A ablação cardíaca é um procedimento minimamente invasivo que trata arritmias, criando pequenas cicatrizes no coração para bloquear sinais elétricos irregulares e restaurar o ritmo normal.
Também chamada de ablação por cateter, o procedimento utiliza cateteres flexíveis que são introduzidos por uma veia ou artéria e guiados até o coração para, por meio de calor, frio ou energia elétrica, interromper os impulsos elétricos anormais.
Leia também: Ablação: o que é, quando é indicada, tipos e como é feita tuasaude.com/ablacaoO procedimento é realizado por um cardiologista especialista em arritmias, em ambiente hospitalar, e é considerado de baixo risco, porém exige cuidados após a ablação, como evitar esforços físicos e seguir corretamente a medicação prescrita.
Quando é indicada
A ablação cardíaca é indicada em casos de arritmia cardíaca quando:
- O uso de remédios não funcionam;
- Os medicamentos causam efeitos colaterais fortes;
- Há risco alto de complicações graves.
A ablação cardíaca pode ser a primeira escolha em alguns casos de arritmia, como na taquicardia supraventricular e na síndrome de Wolff-Parkinson-White, mas também pode ser utilizada em casos de fibrilação atrial, flutter atrial e taquicardia ventricular.
Leia também: 11 sintomas de arritmia cardíaca (e que exames fazer) tuasaude.com/sintomas-da-arritmia-cardiacaTipos de ablação cardíaca
Algumas formas de de realizar a ablação cardíaca são:
1. Ablação por radiofrequência
A ablação por radiofrequência utiliza calor para criar pequenas cicatrizes no coração, bloqueando os sinais elétricos irregulares e ajudando a restaurar o ritmo normal. Conheça mais sobre a radiofrequência.
Uma técnica mais recente, chamada radiofrequência de alta potência e curta duração, permite aplicar calor de forma muito rápida e precisa, tornando o procedimento mais eficiente.
2. Crioablação
A crioablação atua congelando o tecido, destruindo ou desativando as áreas do coração que causam os sinais elétricos irregulares.
Esse método também cria cicatrizes, mas o efeito frio pode ser menos agressivo para estruturas próximas, oferecendo mais segurança em alguns casos.
3. Ablação por campo pulsado
Nesse tipo de ablação, uma tecnologia emite rajadas curtas de energia elétrica não térmica, criando cicatrizes de forma seletiva apenas no tecido alvo.
A ablação por campo pulsado minimiza o risco de danos aos tecidos próximos e pode tornar o procedimento mais rápido, mostrando grande potencial no tratamento da fibrilação atrial.
Preparo para a ablação cardíaca
O preparo para a ablação cardíaca envolve alguns cuidados importantes, como:
- Seguir as orientações sobre os medicamentos, especialmente anticoagulantes, definidos pelo médico quais devem ser mantidos ou suspensos;
- Realizar jejum de 6 a 8 horas, para permitir a sedação ou anestesia;
- Avisar o médico sobre qualquer doença ou sintoma recente.
No dia do procedimento, é indicado vestir roupas confortáveis, remover brincos, colares e adereços e, por conta da sedação, contar com a presença de um acompanhante.
Como é feita
A ablação cardíaca é realizada pelo cardiologista especialista em arritmias, chamado eletrofisiologista cardíaco, em ambiente hospitalar.
No hospital, é realizada a sedação consciente, onde a pessoa fica relaxada e sonolenta, mas ainda podendo responder a comandos simples.
Em seguida, a área onde será inserido o cateter, geralmente na virilha, mas às vezes no braço, perna ou pescoço, é higienizada e recebe anestesia local.
Um ou mais cateteres flexíveis são introduzidos através de uma veia ou artéria e guiados até o coração com o auxílio de imagens de raios-X, podendo ser usado contraste para melhorar a visualização dos vasos.
Com os cateteres posicionados, identifica-se a origem da arritmia e aplica-se a energia necessária para criar pequenas cicatrizes que interrompem os impulsos elétricos anormais.
Durante a ablação, a pessoa normalmente não sente dor, podendo perceber apenas uma breve sensação de calor ou desconforto leve.
Ao final, os cateteres são retirados e a área de inserção recebe pressão para reduzir o risco de sangramento. O procedimento geralmente dura de duas a quatro horas.
Após a ablação, a pessoa permanece em observação por algumas horas e, dependendo da condição clínica, pode ir para casa no mesmo dia ou passar a noite no hospital.
Cuidados após ablação cardíaca
Alguns cuidados após a ablação cardíaca incluem:
- Evitar levantar peso ou fazer exercícios intensos por pelo menos uma semana;
- Retomar atividades diárias leves conforme orientação médica;
- Consultar o médico antes de voltar a dirigir ou praticar atividades físicas mais exigentes;
- Seguir corretamente a medicação prescrita, incluindo anticoagulantes e remédios para o coração.
Além disso, é importante comparecer às consultas de acompanhamento conforme indicado pelo cardiologista.
Possíveis riscos
A ablação cardíaca é geralmente considerada um procedimento de baixo risco, mas, como qualquer intervenção invasiva, pode apresentar complicações.
As complicações mais comuns ocorrem no local de inserção do cateter e incluem sangramento, infecção, caroço, acúmulo de sangue ou danos ao vaso sanguíneo, que são menos complexas e respondem bem ao tratamento.
Durante a recuperação, podem persistir arritmias temporárias, os efeitos nem sempre são imediatos e, em alguns casos, pode ser necessário repetir o procedimento.
Entre os riscos mais graves estão coágulos sanguíneos, AVC, ataque cardíaco, danos ao tecido ou às válvulas do coração, tamponamento cardíaco, necessidade de marcapasso e surgimento de novas arritmias. Entretanto, essas complicações são raras.
Outras complicações bem incomuns são: estreitamento das veias pulmonares, efeitos do contraste utilizado, lesões em nervos ou artérias coronárias e fístula átrio-esofágica. Entretanto, nos últimos anos houve um importante avanço nas técnicas de ablação e materiais usados, diminuindo muito estas complicações.