Bocejar é um comportamento natural e comum, mas quando acontece com frequência, geralmente mais de 5 a 10 vezes por dia, pode indicar cansaço, fadiga ou sono insuficiente.
Além disso, bocejar muito pode estar relacionado a problemas do sono, estresse e ansiedade, enxaqueca, além de problemas no sistema nervoso, como Parkinson e epilepsia, ou o uso de alguns medicamentos como antidepressivos.
Bocejar muito somente não indica uma doença, mas pode ser um sinal de que algo não está bem no corpo, devendo ser tratada a causa principal para ajudar a reduzir os bocejos excessivos.
As principais causas de bocejar muito são:
1. Alterações no sono
Bocejar muito geralmente ocorre antes do sono, ao despertar, em situações de cansaço extremo ou sonolência. Está associado à falta de sono durante a noite e à sonolência ao longo do dia.
No entanto, bocejar muito é frequentemente observado também em pessoas com distúrbios do sono, como insônia e apneia obstrutiva do sono.
O que fazer: é indicado realizar a higiene do sono, como definir horário para dormir e acordar, criar um ambiente confortável e evitar cafeína e bebidas alcoólicas antes de dormir. Entenda melhor como fazer a higiene do sono.
Além disso, em caso de insônia, o médico do sono pode indicar o uso de medicamentos como benzodiazepínicos ou anti-histamínicos por um curto período de tempo, além de máscaras adaptáveis de oxigênio, em casos de apneia do sono.
2. Estresse e ansiedade
O estresse e a ansiedade podem provocar bocejos, pois elevam os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que afeta o sistema nervoso e leva ao aumento dos bocejos como uma tentativa de alívio.
O que fazer: pode-se praticar técnicas de relaxamento, como meditação, yoga, respiração profunda ou mindfulness. Além disso, exercícios físicos regulares e pausas no trabalho também podem ajudar.
3. Temperatura corporal elevada
Bocejar pode ajudar a regular a temperatura interna do corpo. Durante o bocejo, ocorre uma troca de ar e um aumento na circulação sanguínea na região da cabeça, o que pode ajudar a esfriar o cérebro.
Esse aumento da temperatura pode ocorrer por razões como exercícios físicos intensos ou exposição a ambientes muito quentes.
O que fazer: manter-se em ambientes frescos e bem ventilados e aumentar o consumo de líquidos. Além disso, se estiver durante uma atividade física intensa é recomendado pausas.
4. Uso de algumas medicações
Algumas medicações podem levar a bocejar muito como efeito colateral raro. Os mais comuns são os antidepressivos como fluoxetina e paroxetina e os dopaminérgicos como levodopa e pramipexol.
Essas medicações podem afetar substâncias químicas no cérebro que estão ligadas à regulação do sono, do humor e da atenção, como a dopamina e a serotonina.
O que fazer: é indicado buscar avaliação médica, onde poderá ser ajustada a dose ou feita a troca da medicação.
5. Enxaqueca
Bocejar muito pode ser um dos sinais que antecedem uma crise de enxaqueca. Esse sintoma costuma aparecer antes da dor de cabeça, junto com mal-estar e mudanças de humor.
Isso ocorre porque a enxaqueca está ligada à ação da dopamina, um neurotransmissor que também provoca bocejos.
O que fazer: é indicado o controle das crises de enxaqueca, através de descanso e alimentação rica em alimentos anti-inflamatórios com peixes, gengibre e castanhas, por exemplo.
Além disso, o neurologista poderá indicar o uso de remédios para prevenir o aparecimento ou, pelo menos, diminuir a frequência das crises de enxaqueca.
Leia também: Enxaqueca: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/enxaqueca6. Problemas no sistema nervoso
Bocejar muito pode indicar problemas no funcionamento do sistema nervoso, já que algumas doenças neurológicas afetam regiões envolvidas no controle do estado de alerta, da temperatura corporal ou de neurotransmissores como a dopamina.
Por exemplo, em casos de AVC, bocejar muito pode surgir devido a lesões em áreas profundas do cérebro. Já em pessoas com Parkinson, o bocejo pode estar relacionado a alterações nos níveis de dopamina no sangue.
Além disso, bocejar muito pode ser observado em pessoas com epilepsia, esclerose múltipla, hipertensão intracraniana e certos tipos de tumores cerebrais.
No entanto, bocejar somente não indica uma doença grave, devendo ser avaliado pelo neurologista em conjunto com outros sintomas como tonturas, desmaios e confusão mental.
O que fazer: deve-se consultar o neurologista para avaliar a frequência dos bocejos e a presença de outros sintomas, o médico também poderá solicitar exames neurológicos como ressonância magnética e eletroencefalograma.