Câmara hiperbárica: o que é, para que serve e como funciona

Atualizado em março 2024
Evidência científica

Câmara hiperbárica é um tratamento de oxigenoterapia em que se respira oxigênio puro a 100%, no interior de uma câmara que tem pressão 2 a 3 vezes maior o que a pressão ao nível do mar, sendo indicado para infecções, cicatrização de feridas, envenenamentos ou embolia pulmonar.

Esse tipo de tratamento, também chamado de oxigenoterapia hiperbárica, permite o corpo a absorver mais oxigênio através dos pulmões e há um aumento da circulação sanguínea, o que pode estimular o crescimento de células saudáveis e combater o desenvolvimento de bactérias.

Existem dois tipos de câmara hiperbárica, sendo uma para uso exclusivo de uma pessoa e a outra para uso de várias pessoas ao mesmo tempo. Estas câmaras são encontradas em clínicas particulares e estão disponíveis em hospitais do SUS em algumas situações, como por exemplo, para tratamento do pé diabético.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A câmara hiperbárica serve para oferecer mais oxigênio para os tecidos, quando existe alguma lesão, e é preciso mais oxigênio para reparação.

Desta forma, esse tipo de tratamento permite restabelecer lesões, melhorar a cicatrização e combater infecções.

É importante ressaltar que este tipo de procedimento ainda não tem comprovação científica e nem estudos suficientes que apontam cura de doenças, porém pode ser indicado pelo pneumologista, clínico geral, cirurgião ou médico intensivista, por exemplo, quando outros tratamentos não apresentam resultados esperados.

Marque uma consulta com o clínico geral na região mais próxima de você:

Cuidar da sua saúde nunca foi tão fácil!

Marque uma consulta com nossos Pneumologistas e receba o cuidado personalizado que você merece.

Marcar consulta

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

Quando é indicado

As principais indicações da câmara hiperbárica são:

  • Feridas que não cicatrizam, como pé diabético;
  • Anemia grave;
  • Infecções graves da pele, músculo ou tecido gorduroso;
  • Embolia gasosa ou gangrena gasosa;
  • Queimaduras térmicas extensas;
  • Envenenamento por monóxido de carbono;
  • Abscesso cerebral;
  • Lesões ou necrose óssea causados por radioterapia;
  • Osteomielite;
  • Síndrome compartimental;
  • Comprometimento de enxertos de pele;
  • Lesão por esmagamento ou amputações.

Além disso, a câmara hiperbárica pode ser indicada para doença descompressiva, síndrome compartimental ou perda auditiva neurossensorial súbita, por exemplo.

Este tipo de tratamento é prescrito pelo médico em conjunto com outros medicamentos e por isso é importante não abandonar o tratamento convencional.

Além disso, a duração do tratamento com a câmara hiperbárica depende da extensão das feridas e da gravidade da doença, mas o médico pode recomendar até 30 sessões desta terapia.

Como funciona

A câmara hiperbárica funciona aumentando a capacidade do sangue em transportar oxigênio e a oxigenação do tecidos, o que é fundamental para o combater bactérias ou fungos e promover a liberação de substâncias que facilitam a cicatrização.

Além disso, a oxigenoterapia hiperbárica ajuda a diminuir o tamanho de bolhas de gás no sangue e favorecer a sua dissolução, devido a maior pressão dentro da câmara.

Como se preparar

Para se preparar para a câmara hiperbárica, é importante:

  • Informar ao médico todos os remédios que utiliza regularmente, pois alguns remédios podem ter seu efeito alterado pelo oxigênio hiperbárico;
  • Evitar bebidas alcoólicas e gaseificadas por pelo menos 4 semanas antes do tratamento e durante o tratamento;
  • Evitar ou parar de fumar, pois prejudica o transporte de oxigênio para os tecidos;
  • Fazer uma dieta nutritiva e balanceada, algumas horas antes do tratamento;
  • Beber bastante água, para manter o corpo hidratado;
  • Vestir roupas limpas e meias de algodão;
  • Não levar nenhum produto eletrônico ou inflamável para dentro da câmara como fósforos, isqueiros, celular, aparelhos auditivos, relógio ou produtos à base de óleo.

No dia da sessão de oxigenoterapia hiperbárica, é importante não usar desodorante, perfumes, maquiagem, lentes de contato rígidas, óculos, hidratantes, spray de cabelo ou óleos, peruca, extensões de cabelo, joias, piercings ou bijuterias.

Além disso, deve-se evitar aplicar unhas de acrílico ou esmaltes por pelo menos 24 horas antes do tratamento.

Como é feito

O tratamento na câmara hiperbárica é feito pelo médico em um hospital ou clínica, usando diferentes aparelhos e o oxigênio pode ser em administrado através de máscaras ou capacetes apropriados ou diretamente no espaço da câmara de ar.

Para realizar a sessão da câmara hiperbárica a pessoa fica deitada ou sentada respirando profundamente durante 2 horas sendo que médico pode indicar mais de uma sessão dependendo da doença a ser tratada.

Durante a terapia dentro da câmara hiperbárica é possível sentir pressão no ouvido, como acontece dentro do avião, para isso é importante bocejar ou fazer movimento de mastigação para melhorar essa sensação.

E ainda, é importante avisar o médico caso tenha claustrofobia, pois por causa da duração da sessão pode acontecer fadiga e mal estar. Entenda o que é claustrofobia.

Possíveis efeitos colaterais

O tratamento através da câmara hiperbárica tem poucos riscos para saúde, no entanto, em alguns casos mais raros, pode provocar convulsões devido a quantidade elevada de oxigênio no cérebro.

Outros efeitos colaterais podem ser ruptura no tímpano, danos nos seios da face, problemas de visão e pneumotórax, que é a entrada de oxigênio na parte externa do pulmão.

Além disso, a câmara hiperbárica pode causar envenenamento por oxigênio e causar danos nos pulmões. Por isso, só deve ser feita por um médico especialista em medicina hiperbárica.

Quem não deve fazer

A câmara hiperbárica é contraindicada de forma absoluta nos casos de pneumotórax não tratado. E ainda, pessoas com doenças pulmonares, como asma, enfisema ou DPOC, devem informar o médico, pois têm maior devido risco de pneumotórax.

Além disso, existem algumas contraindicações relativas que devem ser avaliadas caso a caso pelo médico, como pressão alta não controlada, diabetes com glicose maior que 300 ou menor que 100, uso de marcapasso ou insuficiência cardíaca congestiva, por exemplo.

Outras contraindicações relativas são cirurgia recente nos olhos, ouvidos ou tórax, febre, sinusite crônica, infecções respiratórias ativas, histórico de convulsões ou câncer não tratado.

Também é importante comunicar o médico sobre o uso de medicamentos contínuos, pois podem influenciar o tratamento com câmara hiperbárica. Por exemplo, o uso de medicamentos feitos durante a quimioterapia pode gerar complicações, desta forma o uso da câmara hiperbárica deve ser sempre avaliado pelo médico.