Doença arterial periférica: sintomas, causas e tratamento

Atualizado em outubro 2021

A doença arterial periférica (DAP) é uma doença caracterizada pela diminuição do fluxo sanguíneo nas artérias, devido a um estreitamento ou oclusão destes vasos, afetando, principalmente, as pernas e pés, e provocando sinais e sintomas como dor, cãibras, dificuldade para andar, palidez nos pés, formação de úlceras e, até, risco de necrose do membro afetado.

Também conhecida como doença arterial oclusiva periférica (DAOP), esta doença é causada, principalmente, pelo acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos, chamado de aterosclerose. As pessoas com maior risco para o desenvolvimento desta alteração são os fumantes, portadores de diabetes, colesterol elevado ou pressão alta, por exemplo. Entenda melhor o que é e como tratar a aterosclerose

Para tratar a doença arterial periférica, o médico irá orientar terapias para diminuir ou evitar a piora da obstrução das artérias, como AAS, Clopidogrel ou Cilostazol, por exemplo, além de remédios para controle da pressão alta, colesterol e diabetes, sendo também muito importante a adoção de hábitos de vida saudáveis. Já o tratamento com cirurgia é indicado para pessoas com sintomas graves, que não melhoraram com os remédios ou que têm uma falta de circulação grave dos membros.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

As pessoas com a doença arterial periférica nem sempre têm sintomas e, em muitos casos, a doença pode progredir silenciosamente e se manifestar somente quando se torna grave. No entanto, os sinais e sintomas mais comuns são:

  • Dor nas pernas ao caminhar e que melhora com o repouso, também chamada de claudicação intermitente. A dor nas pernas mesmo em repouso pode surgir à medida que a doença piora;
  • Fadiga nos músculos das pernas;
  • Cãibra, dormência ou sensação de frio nos membros afetados;
  • Sensação de queimação ou cansaço nos músculos da perna, como panturrilha;
  • Diminuição dos pulsos arteriais, queda dos pêlos e pele mais fina nos membros afetados;
  • Formação de úlceras arteriais, ou, até, necrose do membro, em casos mais graves.

Os sintomas, principalmente a dor, podem piorar durante o sono à noite ou sempre que os membros estiverem elevados, pois isto diminui ainda mais o fluxo de sangue para as pernas e pés.

A aterosclerose pode afetar vasos sanguíneos de todo o organismo, por isso, pessoas com doença arterial periférica também têm maior risco de desenvolver outras doenças cardiovasculares, como angina, infarto, AVC ou trombose, por exemplo. Saiba quais são as doenças cardiovasculares e as principais causas

Como confirmar o diagnóstico

A principal forma de identificar a doença arterial periférica é através de avaliação clínica do médico, que irá observar os sintomas e o exame físico do membro afetado. 

Além disso, o médico poderá solicitar a realização de alguns exames, como medida da pressão nos membros, realização de ultrassom com doppler ou angiografia como forma de auxiliar na confirmação do diagnóstico.

Possíveis causas

A principal causa da doença arterial periférica é a aterosclerose, em que acúmulo de gordura nas paredes das artérias provoca o seu endurecimento, estreitamento e diminuição do fluxo sanguíneo. Os fatores de risco para a aterosclerose incluem:

  • Colesterol elevado;
  • Pressão arterial elevada;
  • Alimentação rica em gorduras, sal e açúcar;
  • Sedentarismo;
  • Excesso de peso;
  • Tabagismo;
  • Diabetes;
  • Doença cardíaca. 

Entretanto, outras causas da doença arterial periférica podem ser a trombose, embolismo, vasculite, displasia fibromuscular, compressão, doença adventícia cística ou traumatismo do membro, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a doença arterial periférica é indicada pelo médico, especialmente o angiologista, que poderá indicar o uso de remédios como:

  • Aspirina ou clopidogrel, que contribuem evitar formação de trombos no sangue e obstrução das artérias;
  • Remédios para controlar o colesterol, para ajudar a estabilizar a placa de colesterol nos vasos e impedir a piora da obstrução:
  • Cilostazol, que ajuda a dilatar as artérias afetadas para casos moderados a graves;
  • Analgésicos para aliviar as dores. 

Além disso, é muito importante adotar melhorias nos hábitos de vida e controlar fatores de risco para esta doença, como parar de fumar, perder peso, praticar atividades físicas regulares (pelo menos 30 minutos por dia), adotar uma dieta saudável e equilibrada, além de fazer o tratamento correto para controlar o diabetes, colesterol e pressão alta.

Desta forma, é possível diminuir a piora da aterosclerose e os efeitos do acúmulo de placas de gorduras nos vasos sanguíneos, impedindo, assim, a piora da doença arterial e o surgimento de outras doenças cardiovasculares, como angina, infarto e AVC, por exemplo.

Já a cirurgia pode ser indicada pelo angiologista em casos em que não houve melhora dos sintomas como tratamento clínico ou quando a obstrução do fluxo sanguíneo é grave.