O bicho de olho, também conhecido como Loíase, é uma infecção causada pela presença da larva Loa loa no organismo, que costuma se dirigir para o sistema ocular, onde provoca sintomas, como irritação, dor, coceira e vermelhidão nos olhos, por exemplo.
Geralmente, a larva é liberada quando a mosca da manga, muito comum em algumas regiões de África, morde repetidamente a pele, depositando as larvas no sangue, que migram para o local definitivo da infecção, que no caso da Loa loa são principalmente os olhos. Nesse local, as larvas desenvolvem-se até a fase adulta e liberam larvas que ficam circulantes na corrente sanguínea.
O bicho de olho tem cura e, normalmente é necessário fazer o tratamento indicado pelo oftalmologista, que pode incluir o uso de colírios para aliviar os sintomas e comprimidos antimicrobianos para eliminar as larvas do corpo.
Principais sintomas
A infecção por Loa loa normalmente não causa sintomas, principalmente em pessoas que vivem em região com a mosca, no entanto nas fases mais avançadas da infecção, que é quando as larvas atingem os olhos, os principais sintomas que podem surgir são:
- Visão embaçada;
- Olho coçando ou doendo;
- Vermelhidão no olho;
- Presença de manchas escuras na visão;
- Sensibilidade excessiva à luz.
Além disso, em alguns casos pode ser percebida a presença da larva no olho, sendo importante consultar o oftalmologista para que o tratamento seja iniciado e a larva removida. Na maioria dos casos, o bicho de olho está presente em apenas um dos olhos, podendo não haver aparecimento dos sintomas nos dois olhos.
Além disso, a larva também pode ficar na pele e, nesses casos, é comum o surgimento de pequenos caroços, que não doem, nos braços e pernas, principalmente nas regiões próximas das articulações.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do bicho de olho deve ser feito por meio da avaliação dos sintomas pelo clínico geral ou identificação da larva no olho. Além disso, é indicada a realização de exames de sangue para que seja identificada da presença de larvas no sangue, sendo importante que a coleta aconteça no período da manhã, que é quando há maior concentração do parasita no sangue.
O médico pode também solicitar a realização de exames imunológicos para que seja verificada a presença de anticorpos contra a Loa loa, confirmando o diagnóstico.
Como é feito o tratamento
O tratamento deve ser sempre orientado pelo oftalmologista, uma vez que pode variar de acordo com o grau de desenvolvimento da larva e dos sintomas apresentados. Os remédios mais utilizados incluem:
- Anti-inflamatórios, como flurbiprofeno ou diclofenaco: podem ser usados em forma de colírio ou comprimido para aliviar os sintomas de dor, vermelhidão e coceira;
- Antiparasitários, como albendazol, tiabendazol ou mebendazol: são usados como comprimidos para eliminar as larvas do corpo;
- Corticoides, como prednisolona ou hidrocortisona: geralmente são usados como colírio e permitem aliviar a coceira e outros sintomas.
Nos casos mais avançados, pode ainda ser recomendada a cirurgia para retirar as larvas do olho, especialmente as que estão mais superficiais. No entanto, a cirurgia não cura a doença e, por isso, os medicamentos devem ser mantidos de acordo com a indicação do médico.
Normalmente, o tratamento tem bons resultados e, por isso, a pessoa normalmente não fica com qualquer sequela. Porém, nos casos mais graves, pode surgir dificuldades de visão, mesmo depois do tratamento.
Como evitar pegar a larva
Uma vez que a larva Loa loa se instala no corpo após a picada da mosca da manga, a melhor forma de evitar pegar a doença consiste em reduzir a exposição a esse tipo de mosca. Para isso, algumas dicas incluem:
- Evitar ir em locais com lama, especialmente na sombra ou perto de rios;
- Passar um repelente de insetos na pele;
- Vestir blusa com manga comprida, para diminuir a quantidade de pele exposta;
- Preferir usar calças em vez de short ou saia.
Geralmente, as moscas da manga estão mais ativas durante o dia e, dessa forma, estes cuidados devem ser mantidos principalmente enquanto o sol está brilhando.