Coito interrompido: funciona ou é possível engravidar?

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
março 2023

O coito interrompido é um método contraceptivo pouco eficaz, mas que pode reduzir as chances de engravidar, já que consiste na retirada do pênis de dentro da vagina momentos antes da ejaculação, diminuindo o risco do espermatozoide fecundar o óvulo e acontecer a gravidez.

Esse tipo de método contraceptivo, embora seja ainda muito usado, pode falhar, uma vez que pode ocorrer liberação de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, além do homem necessitar ter um controle para acertar o momento em que deve retirar o pênis da vagina e sensibilidade para perceber quando irá ejacular.

Além disso, o coito interrompido é desaconselhado pelos profissionais da saúde, pois além de não ser totalmente seguro na prevenção da gravidez, também não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST's), como HPV, herpes genital, HIV, sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo. Confira as principais IST's.

Imagem ilustrativa número 2

É possível engravidar?

É possível engravidar com o método do coito interrompido, mesmo que o pênis seja retirado da vagina, o que se pode dever a alguns motivos, como:

  • Dificuldade do homem de controlar o momento certo para retirar o pênis da vagina, de forma a não ejacular dentro da vagina;
  • Dificuldade do homem para perceber quando irá ejacular;
  • Presença de pequenas quantidades de espermatozoides no líquido pré-ejaculatório, que é um fluido lubrificante liberado pelo homem durante a excitação sexual, antes da ejaculação;
  • Presença de uma pequena quantidade de espermatozoides na uretra masculina, de uma ejaculação recente anterior, que podem chegar até o óvulo e fecundá-lo, dando início à gravidez;
  • Ejacular na parte superior das coxas da mulher ou na vulva feminina. Se o sêmen entrar em contato com o fluido vaginal, os espermatozoides podem chegar até o óvulo e ocorrer a fecundação.

Nessas situações, é recomendado que a mulher consulte o ginecologista, especialmente se a mulher estiver no período fértil e não deseja engravidar, pois o médico pode indicar o anticoncepcional de emergência, para ser tomado no período máximo de até 72 horas após o contato íntimo desprotegido. Veja como funciona a pílula do dia seguinte.

Além disso, o ginecologista pode indicar outros métodos contraceptivos eficazes, que além de prevenir a gravidez, também previne infecções sexualmente transmissíveis. 

Por que o coito interrompido não é recomendado?

O coito interrompido não é recomendado pelo fato de ser pouco eficaz, tendo 78% de eficácia, ou seja, cerca de 2 em cada 10 mulheres que praticam este método, podem engravidar. Além disso, não previne contra infecções sexualmente transmissíveis, e por isso a sua prática é totalmente desaconselhada.

O ideal é que o casal use uma camisinha para cada contato íntimo para prevenir não só a gravidez, mas também as doenças que podem ser transmitidas via sexual. Conheça os principais métodos contraceptivos.

Quando pode ser uma boa opção

Quando a mulher tem um ciclo menstrual muito regular e consegue saber exatamente quando é o seu período fértil todos os meses, o coito interrompido pode ser uma possibilidade caso o casal não tenha acesso a nenhum outro método contraceptivo, ainda que seja muito arriscado, e haja a possibilidade de engravidar.

Saiba quando é o seu período fértil colocando seus dados a seguir:

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em março de 2023. Revisão médica por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em dezembro de 2019.

Bibliografia

  • DEMIR, O.; et al. Evaluation of the frequency of coitus interruptus and the effect of contraception counselling on this frequency. J Obstet Gynaecol. 41. 3; 453-458, 2021
  • CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Coitus Interruptus (Withdrawal). Disponível em: <https://www.cdc.gov/reproductivehealth/contraception/mmwr/mec/appendixh.html>. Acesso em 28 fev 2022
Mostrar bibliografia completa
  • SOCIEDADE PORTUGUESA DE GINECOLOGIA, SOCIEDADE PORTUGUESA DA CONTRACEPÇÃO, SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA DA REPRODUÇÃO . CONSENSO SOBRE CONTRACEPÇÃO. 2011. Disponível em: <http://www.apf.pt/sites/default/files/media/2015/consenso_sobre_contracecao_2011.pdf>. Acesso em 09 dez 2019
  • Lampiao F. Coitus Interruptus: Are there spermatozoa in the pre-ejaculate?. International Journal of Medicine and Biomedical Research. Vol.3. 1.ed; 1-4, 2014
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE POLÍTICA DA SAÚDE, ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE DA MULHER. Assistência em planejamento familiar. 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf>. Acesso em 09 dez 2019
  • KILLICK, Stephen R. et. al.. Sperm content of pre-ejaculatory fluid. Human Fertility. Vol. 14. 1.ed; 48-52, 2011
Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.

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