AMIU (aspiração manual intrauterina) é um procedimento de esvaziamento uterino indicado para o tratamento do aborto retido ou incompleto, ou para abortamento legal até a 12ª semana de gestação.
A aspiração manual intrauterina é considerada um procedimento simples, seguro e eficaz, e com menor risco de complicações do que a curetagem, no entanto, é importante conversar com o médico sobre os riscos e realizar o preparo adequado.
A AMIU é feita pelo ginecologista em uma clínica ou hospital, sob sedação, podendo também ser feita uma anestesia local, utilizando uma seringa a vácuo, e a mulher geralmente é liberada para ir para casa no mesmo dia.

Quando é indicada
A AMIU é indicada para o esvaziamento uterino nos seguintes casos:
- Aborto retido ou incompleto;
- Mola hidatiforme;
- Retenção de restos placentários;
- Gravidez anembrionada (sem embrião);
- Abortamento infectado ou inevitável;
- Biópsia de endométrio.
Além disso, no Brasil esse procedimento é autorizado para o aborto legal, nas seguintes situações gestação resultante de estupro, risco de morte materna ou feto anencéfalo.
A aspiração manual intrauterina é um procedimento simples, feito pelo ginecologista e pode ser feita até a 12ª semana de gestação.
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Qual a diferença entre AMIU e curetagem?
Tanto a AMIU como a curetagem são indicadas para o esvaziamento uterino nos casos de aborto retido ou incompleto e feitas por via transvaginal.
No entanto, a AMIU é um procedimento que utiliza uma seringa que faz um vácuo e uma cânula flexível de plástico que não tem ponta para aspirar o conteúdo do útero, o que reduz o risco de perfuração uterina, e pode ser feita até a 12ª semana de gestação.
Já a curetagem, utiliza uma cureta que é um dispositivo metálico com uma ponta para a raspagem do útero, o que aumenta o risco de perfuração, e pode ser feita em gestações com mais de 12 semanas. Veja como é feita a curetagem.
Como se preparar
Para se preparar para a AMIU é importante esclarecer com o ginecologista todas as dúvidas sobre o procedimento, possíveis riscos e recuperação.
Além disso, deve-se informar ao médico se possui alergia a algum medicamento, uma vez que é realizada sedação e anestesia regional do colo uterino, em alguns casos.
Antes de realizar o procedimento, o médico deve solicitar um ultrassom para confirmar a idade gestacional e realizar um exame ginecológico para avaliar a forma, posição e tamanho do útero.
É importante também que a mulher tenha acompanhamento psicológico antes e após o procedimento.
Como é feita
A AMIU é feita pelo ginecologista no hospital, sob sedação, podendo também ser feita anestesia local do colo do útero. Antes de iniciar o procedimento, são dados antibióticos à mulher para evitar infecções.
O procedimento é feito por via intravaginal com a mulher em posição ginecológica, após o esvaziamento da bexiga, utilizando uma seringa aspiradora com dupla válvula e cânulas de diferentes tamanhos, de acordo com a idade gestacional.
Para realizar a aspiração manual intrauterina (AMIU), o médico deve seguir alguns passos, que são:
- Administração de soro fisiológico na veia e sedação;
- Introdução de um pequeno instrumento na vagina, chamado espéculo vaginal, o mesmo utilizado no exame ginecológico de rotina, para permitir a visualização do colo do útero;
- Colocação de uma pinça, chamada pinça Pozzi, no lábio anterior do colo do uterino, para posicionar o canal do colo do útero;
- Limpeza do colo do útero com solução antisséptica;
- Aplicação de anestesia local, com lidocaína, no colo do útero, se necessário;
- Dilatação do colo do útero com a cânula da AMIU ou dilatadores mecânicos;
- Introdução da cânula da AMIU no interior da cavidade uterina;
- Preparação da seringa aspiradora da AMIU, e em seguida fixação da seringa na cânula;
- Aspiração do conteúdo uterino a vácuo;
- Observação dos sinais de que o útero está completamente vazio, como saída de espuma vermelha ou rosa sem tecidos pela cânula, sensação de aspereza na superfície do útero e contração do útero ao redor da cânula;
- Retirada da cânula da AMIU.
Após o procedimento, o médico deve inspecionar o conteúdo aspirado do útero, de forma a garantir que o conteúdo do útero foi completamente retirado.
Durante o procedimento o médico pode utilizar um ultrassom para guiar a inserção da cânula e visualizar o útero por dentro durante o seu esvaziamento, além de inserir um DIU caso a mulher tenha solicitado e tenha indicação.
A AMIU é um procedimento seguro e rápido durando cerca de 30 minutos, e após seu término, a mulher é encaminhada para uma sala de observação e pode ser liberada para ir para casa no mesmo dia.
Como é a recuperação
A recuperação da AMIU pode levar algumas semanas, sendo que após o procedimento a mulher pode apresentar sangramento em pouca quantidade.
Além disso, a mulher pode ter cólicas que melhoram com o uso de analgésicos receitados pelo médico.
É importante também que a mulher tenha acompanhamento psicológico, principalmente quando a AMIU foi feita devido ao abortamento, como forma de superar o luto.
Como fica o útero após o AMIU?
Depois da AMIU, a recuperação do útero pode demorar algumas semanas e o ciclo menstrual deve voltar ao normal dentro de 4 a 6 semanas.
Nesse período, é importante que a mulher evite o contato íntimo, conforme orientado pelo ginecologista.
É possível engravidar após a AMIU?
A mulher pode engravidar após a AMIU, porque a ovulação acontece normalmente, sendo que a fertilidade pode voltar ao normal cerca de 15 dias após o procedimento, a não ser que a mulher esteja utilizando métodos contraceptivos hormonais.
No entanto, embora não exista um consenso, o médico pode recomendar aguardar cerca de 3 a 6 meses para tentar engravidar, mas isso varia de mulher para mulher, devendo-se sempre ter a orientação do ginecologista.
Possíveis riscos
A AMIU é um procedimento considerado seguro, mas que pode ter o risco de perfuração uterina, embora seja um risco menor em comparação com a curetagem.
Além disso, outros riscos da AMIU são esvaziamento incompleto do conteúdo do útero, podendo ser necessária uma curetagem, infecções ou sangramento intenso, podendo ser necessário o uso do misoprostol para diminuir o sangramento. Veja para que serve o misoprostol.
Além disso, como em qualquer procedimento em que é feita sedação, podem ocorrer reações alérgicas ou efeitos colaterais, como tontura, náuseas, vômitos, inquietação ou agitação.
Quem não deve fazer
A AMIU não deve ser feita após a 12ª semana da gestação ou nos casos de mulheres que tenham dilatação do colo uterino maior que 12 mm.