8 principais complicações da diabetes

Atualizado em março 2023

As complicações da diabetes normalmente surgem quando o tratamento não é feito corretamente e quando não se tem o controle dos níveis de açúcar, já que o açúcar em excesso pode provocar lesões em todo o corpo, incluindo olhos, rins, vasos sanguíneos, coração e nervos, podendo ter como resultado a hipo ou hiperglicemia, alterações renais, problema nos olhos, aumento do risco de infecção e dificuldade para cicatrizar feridas. 

No entanto, as complicações da diabetes podem ser facilmente evitadas por meio da realização do tratamento com remédios ou insulina recomendado pelo endocrinologista, controle da glicemia ao longo do dia, prática de atividade física de forma regular e alimentação saudável e equilibrada, de acordo com as recomendações do nutricionista.

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Principais complicações

Algumas das principais complicações relacionadas com a diabetes não controlada são:

1. Hipoglicemia

A hipoglicemia é uma complicação aguda da diabetes e que pode acontecer quando o tratamento não é realizado corretamente, ou seja, quando a pessoa faz uso de uma maior quantidade de insulina ou de medicamento que a recomendada pelo médico, o que pode fazer com que o nível de açúcar baixe consideravelmente, podendo ficar abaixo de 70 mg/dL. Os sintomas de hipoglicemia podem variar de uma pessoa para outra, porém os mais comuns são náuseas, tonturas, tremores e suor frio. Saiba reconhecer os sintomas de hipoglicemia.

2. Hiperglicemia

A hiperglicemia é uma complicação da diabetes que pode acontecer quando o tratamento não é realizado, de forma que o nível de açúcar permanece alto ao longo do dia, resultando em sintomas como visão borrada e embaçada, sede, pele seca e fraqueza. No caso a hiperglicemia ser persistente, é possível resultar em algumas situações:

  • Cetoacidose diabética: é uma situação que acontece como consequência do déficit de insulina, sendo caracterizada pelo nível de glicose acima de 300 mg/dL e aumento da quantidade de corpos cetônicos circulantes, resultando em sintomas como sede intensa, mau hálito, dor abdominal, respiração rápida e confusão mental;
  • Síndrome hiperosmolar não cetótica ou coma hiperosmolar não cetótico: acontece quando a glicemia está acima de 600 mg/dL, sendo mais comum de acontecer em pessoas mais velhas, e tem como consequência a deterioração do sistema nervoso central e desidratação grave.

Para prevenir essas situações, é importante realizar o tratamento conforme a orientação do médico e medir os níveis de glicose regularmente, várias vezes ao dia, sendo importante ir ao pronto-socorro ou hospital mais próximo quando a glicemia estiver muito alta.

3. Pé diabético

O pé diabético é uma das complicações mais frequentes da diabetes e é caracterizado pelo aparecimento de feridas na pele e falta de sensibilidade no pé, o que acontece devido a lesões nos vasos sanguíneos e nervos, podendo, em casos muito graves, ser necessária a amputação do membro afetado, já que há comprometimento da circulação.

Para tratar esse problema é necessário fazer curativos no posto médico e é importante lavar e secar diariamente os pés e aplicar creme hidratante, principalmente nos calcanhares. Veja mais sobre como identificar e tratar o pé diabético.

4. Lesões nos rins

A lesão nos rins, também conhecida como nefropatia diabética, é uma alteração nos vasos sanguíneos dos rins que levam a dificuldades na filtração do sangue, o que pode resultar em insuficiência renal e haver a necessidade de realizar hemodiálise, que consiste num procedimento em que a função do rim é substituída por uma máquina, havendo filtração.

Um sinal que indica a ocorrência de nefropatia é a presença de albumina na urina e, quanto maior a quantidade de albumina na urina, mais grave é o estado da nefropatia. Conheça mais sobre a nefropatia diabética.

5. Problemas nos olhos

As alterações na visão podem também ser provocadas pela quantidade excessiva de açúcar circulante no sangue, havendo maior risco de:

  • Cataratas em que se forma uma opacidade no cristalino do olho, deixando a visão embaçada;
  • Glaucoma que é a lesão do nervo óptico, podendo levar à perda do campo visual;
  • Edema macular em que ocorre deposição e acúmulo de fluidos e proteínas na mácula do olho, que é a região central da retina, tornando-a mais espessa e inchada;
  • Retinopatia diabética em que ocorre lesão nos vasos sanguíneos da retina dos olhos, podendo causar cegueira permanente. Conheça mais sobre a retinopatia diabética.

Caso o paciente sinta a visão turva ou desfocada deve ir no oftalmologista e uma vez detectada a retinopatia diabética, o seu tratamento pode ser feito através de fotocoagulação laser, cirurgias ou injeções intra-oculares.

6. Neuropatia diabética

A neuropatia diabética que é a degeneração progressiva dos nervos, o que provoca diminuição da sensibilidade em algumas partes do corpo, como os pés, originando o pé diabético ou sensação de queimação, frio ou formigamento nos membros afetados. Veja como tratar a neuropatia diabética.

7. Problemas no coração

A diabetes não controlada também pode favorecer o desenvolvimento de diversos processos inflamatórios no organismo, aumentando o risco de comprometimento do coração. Por isso, há maior possibilidade da pessoa ter infarto, aumento da pressão arterial ou ter um AVC.

Além disso, há maior risco também de haver doença vascular periférica, em que as artérias das pernas e dos pés sofrem obstrução ou oclusão, que leva ao estreitamento e endurecimento das artérias.

8. Infecções

As pessoas com diabetes têm maior chance de desenvolverem infecções pelo fato de haver sempre grande quantidade de açúcar circulante no sangue, o que favorece a proliferação de microrganismos e desenvolvimento de infecção. Além disso, grandes quantidade de açúcar circulantes podem interferir diretamente na imunidade.

Assim, no caso de diabetes não controlada há maior risco de infecções e do desenvolvimento de doenças periodontais, em que há infecção e inflamação da gengiva que pode levar à perda dentária.

Complicações da diabetes gestacional

As complicações da diabetes gestacional, surgem durante a gravidez e podem ser:

  • Crescimento excessivo do feto que pode resultar em complicações no parto;
  • Desenvolvimento de diabetes no futuro;
  • Maior risco de aborto ou de o bebê morrer pouco tempo depois;
  • Pouco açúcar no sangue ou outra doença no recém-nascido, pois após o parto o bebê não recebe mais glicose da mãe;

Para prevenir estas complicações, é importante detectar precocemente a doença através da realização de vários exames dos níveis de açúcar no sangue e na urina, e isso é feito nas consultas regulares de vigilância ao longo da gravidez.