A dor na boca do estômago é o nome popular para a chamada dor epigástrica ou epigastralgia, que é a dor que surge na parte superior do abdômen, logo abaixo do tórax, região que corresponde ao local onde o estômago se inicia.
Na maioria das vezes, esta dor não é preocupante, e pode indicar alguma alteração no estômago, esôfago ou início do intestino, como refluxo, gastrite ou má digestão, por exemplo, e costuma estar associada a outros sintomas, como azia, enjoo, vômito, gases, distensão abdominal ou diarreia, por exemplo.
Leia também: Epigastralgia: o que é, causas (e o que fazer) tuasaude.com/epigastralgiaNo entanto, em alguns casos mais raros, a dor na boca do estômago também poder indicar condições mais sérias como inflamação na vesícula, pancreatite ou até um infarto. Por isso, sempre que esta dor surgir com forte intensidade e não melhorar após algumas horas ou vier acompanhada de falta de ar, tontura, sensação de aperto no peito ou desmaio, é importante procurar o pronto-socorro para uma avaliação do médico.
O que pode ser a dor na boca do estômago
Para descobrir o que pode estar causando a dor na boca do estômago, por favor responda às seguintes questões:
Essa ferramenta deve ser usada somente para tentar identificar a possível causa da sua dor no umbigo. Por isso, não deve substituir a consulta com o médico, que é o profissional capaz de confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado.
Principais causas de dor na boca do estômago
As principais causas de dor na boca do estômago são:
1. Gastrite
Gastrite é a inflamação da mucosa que reveste a parte interna do estômago, provocando uma dor na boca do estômago que varia de leve, moderada, até intensa, que costuma ser tipo queimação ou aperto e que surge especialmente depois de comer.
Geralmente, além da dor, a gastrite provoca outros sintomas como náuseas, sensação de estar muito cheio após comer, arrotos, gases excessivos e até vômitos, que produzem uma sensação de alívio.
Esta inflamação pode ser desencadeada por várias causas como alimentação desequilibrada e rica em frituras, estresse, uso frequente de anti-inflamatórios, ou uma infecção pela bactéria Helicobacter pylori, por exemplo.
O que fazer: o tratamento deve ser indicado pelo gastroenterologista ou clínico geral, que poderá indicar o uso de medicamentos como o omeprazol para diminuir a acidez do estômago. No caso da infecção por H. pylori, também pode ser indicado o uso de antibióticos, como claritromicina e amoxicilina, por exemplo.
É importante também mudar os hábitos alimentares, evitando o consumo de bebidas alcoólicas, apimentadas ou muito temperadas.
2. Esofagite
A esofagite é a inflamação do tecido do esôfago, geralmente, provocada por doença do refluxo gastroesofágico ou uma hérnia de hiato.
Esta inflamação costuma provocar dor no estômago e queimação na região do tórax, que piora após refeições e com certos tipos de alimentos, como cafeína, álcool e frituras.
Além disso, a dor é mais frequente à noite e não melhora apenas com repouso.
O que fazer: o tratamento é recomendado pelo médico e inclui medicamentos para diminuir a acidez do estômago, como famotidina ou omeprazol, por exemplo, além de mudanças no estilo de vida, como evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas, alimentos ricos em gordura, açúcares e refeições prontas ou congeladas.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser recomendada para evitar o retorno do alimento e promover a melhora dos sintomas. Veja mais detalhes do tratamento para esofagite.
3. Má digestão
Comer em excesso ou ingerir alimentos que o organismo não tolera bem, que estejam contaminados com micro-organismos ou que contenham lactose, por exemplo, podem provocar uma digestão difícil, com irritação da mucosa do estômago, produção excessiva de gases, refluxo e aumento da motilidade do intestino.
O resultado disto é a dor que pode surgir na boca do estômago ou em qualquer outro local do abdômen, e pode ser acompanhada de gases, diarreia ou prisão de ventre.
O que fazer: nestes casos, a dor costuma passar após algumas horas, e recomenda-se tomar medicamentos para aliviar o desconforto, como antiácidos e analgésicos, beber bastante líquido e comer alimentos leves. Também pode optar por remédios caseiros, como o chá de boldo e o de anis.
Além disso, é também recomendado o consumo de alimentos que não irritam o estômago como gelatinas e biscoito sem recheio, por exemplo.
4. Pedra na vesícula
A presença de cálculos na vesícula pode provocar dor abdominal intensa que, apesar da maioria das vezes surgir na parte superior direita do abdômen, também pode se manifestar na região da boca do estômago.
A dor costuma ser tipo cólica e geralmente piora muito rápido, podendo ser acompanhada de enjoos e vômitos.
O que fazer: o gastroenterologista poderá orientar o uso de medicamentos para dissolver as pedras e aliviar os sintomas, como o ácido ursodesoxicólico, além de analgésicos e antieméticos para aliviar o desconforto e a dor.
Algumas técnicas indicadas são as ondas de choque e, em casos mais graves, a remoção por meio de cirurgia. Também é importante mudar os hábitos de vida, como evitar o consumo de alimentos embutidos, gordurosos e carnes vermelhas, por exemplo. Veja as principais formas de tratamento para pedra na vesícula.
5. Pancreatite aguda
Pancreatite é a inflamação do pâncreas, um órgão localizado no centro do abdômen e com função muito importante na digestão dos alimentos e produção de hormônios.
Nestes casos, a dor surge quase sempre repentinamente e é muito intensa, podendo irradiar para a parte superior do abdômen. A dor pode ainda estar associada a vômitos, distensão abdominal e prisão de ventre.
O que fazer: a pancreatite aguda é uma urgência médica e seu tratamento deve ser iniciado rapidamente, para evitar que se agrave e provoque uma inflamação generalizada do organismo. As primeiras medidas incluem jejum, hidratação na veia e uso de analgésicos.
Caso seja identificada uma infecção, o médico pode indicar o uso de antibióticos, como ciprofloxacino, ofloxacino ou vancomicina, por exemplo.
Nos casos graves, pode ser indicada a realização de cirurgia. Confira como é feito o tratamento para pancreatite.
6. Infarto
Pode acontecer de uma alteração cardíaca, como infarto do miocárdio, se apresente com dor na boca do estômago, ao invés da típica dor no peito.
Apesar de não ser comum, a dor no estômago devido a um infarto costuma ser tipo queimação ou aperto, e está associada a náuseas, vômitos, suor frio ou falta de ar.
Costuma-se suspeitar de alterações cardíacas em pessoas que já têm algum fator de risco para infarto, como idosos, obesos, diabéticos, hipertensos, tabagistas ou pessoas que apresentam doenças do coração.
O que fazer: casos haja suspeita de infarto, é necessário ir imediatamente ao pronto-socorro, onde o médico fará as primeiras avaliações para identificar a causa da dor através da realização de um eletrocardiograma e solicitará a medição de troponinas cardíacas, sendo então possível iniciar o tratamento mais rapidamente. Saiba identificar os principais sintomas de infarto e como tratar.
Assista ao vídeo a seguir e conheça mais sobre o infarto:
7 sintomas de INFARTO que você precisa reconhecer
04:27 | 27.439 visualizações7. Úlcera perfurada
A úlcera gástrica perfurada pode acontecer como consequência da gastrite que não foi tratada corretamente e que provocou o aparecimento de uma lesão na mucosa do estômago, resultando em dor no meio do peito ou na boca do estômago.
A dor causada pela úlcera perfurada é pulsante e pode irradiar para as costas e peito, além de causar outros sintomas como náuseas frequentes, sensação de peso no estômago e vômitos, que podem conter pequenas quantidades de sangue.
O que fazer: é fundamental que o gastroenterologista seja consultado ou que a pessoa vá à urgência sempre que houver a suspeita de uma úlcera perfurada, já que é uma situação de requer tratamento médico imediato.
8. Apendicite
Geralmente, a dor da apendicite pode ter início na boca do estômago, ao redor do umbigo, e, em seguida, pode "mover-se" para a direta, sendo também notado aumento da intensidade da dor. Conheça mais sobre a apendicite.
O que fazer: é importante que a pessoa vá imediatamente às urgências na suspeita de apendicite para que seja feito o diagnóstico e o tratamento logo em seguida, que normalmente é feito através de cirurgia para remover o apêndice.
9. Pericardite
A pericardite é a inflamação da membrana que recobre o coração e que pode causar dor no peito ou na boca do estômago, semelhante a um infarto.
De forma geral, a pericardite pode ser causada por infecções, como pneumonia ou tuberculose, doenças reumáticas, como lúpus e artrite reumatoide, ou radioterapia no tórax.
O que fazer: o tratamento da pericardite deve ser orientado pelo cardiologista e pode variar de acordo com o tipo de pericardite e sua causa, sendo geralmente indicado o uso de analgésicos, antipiréticos, anti-inflamatórios não esteroides, antibióticos, diuréticos ou corticoesteroides.
10. Excesso de gases
A presença de gases no estômago é uma situação desconfortável que normalmente acontece quando a pessoa engole muito ar, o que pode ser consequência de uma refeição muito volumosa ou de falar enquanto come.
Além disso, o consumo de refrigerantes e de alimentos que provocam gases, como ovos, couve-flor ou cebola, também podem fazer com que os gases fiquem acumulados no estômago.
O quer fazer: o excesso de gases é eliminado através das flatulências ou arrotos, havendo o alívio imediato dos sintomas. É possível prevenir a dor no estômago ao evitar mascar chiclete, comer devagar e não falar muito durante as refeições.
Se a dor no estômago não melhorar, é recomendado que o médico seja consultado.
11. Diverticulite
A diverticulite é uma condição do intestino caracterizada pela inflamação e/ ou infecção do divertículo, que é uma pequena saliência presente na parede intestinal.
Apesar de acontecer na parte inferior do intestino, em alguns casos divertículo pode ficar mais inchado na porção superior do intestino, causando dor no estômago. Porém, essa situação é mais rara de acontecer.
Outros sintomas comuns da diverticulite são náusea, vômitos, febre e presença de sangue nas fezes. Confira mais sintomas da diverticulite.
O que fazer: o tratamento para a diverticulite deve ser orientado pelo gastroenterologista, podendo variar de acordo com a intensidade dos sintomas e causa da inflamação.
Assim, pode ser indicado o uso de medicamentos analgésicos e/ ou anti-inflamatórios para aliviar os sintomas, e antibióticos, como ciprofloxacino e metronidazol, para tratar ou prevenir infecção.
12. Gastroenterite
A gastroenterite é uma situação que acontece quando o estômago e o intestino ficam inflamados devido a uma infecção por vírus, parasitas ou bactérias, causando sintomas como dor no estômago, náuseas e diarreia.
A gastroenterite normalmente acontece após o consumo de alimentos armazenados incorretamente ou contaminados e os sintomas podem aparecer logo em seguida.
O que fazer: nesses casos, é recomendado consultar o gastroenterologista para que seja feita uma avaliação e seja indicado o tratamento mais adequado, que pode envolver o repouso, ingestão de bastante líquidos e alimentação de fácil digestão.
13. Estresse ou ansiedade
O estresse ou a ansiedade também podem causar dor na boca do estômago, devido à conexão entre o cérebro e o sistema digestivo por meio do sistema nervoso entérico.
Em situações estressantes ou que provocam ansiedade, isso pode fazer com que os processos fisiológicos normais sejam interpretados como dolorosos, resultando em dor na boca do estômago. Veja mais sobre estresse e ansiedade.
O que fazer: para aliviar os sintomas de estresse e ansiedade, bem como para evitar novas crises, é importante tomar medidas que possam ajudar a relaxar e promover uma sensação de bem-estar, como atividade física, meditação e técnicas de respiração.
Além disso, também é possível tomar chás com propriedades calmantes e relaxantes, como o chá de camomila ou de valeriana, por exemplo.
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