Dor na vagina: o que pode ser e o que fazer

Atualizado em setembro 2023

A dor na vagina é comum de acontecer e geralmente não significa nada muito grave, podendo ser apenas consequência do uso de roupas muito apertadas ou de alergia ao preservativo ou sabonete, por exemplo.

Por outro lado quando a dor na vagina é frequente, não melhora ao longo do tempo ou é acompanhada por outros sinais ou sintomas, pode ser indicativo de infecções sexualmente transmissíveis ou presença de cistos.

Assim, caso a mulher apresente dor ou ardor ao urinar, vermelhidão na região íntima, vagina inchada, presença de feridas, caroços ou verrugas e sangramentos fora do período menstrual, é importante que consulte o ginecologista, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.

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1. Uso de roupas apertadas

O uso de roupas apertadas geralmente é a principal causa de dor na vagina, Isso porque as roupas muito apertadas e de tecido sintético impedem que haja passagem de ar para a região íntima da mulher, aumentando a temperatura e a umidade do local, o que favorece a proliferação de fungos e bactérias. A consequência do uso de roupas apertadas é percebido quando a mulher apresenta os primeiros sintomas de uma infecção urinária ou vaginal, que são dor e ardência ao urinar.

O que fazer: deve-se ir ao ginecologista ou urologista para que seja determinada a causa e, assim, ser estabelecido o tratamento. É aconselhado usar roupas mais leves, bem arejadas e que não sejam de tecido sintético, além de optar por calcinhas de algodão. Dormir sem calcinha é uma boa alternativa, pois evita que a região passe tanto tempo abafada.

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2. Gravidez

A dor na vagina durante a gravidez é normal e não representa risco para a mãe ou para o bebê, sendo comum de acontecer a partir do terceiro trimestre de gestação, que é quando o bebê, que já está praticamente formado, começa a fazer pressão nos órgãos da mãe, principalmente no útero, causando dor. Veja o que acontece no terceiro trimestre de gravidez. 

O que fazer: como se trata de uma alteração normal, não é indicada a realização de qualquer tipo de tratamento, no entanto caso a dor seja persistente e acompanhada por outros sintomas, é importante que o obstetra seja consultado para que seja feita uma avaliação geral.

3. Reações alérgicas

Algumas mulheres têm sensibilidade aumentada a alguns produtos, como sabonete, amaciante utilizado para lavar calcinha, absorvente, papel higiênico ou algum tipo de preservativo. As reações alérgicas podem ser notadas a partir do inchaço, vermelhidão, coceira, dor ou ardência na vagina. Conheça também outras causas de ardência na vagina. 

O que fazer: é importante identificar o que causa a alergia e evitar fazer uso desse produto. Além disso, o ginecologista poderá indicar o uso de algum medicamento, como por exemplo pomadas anti-inflamatórias, que devem ser utilizadas na região que foi sensibilizada. 

4. Infecções urinárias

As mulheres possuem grande chance de terem mais de uma infecção urinária durante a vida. Isso porque a uretra feminina é curta e a distância entre a vagina e o ânus é pequena, o que favorece a migração e proliferação de fungos e bactérias. As infecções urinárias geralmente acontecem quando não há boa higienização da região íntima ou com o uso de roupas apertadas que fazem com que a vagina fique abafada.

A mulher com infecção urinária normalmente tem muita vontade de ir ao banheiro, mas não consegue eliminar muita urina e, além disso, pode sentir dor, ardência ou coceira na vagina. Saiba quais são os sintomas da infecção urinária.

O que fazer: ao se notar os primeiros sintomas da infecção urinária, deve-se ir ao urologista ou ginecologista para que se possa identificar o agente causador da infecção e iniciar o tratamento. Além disso, é importante ter atenção à higienização da região íntima. O tratamento geralmente é feito com antibióticos, como amoxicilina ou ciprofloxacino, por exemplo.

Veja no vídeo a seguir algumas formas de aliviar e evitar os sintomas de infecção urinária:

youtube image - Infecção Urinária e Cistite | O que comer para Curar e Evitar

5. Infecções sexualmente transmissíveis

As infecções sexualmente transmissíveis, ou ISTs, são doenças causadas por microrganismos e que podem acontecer por meio do contato íntimo desprotegido e quando se tem mais de um parceiro no mesmo período de tempo. As ISTs manifestam-se por meio de vermelhidão, pequenas feridas, caroços ou verrugas na região íntima, ardência ao urinar, corrimento vaginal e dor na vagina. Veja como reconhecer os principais sintomas de IST nas mulheres.

O que fazer: na presença de sintomas que sejam indicativos de IST, deve-se ir ao ginecologista para que seja confirmado o diagnóstico, através da avaliação dos sintomas ou observação dos órgãos genitais, e que seja iniciado o tratamento adequado.  Normalmente o tratamento é feito com o uso de antibióticos, antifúngicos ou antivirais a depender do microrganismo causador da doença. 

Apesar de algumas DSTs serem curáveis com o tratamento, é importante usar preservativo nas relações sexuais e evitar o contato íntimo com mais de um parceiro.

6. Presença de cistos

Alguns cistos podem alterar a anatomia da vagina e levar à dor, como o cisto no ovário, que é uma bolsa cheia de líquidos que se forma dentro ou ao redor do ovário. Além do cisto no ovário, alguns cistos na vagina também podem causar dor, como o cisto de Bartholin e o cisto de Skene, que são cistos formados em glândulas que estão localizadas na vagina. 

O que fazer: quando se notar sangramento vaginal fora do período menstrual, dor durante o contato íntimo, dificuldade para engravidar, atraso da menstruação ou dor na vagina, deve-se ir ao ginecologista, pois pode se tratar de um cisto.

O tratamento indicado pelo médico varia de acordo com o tamanho do cisto, podendo ser recomendado desde o uso de pílulas anticoncepcionais até a indicação de cirurgia para retirada do cisto ou do útero.

7. Ressecamento da vagina

O ressecamento da vagina acontece normalmente pela diminuição da produção de estrogênio, que é um hormônio feminino, sendo mais comum de acontecer na menopausa. Quando há pouca produção de muco, a mulher pode sentir dores na vagina, geralmente durante a relação sexual.

O que fazer: para diminuir o desconforto causado pela vagina ressecada, pode-se utilizar lubrificantes para facilitar a relação sexual, utilizar hidratantes vaginais ou até mesmo fazer reposição hormonal de acordo com orientação médica.

8. Vaginismo 

A dor e a extrema dificuldade de penetração da vagina pode ser vaginismo, uma doença rara, mas de pouco conhecimento público, que pode ser causada por fatores físico, devido a doenças genitais, ou psicológicos, que podem envolver abuso sexual, parto traumático ou cirurgias, por exemplo. 

O que fazer: para saber se realmente possui o vaginismo a mulher deve ir ao ginecologista e buscar orientação, porque existe tratamento, que pode ser feito com remédios e terapias que podem ajudar a melhorar a contato íntimo. Confira mais informações sobre o vaginismo.

9. Câncer de vulva

O câncer de vulva é mais frequente em mulheres entre os 65 e 75 anos, com fatores de risco como tabagismo, tratamento com imunossupressores, câncer de útero ou infecção pelo HPV, por exemplo, causando sintomas como coceira constante, inflamação ou até ulceras na vulva, sangramento, dor ou sensibilidade na região.

O que fazer: no caso da coceira constante na mulher idosa ou presença dos sintomas, deve-se consultar o ginecologista para que seja feito um exame clínico e, se necessário, uma biópsia para confirmar o diagnóstico, e realizar o tratamento, que geralmente é feito com cirurgia.