Citogenética: o que é, para que serve e como é feito

Atualizado em dezembro 2023

A citogenética é um exame que tem como objetivo analisar os cromossomos e, assim, identificar alterações na estrutura e número de cromossomos, sendo geralmente indicado para diagnosticar doenças genéticas ou alguns tipos de câncer.

Esse exame é feito recolhendo uma amostra de sangue, tecido ou medula óssea e pode ser feito em qualquer idade, até mesmo durante a gravidez para verificar possíveis alterações genéticas no bebê.

A citogenética permite que o médico e o paciente possuam uma visão geral do genoma, auxiliando o médico a realizar o diagnóstico e direcionar o tratamento, se necessário. Esse exame não necessita de nenhum preparo e a coleta não demora a ser feita, no entanto o resultado pode demorar entre 3 e 10 dias para ser liberado de acordo com o laboratório.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O exame de citogenética humana é indicado para investigar possíveis alterações cromossômicas, tanto em crianças quanto em adultos, como:

  • Síndrome de Down;
  • Síndrome de Edwards;
  • Síndrome de Patau;
  • Síndrome DiGeorge;
  • Síndrome Cri-Du-Chat;
  • Síndrome de Klinefelter;
  • Hermafroditismo ou pseudo-hermafroditismo;
  • Leucemias;
  • Linfomas.

Geralmente, esse exame é indicado nos casos de histórico familiar de alguma alteração genética, alterações no ultrassom obstétrico, idade materna avançada, abortos recorrentes ou alterações em exames bioquímicos.

Além disso, o exame de citogenética no caso de câncer, pode ajudar na classificação do tipo de leucemia, além de avaliar o melhor tratamento, assim como a resposta ao tratamento, por exemplo.

O que o exame identifica

O exame de citogenética permite identificar alterações nos cromossomos, como:

  • Alterações numéricas, que são caracterizadas pelo aumento ou diminuição na quantidade de cromossomos, como o que acontece na síndrome de Down, em que é verificada a presença de três cromossomos 21, possuindo a pessoa 47 cromossomos no total;
  • Alterações estruturais, que são caracterizadas pela substituição, troca ou eliminação de determinada região de um cromossomo, como por exemplo a síndrome de Cri-du-Chat, em que ocorre uma perda de um pedaço do cromossomo 5.

Assim, esse exame avalia o cromossomo, que é uma estrutura constituída por DNA e proteínas que está distribuído nas células em pares, sendo 23 pares.

Desta forma, a partir do cariograma, que corresponde ao esquema de organização dos cromossomos, é possível identificar alterações no número e estrutura dos cromossomos.

Como é feito

O exame de citogenética normalmente é feito a partir de amostra de sangue, mas também pode ser feito com amostras de tecido ou medula óssea.

No caso do exame em gestantes, cujo objetivo é avaliar os cromossomos do feto, é coletado o líquido amniótico, as vilosidades coriônicas, ou até mesmo pequenas quantidades de sangue. 

Após a coleta das amostras e envio para o laboratório, é feito o cultivo das células para que elas se multipliquem e depois é adicionado um uma substância que inibe a divisão das células, fazendo com que o cromossomo se encontre na sua forma mais condensada e de melhor visualização.

Tipos de exame de citogenética

Dependendo do objetivo do exame, podem ser aplicadas técnicas moleculares diferentes para se obter informação do cariótipo da pessoa, sendo as mais utilizadas:

1. Bandeamento G

A técnica de bandeamento G, ou cariotipagem, consiste na aplicação do corante Giemsa, que permite a visualização dos cromossomos. 

Essa técnica é muito eficaz para detectar alterações numéricas, principalmente, e estruturais do cromossomo, sendo a principal técnica molecular aplicada na citogenética para diagnóstico e confirmação da síndrome de Down, por exemplo, que é caracterizada pela presença de um cromossomo extra.

2. Técnica de FISH

A técnica de FISH é mais específica e sensível, sendo mais utilizada para auxiliar no diagnóstico de câncer, pois permite identificar pequenas alterações nos cromossomos e rearranjos, além de identificar também alterações numéricas dos cromossomos. 

Apesar de ser bastante eficaz, a técnica de FISH é mais cara, pois utiliza sondas de DNA marcadas com fluorescência, sendo necessário um aparelho para captar a fluorescência e permitir a visualização dos cromossomos. Além disso, há técnicas mais acessíveis na biologia molecular que permitem o diagnóstico de câncer.