Imunoterapia: o que é, quando é indicada e como funciona

Atualizado em março 2023

A imunoterapia é um tratamento que fortalece o sistema imune, fazendo com que o corpo da própria pessoa tenha maior capacidade para combater infecções, câncer e doenças autoimunes.

Geralmente, a imunoterapia é iniciada quando outras formas de tratamento não estão tendo resultado no tratamento da doença e, por isso, sua utilização deve ser sempre avaliada com o médico responsável pelo tratamento.

No caso do câncer, a imunoterapia pode ser utilizada juntamente com a quimioterapia em casos de difícil tratamento, parecendo melhorar as chances de cura de determinados tipos de câncer, como é o caso do melanoma, do câncer de pulmão ou câncer renal, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Como funciona a imunoterapia

Dependendo do tipo de doença e do seu grau de desenvolvimento a imunoterapia pode funcionar de formas diferentes, que incluem:

  • Estimular o sistema imune para que combata a doença com mais intensidade, sendo mais eficiente;
  • Fornecer as proteínas que tornam o sistema imune mais eficaz para cada tipo de doença.

Como a imunoterapia apenas estimula o sistema imunológico, não é capaz de tratar rapidamente os sintomas da doença e, por isso, o médico pode associar outros medicamentos, como anti-inflamatórios, corticoides ou analgésicos, para diminuir o desconforto.

Quando a imunoterapia é indicada

A imunoterapia ainda é uma terapia em estudo e, por isso, é um tratamento que é indicado quando: 

  • A doença provoca sintoma graves que interferem nas atividades do dia-a-dia; 
  • A doença põe em risco a vida do paciente; 
  • Os restantes tratamentos disponíveis não são eficazes contra a doença.

Além disso, a imunoterapia também é indicada nos casos em que os tratamentos disponíveis provocam efeitos colaterais muito intensos ou graves, que podem colocar em risco a vida.

Principais tipos de imunoterapia

Os principais tipos de imunoterapia são:

1. Transferência de células T

A transferência de células T consiste na coleta de uma amostra de células imunes que estão atacando o tumor ou a inflamação do corpo e depois analisa a amostra em laboratório para identificar aquelas que estão contribuindo mais para a cura.

Após análise, os genes dessas células são modificados para tornar as células T ainda mais fortes, devolvendo-as ao corpo para combater mais facilmente a doença.

2. Inibidores de checkpoint

O corpo possui um sistema de defesa que utiliza checkpoints para identificar as células saudáveis e evitar que o sistema imune as destrua. No entanto, o câncer também pode utilizar este sistema para disfarçar as células cancerígenas de células saudáveis, impedindo que o sistema imune seja capaz de o eliminar.

Neste tipo de imunoterapia, os médicos utilizam medicamentos em sítios específicos para inibir esse sistema nas células do câncer, permitindo que o sistema imune as volte a identificar e eliminar. Este tipo de tratamento tem sido feito principalmente em câncer de pele, pulmão, bexiga, rins e cabeça.

3. Anticorpos monoclonais

Estes anticorpos são criados em laboratório para conseguirem reconhecer mais facilmente células tumorais e marcá-las, para que o sistema imune consiga eliminá-las.

Além disso, alguns destes anticorpos podem carregar substâncias, como quimioterapia ou moléculas radioativas, que permitem evitar o crescimento do tumor. Veja mais sobre o uso de anticorpos monoclonais no tratamento do câncer.

4. Vacinas contra o câncer

No caso das vacinas, o médico recolhe algumas células tumorais e depois altera-as em laboratório para que sejam menos agressivas. Por fim, essas células são novamente injetadas no corpo do paciente, sob a forma de vacina, para estimular o sistema imune a combater o câncer com maior eficácia.

5. Moduladores do sistema imune

Os moduladores do sistema imune, como as citocinas, BCG e fármacos imunomoduladores, melhoram a resposta imunológico do corpo contra doenças, como câncer, alterações autoimunes, doença inflamatória intestinal, alergia, asma e infecções, por exemplo.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais da imunoterapia podem variar de acordo com o tipo de terapia utilizada, assim como o tipo da doença e a fase do seu desenvolvimento. Porém, os efeitos colaterais mais frequentes incluem cansaço excessivo, febre persistente, dor de cabeça, náuseas, tonturas e dor muscular.

Onde pode ser feito o tratamento com imunoterapia

A imunoterapia é uma opção que pode ser sugerida pelo médico que está orientando o tratamento de cada tipo de doença e, por isso, sempre que necessária, é feita pelo médico especialista da área.

Assim, no caso do câncer, por exemplo, a imunoterapia pode ser feita nos institutos de oncologia, mas no caso de doenças da pele, ela já deve ser feita por um dermatologista e no caso de alergia respiratória o médico mais indicado é o alergologista.