulação da libido, função erétil e produção de espermatozoides.

Em algumas situações o estrogênio pode estar aumentado ou diminuído, causando alterações no organismo, como insuficiência ovariana, ovários policísticos ou hipogonadismo, por exemplo, sendo importante que o nível desse hormônio seja confirmado pelo médico através da sua dosagem no sangue.

Imagem ilustrativa número 1

Funções do estrogênio

O estrogênio tem como principal função regular o ciclo reprodutor da mulher, assim como definir e promover o desenvolvimento da sua sexualidade antes da puberdade. Além disso, é responsável pelo início do ciclo menstrual e por diversas mudanças físicas, como formação das mamas, do pêlo pubiano e axilar e pelo alargamento do quadril.

As diferentes funções do estrogênio de acordo com a sua localização são:

  • Nas mamas: é responsável pelo desenvolvimento do tecido da glândula mamária e dos ductos mamários durante a puberdade e na gravidez;
  • No útero: o estrogênio é responsável pelo crescimento das células do endométrio na fase folicular do ciclo menstrual e do aumento da sua espessura com o objetivo de preparar o útero para uma gravidez. Além disso, esse hormônio estimula a maturação dos óvulos;
  • Na vagina: favorece o desenvolvimento dos tecidos e a sua lubrificação. Na ausência de estrogênios, pode ser verificadas alterações indicativas de atrofia vaginal;
  • Nos ossos: durante a puberdade, o estrogênio ajuda no desenvolvimento dos ossos. Além disso, os protege, impedindo a perda de cálcio, de forma que contribui para manter a consistência do esqueleto e, assim, evitar a osteoporose;
  • Na pele: mantém sua hidratação e favorece o aumento da produção de colágeno;
  • No sistema cardiovascular: devido ao estrogênio, os níveis de colesterol se mantém mais baixos e há a indução da produção de HDL, também conhecido como "colesterol bom", garantindo uma proteção natural contra as doenças cardiovasculares;
  • No cérebro: melhora o fluxo sanguíneo cerebral, melhorando a memória.

Além disso, o estrogênio tem um papel importante no comportamento emocional e na libido da mulher, além de ajudar na distribuição de gordura corporal e na formação da silhueta feminina, a fortalecer as unhas e cabelos e a garantir o aspecto saudável à pele.

Nos homens, o estrogênio também participa da libido, na função erétil e na produção de espermatozoides, assim como na saúde dos ossos, do coração e do metabolismo de gordura e carboidratos.

Tipos de estrogênios

Estrona, estradiol e estriol são os estrogênios mais importantes produzidos no corpo, exercendo diferentes funções nas várias etapas da vida.

Estrona (E1)

A estrona é produzida pelos ovários, tecido adiposo e glândulas suprarrenais, e é o principal estrogênio circulante nas mulheres depois da menopausa, além de também ser encontrado nos homens.

Uma vez que é menos "potente" que os outros tipos de estrogênio, a estrona pode ser armazenada no organismo para que o corpo possa convertê-lo em estradiol quando necessário. Veja mais sobre a estrona.

Estradiol (E2)

O estradiol é produzido principalmente nos ovários, é o estrogênio mais "potente" e é encontrado em maiores concentrações em mulheres em idade fértil e que não estejam grávidas. Esse tipo de estrógeno desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sexual, variando seus níveis ao longo do ciclo menstrual. Depois da menopausa, passa a ter uma concentração mais baixa, porém constante.

Conheça mais sobre o estradiol.

Estriol (E3)

O estriol é o principal estrogênio durante a gravidez e é produzido em grandes quantidades pela placenta. Os níveis aumentam consideravelmente até o momento do parto. O estriol promove o crescimento do útero e prepara gradualmente o corpo da mulher para o parto e para o aleitamento. Através de um exame de urina, é possível detectar e diagnosticar alguns problemas, como sofrimento fetal ou insuficiência placentária.

Relação entre estrogênio e progesterona

O estrogênio e a progesterona são os hormônios femininos mais importantes. Ambos são produzidos no ovário e, em conjunto, controlam o ciclo menstrual, apresentando aumento ou diminuição da sua concentração de acordo com a fase do ciclo menstrual.

Na fase ovulatória do ciclo menstrual, o nível de estrogênio chega ao seu ponto máximo e a progesterona quase não é produzida após a ovulação.

Após a ovulação, é possível notar um aumento da produção de estrogênio e, principalmente, progesterona, que atuam preparando o revestimento uterino para uma possível implantação, além de atuarem facilitando a chegada de nutrientes ao possível embrião implantado em caso de gravidez.

Caso o óvulo seja fecundado, há diminuição da quantidade da produção de progesterona e estrogênio. Entenda melhor sobre o ciclo menstrual.

Principais alterações

A quantidade de estrógeno no corpo é medida pela quantidade de estradiol circulante no organismo através do exame de sangue. Os valores de referência desse exame variam de acordo com a idade e gênero da pessoa, além de poder variar de acordo com o laboratório.

De forma geral, o valor de estradiol considerado normal nos homens é de 20,0 até 52,0 pg/mL, enquanto que no caso das mulheres o valor pode variar de acordo com o ciclo menstrual:

  • Fase folicular: 1,3 a 266,0 pg/mL
  • Meio do ciclo menstrual: 49,0 a 450,0 pg/mL
  • Fase lútea: 26,0 a 165,0 pg/mL
  • Menopausa: 10 a 50,0 pg/mL
  • Menopausa tratada com reposição hormonal: 10,0 a 93,0 pg/mL

Esses valores podem variar conforme a análise realizada pelo laboratório em que se realizou a coleta do sangue. Além disso, valores de estrógeno acima ou abaixo dos valores de referência podem ser indicativos de problemas de saúde, sendo importante consultar um médico.

Estrógeno alto

As principais situações que podem causar um aumento dos níveis de estrogênio no organismo são puberdade precoce, perimenopausa, síndrome dos ovários policísticos, gravidez e presença de tumor nos ovários ou na glândula suprarrenal. Além disso, mulheres com obesidade também podem produzir maior quantidade de estrogênio a partir do tecido adiposo.

Quando os níveis de estrogênio estão altos, é possível notar alguns sintomas, como:

  • Aumento de peso;
  • Alterações no ciclo menstrual, como sangramento leve ou abundante e irregularidade no ciclo;
  • Piora dos sintomas relacionados com a TPM;
  • Nódulos benignos na mama;
  • Fibromas uterinos;
  • Cansaço excessivo;
  • Diminuição da libido;
  • Dor nos seios;
  • Dificuldade para engravidar.

Os níveis altos de estrogênio também estão relacionados com o desenvolvimento do câncer de mama e de endométrio.

Nos homens, o estrógeno aumentado pode causar disfunção erétil, diminuição da libido ou infertilidade, aumentar a coagulação do sangue, estreitar as artérias e aumentar o risco de doenças cardíacas e hipertensão, além de favorecer o desenvolvimento de mamas, chamada de ginecomastia masculina. Saiba mais sobre a ginecomastia e como identificar.

Estrógeno baixo

O estrógeno pode apresentar valores mais baixos durante a menopausa, que é uma condição natural da vida da mulher em que os ovários deixam de produzir esse hormônio, sendo que a maior parte do estrógeno passa a ser produzido somente pelas células de gordura do corpo e pela glândula suprarrenal, porém em pequenas quantidades.

Outras situações que podem diminuir a quantidade de estrógeno produzido em mulheres são insuficiência ovariana, síndrome de Turner, uso de anticoncepcionais orais, hipopituitarismo e gravidez ectópica. Os sintomas que podem ser notados nessa situação são:

  • Ausência de ciclo menstrual ou ciclos menstruais menos frequentes;
  • Suores noturnos;
  • Problemas para dormir, podendo haver insônia;
  • Secura vaginal;
  • Diminuição da libido;
  • Mudanças de humor;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço excessivo;
  • Dificuldade de atenção ou diminuição da memória;
  • Pele seca.

Além disso, o estrógeno baixo pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e causar osteoporose, principalmente na menopausa, sendo em alguns casos necessária a terapia de reposição hormonal, indicada pelo médico de forma individualizada. Saiba como é feita a terapia de reposição hormonal na menopausa.

Nos homens, o estrógeno baixo pode ocorrer por hipogonadismo ou hipopituitarismo e causar sintomas como retenção de líquidos no corpo, acúmulo de gordura abdominal, perda da densidade óssea, irritabilidade, depressão, ansiedade ou cansaço excessivo.

Assista o vídeo com a nutricionista Tatiana Zanin com dicas sobre alimentação durante a menopausa:

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Onde é produzido

Nas mulheres, o estrógeno é produzido, principalmente, pelos ovários, e sua síntese começa através do estímulo de dois hormônios produzidos pela hipófise no cérebro, o LH e o FSH, que enviam sinais aos ovários para produzir o estradiol, que é o tipo de estrógeno mais potente produzido durante toda a idade reprodutiva da mulher.

Outros dois tipos de estrógeno, menos potentes, também podem ser produzidos, a estrona e o estriol, mas não necessitam do estímulo dos hormônios cerebrais, pois as células tecido adiposo, as células da mama, óssea e dos vasos sanguíneos, glândula suprarrenal e a placenta durante a gravidez produzem uma enzima que transforma o colesterol em estrógeno.

Nos homens, o estradiol é produzido, em pequenas quantidades, pelos testículos, células ósseas, tecido adiposo e glândula suprarrenal.

Além da produção pelo corpo, alguns alimentos podem ser fonte de estrógenos que são fitoestrógenos, também chamados de estrógenos naturais, como a soja, a linhaça, o inhame ou a amora, por exemplo, e aumentam a quantidade de estrógeno no corpo. Veja os principais alimentos ricos em fitoestrógenos.

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