Aborto espontâneo é a interrupção involuntária da gravidez antes das 20 semanas de gestação, causando sintomas como dor abdominal intensa, corrimento vaginal e perda de sangue pela vagina.
O aborto espontâneo geralmente acontece por má formação do feto, mas que também pode ocorrer devido a infecções por vírus ou bactérias, sendo mais comum nas primeiras 12 semanas de gestação.
O tratamento do aborto espontâneo deve ser feito o mais rápido possível, devendo-se procurar o pronto-socorro mais próximo assim que surgem os sintomas, para que seja feito o diagnóstico, evitando complicações como sepse devido a produtos da concepção retidos no útero.
Sintomas de aborto espontâneo
Os principais sintomas de aborto espontâneo são:
- Sangramento vaginal;
- Dor abdominal forte, semelhante à cólica menstrual intensa, que pode irradiar para as costas;
- Febre ou calafrio;
- Corrimento vaginal com mau cheiro;
- Perda de coágulos de sangue ou tecidos pela vagina;
- Ausência dos sinais naturais da gravidez, como sensibilidade nos seios ou enjôos;
- Ausência de movimentos fetais por mais de 5 horas.
Além disso, esses sintomas podem ser acompanhados por palpitação cardíaca ou queda da pressão arterial. Veja outros sintomas do aborto espontâneo.
Os sintomas de aborto espontâneo quando ocorrem nas primeiras 6 semanas de gestação podem nem ser percebidos pela mulher, já que pode ser confundido com a menstruação.
Leia também: Como saber se é aborto ou menstruação? tuasaude.com/sinais-de-aborto-ou-menstruacaoÉ importante procurar atendimento médico imediato ou o pronto socorro mais próximo, no caso de surgimento de sintomas de aborto espontâneo, para que seja diagnosticado e iniciado o tratamento.
O que fazer em caso de suspeita de aborto
No caso da mulher apresentar sinais e sintomas como dor abdominal intensa e perda de sangue pela vagina, especialmente após o contato íntimo, é recomendado ir ao médico para realizar exames como o ultrassom para verificar se o bebê e a placenta estão bem.
O médico poderá indicar que a mulher fique de repouso e evite o contato íntimo por 15 dias, mas também pode ser preciso tomar remédios analgésicos e antiespasmódicos para relaxar o útero e evitar as contrações que levam ao aborto.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do aborto espontâneo é feito pelo obstetra através da análise dos sintomas, do exame pélvico ginecológico, exame de sangue medindo os níveis de beta-HCG, hemoglobina e hematócrito, e através do ultrassom pélvico ou transvaginal.
Assim, é possível o médico diagnosticar o tipo de aborto.
Além disso, no caso de mulheres que ainda não sabem o tipo sanguíneo, o médico pode solicitar exame de sangue para determinar o tipo sanguíneo materno e o fator Rh, caso seja necessário uma transfusão sanguínea ou recomendação de administração de imunoglobulina anti-D.
Leia também: Sangue negativo: principais riscos para o bebê e o que fazer tuasaude.com/como-o-tipo-de-sangue-negativo-pode-afetar-a-gravidezOutros exames que o médico pode solicitar para determinar a causa do aborto espontâneo, como infecções por gonorreia ou clamídia, por exemplo, são exame de urina e análise de secreção vaginal e dos produtos da concepção.
Tipos de aborto espontâneo
O aborto pode ser classificado em alguns tipos de acordo com as características do colo do útero e expulsão do conteúdo uterino, que pode ocorrer de forma completa, incompleta ou não ocorrer.
Os principais tipos de aborto espontâneo incluem:
1. Ameaça de aborto
A ameaça de aborto ocorre quando a mulher apresenta sangramento vaginal, mas não tem dilatação do colo do útero.
Geralmente, nesse tipo, a gravidez continua sem maiores riscos.
2. Aborto completo
No aborto completo ocorre a expulsão de todo o conteúdo uterino, sem necessidade de intervenção cirúrgica, sendo mais comum nas primeiras 12 semanas de gestação.
3. Aborto incompleto
No aborto incompleto ocorre a expulsão de apenas parte do conteúdo uterino, podendo ainda ficar retido no útero partes do feto, placenta ou membranas.
4. Aborto retido
O aborto retido é um tipo de aborto em que ocorre morte fetal, e a mulher não apresenta nenhuma atividade uterina para expelir o feto, que fica retido no útero por 4 semanas ou mais.
5. Aborto inevitável
O aborto inevitável ocorre quando o colo do útero se dilatou, mas os produtos da concepção não foram expelidos.
6. Aborto séptico
Outro tipo de aborto espontâneo é o aborto séptico, que se desenvolve quando ocorre infecção uterina.
Leia também: Aborto de repetição: 5 principais causas (e exames a fazer) tuasaude.com/aborto-de-repeticaoPossíveis causas
As principais causas de aborto espontâneo são:
- Má formação fetal;
- Histórico de dois ou mais abortos espontâneos;
- Gravidez após os 35 anos;
- Concepção dentro de três a seis meses após o parto;
- Alterações hormonais, como falta de progesterona;
- Infecções causadas por vírus ou bactérias, como gonorreia, clamídia, sífilis, micoplasma ou toxoplasmose;
- Exames pré-natais invasivos, como amniocentese ou biópsia de vilosidades coriônicas.
Além disso, problemas no útero ou no colo do útero, como útero bicorno, septado, arqueado, deformação no endométrio ou insuficiência do istmo-cervical, também podem aumentar o risco de aborto espontâneo.
Outras causas de aborto espontâneo são consumo exagerado de bebidas alcoólicas ou que contenham cafeína durante a gravidez, uso de drogas de abuso ou exposição à fumaça do cigarro.
Tomar remédios ou chás sem orientação médica também pode causar aborto espontâneo. Conheça alguns remédios que podem causar aborto.
Como é feito o tratamento
O tratamento do aborto espontâneo deve ser orientado pelo ginecologista-obstetra e depende do tipo de aborto aborto que a mulher sofreu.
No caso do aborto incompleto, o médico pode indicar o uso de remédios como Cytotec para eliminação completa e a seguir poderá realizar uma curetagem ou aspiração manual ou com vácuo, para remover os restos de tecidos e limpar o útero da mulher, prevenindo infecções. Saiba como é feita a curetagem.
Quando há sinais de infecção uterina como odor fétido, corrimento vaginal, intensa dor abdominal, batimento cardíaco acelerado e febre, o médico pode prescrever antibióticos em forma de injeção e raspagem uterina.
Nos casos mais graves, pode ser necessário retirar o útero da mulher.
Quando engravidar novamente
Após sofrer um aborto a mulher deve receber apoio psicológico profissional, da família e dos amigos para se recuperar emocionalmente do trauma causado pela perda do bebê.
A mulher poderá voltar a tentar engravidar após 3 meses do aborto, esperando que a menstruação volte ao normal, tendo pelo menos 2 ciclos menstruais ou após este período quando se sentir novamente segura para tentar uma nova gravidez.