Anemia hemolítica autoimune: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
janeiro 2023
  1. Sintomas
  2. Causas
  3. Diagnóstico
  4. Tratamento

A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é um tipo de anemia em que anticorpos anormais atacam os glóbulos vermelhos do sangue, provocando a sua destruição e sintomas como cansaço, palidez, tontura e amarelamento da pele e olhos.

Embora nem sempre seja possível identificar a sua causa, a anemia hemolítica autoimune pode surgir pela desregulação do sistema imune após uma infecção, devido a doenças autoimunes, como lúpus ou artrite reumatóide, uso de alguns medicamentos e até câncer.

Em caso de suspeita de anemia hemolítica autoimune é importante consultar um hematologista ou clínico geral para confirmar o diagnóstico. Embora não tenha cura, a anemia pode ser controlada com o uso de medicamentos, como corticoides e imunossupressores, e até cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas da anemia hemolítica autoimune são:

  • Fraqueza;
  • Palidez;
  • Tontura;
  • Cansaço;
  • Sonolência;
  • Indisposição;
  • Coração acelerado;
  • Falta de ar;
  • Inchaço do abdome;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Urina escura, cor de coca-cola.

Estes sintomas são parecidos com os outros tipos de anemia. Por isso, em caso de suspeita de anemia hemolítica autoimune é importante consultar um hematologista ou clínico geral para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado. Veja mais sintomas que podem indicar anemia.

Possíveis causas

A anemia hemolítica autoimune é causada pela produção de anticorpos anormais que atacam as células vermelhas do sangue, levando à sua destruição. Isso pode acontecer devido a algumas doenças, como lúpus, artrite reumatoide, linfoma e leucemia, ou devido ao uso de alguns medicamentos, como antibióticos, mas nem sempre tem uma causa específica.

Além disso, a anemia hemolítica autoimune também pode surgir após infecções, como as provocadas pelo vírus Epstein-Barr ou Parvovírus B19, ou por bactérias como a Mycobacterium pneumoniae ou Treponema pallidum. Confira outras causas de anemia.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da anemia hemolítica autoimune é confirmado pelo hematologista ou clínico geral levando em consideração os sintomas e os resultados de exames como:

  • Hemograma, para identificar a anemia e observar a sua gravidade;
  • Testes imunológicos, como o teste de Coombs direto, que verifica a presença de anticorpos ligados à superfície das hemácias. Entenda o que significa o teste de Coombs;
  • Contagem de reticulócitos no sangue, que indica como o corpo está tentando compensar a destruição das hemácias, normalmente estando elevada em caso de anemia hemolítica;
  • Dosagem da bilirrubina total e frações, que pode estar alterada, especialmente a bilirrubina indireta. Saiba para que serve e quando está indicado o exame de bilirrubina;
  • Esfregaço de sangue periférico, um exame que permite identificar alterações específicas nas hemácias;
  • Dosagem de LDH, que geralmente aumenta no sangue quando as hemácias são destruídas.

O médico também pode pedir outros exames de sangue, como a dosagem de ferro, vitamina B12 e ferritina, que são importantes para diferenciar a anemia hemolítica autoimune de outras anemias. Conheça outros exames que confirmam anemia.

Anemia hemolítica autoimune quente e fria

A anemia hemolítica autoimune pode ser classificada como quente ou fria, dependendo do tipo de anticorpo que ataca os glóbulos vermelhos. A anemia hemolítica autoimune quente é a mais comum, sendo causada por anticorpos do tipo IgG. Já a anemia hemolítica autoimune fria é provocada por anticorpos do tipo IgM.

Como é feito o tratamento

O tratamento da anemia hemolítica autoimune pode envolver o uso de medicamentos como corticoides, imunossupressores e imunomoduladores. Além disso, nos casos mais graves, transfusões de sangue também podem ser indicadas para controlar a anemia.

A cirurgia para retirada do baço, conhecida como esplenectomia, algumas vezes também pode ser realizada, especialmente quando outros tratamentos não estão sendo eficazes. Veja outras indicações de esplenectomia.

Além disso, quando a causa da anemia hemolítica autoimune é identificada, sempre que possível, o seu tratamento também é importante para o controle da anemia. 

Anemia hemolítica autoimune tem cura?

A anemia hemolítica autoimune não tem cura, no entanto, a destruição das hemácias pode ser controlada através do tratamento adequado. No entanto, mesmo quando tratada adequadamente, algumas vezes a anemia pode voltar, especialmente se tiver sido grave no início da doença.

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Escrito por Jonathan Panoeiro - Neuropediatra. Atualizado e revisto clinicamente por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em janeiro de 2023.

Bibliografia

  • LIEBMAN, Howard A; WEITZ, Ilene C. Autoimmune Hemolytic Anemia. Med Clin North Am. Vol.101, n.2. 351-359, 2017
  • HILL, Anita; HILL, Quentin A. Autoimmune hemolytic anemia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. Vol.2018, n.1. 382–389, 2018
Mostrar bibliografia completa
  • BRODSKY, Robert A. Warm Autoimmune Hemolytic Anemia. N Engl J Med. Vol.381, n.7. 647-654, 2019
  • STATPEARLS. Hemolytic Anemia. 2022. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK558904/>. Acesso em 16 dez 2022
  • SARA DANIELA CABETE MARTINS. ANEMIAS HEMOLÍTICAS: CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA – UMA REVISÃO CRÍTICA. Tese a conclusão do Mestrado Integrado em Medicina, 2014. Faculdade de Medicina de Coimbra.
Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.

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