Ultrassom morfológico: o que é, para que serve e quando fazer

Atualizado em maio 2023

O ultrassom morfológico é um exame de imagem que permite visualizar o bebê dentro do útero e todos os seus órgãos, facilitando a identificação de algumas doenças ou malformações, como síndrome de Down ou cardiopatias congênitas, por exemplo.

Esse exame, também conhecido como ultrassonografia morfológica ou USG morfológico, normalmente é feito no primeiro trimestre, entre a 11ª e 13ª semanas de gestação, ou no segundo trimestre, entre a 20ª e 24ª semanas da gravidez.

O USG morfológico faz parte dos exames pré-natais, e marca o primeiro momento em que os pais conseguem ver com detalhe o bebê que está se desenvolvendo. Saiba que outros exames devem ser feitos durante o segundo trimestre de gravidez.  

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

O ultrassom morfológico serve para:

  • Confirmar a idade gestacional do bebê;
  • Avaliar o tamanho do bebê, medindo a cabeça, tórax, abdômen e do fêmur;
  • Avaliar o crescimento e o desenvolvimento do bebê;
  • Monitorar os batimentos cardíacos do bebê;
  • Verificar a posição da placenta, cordão umbilical e volume do líquido amniótico;
  • Mostrar anormalidades no bebê e possíveis doenças ou malformações.

O ultrassom morfológico permite identificar a fase de desenvolvimento do bebê, assim como avaliar possíveis alterações nas fases de desenvolvimento.

Além disso, esse exame permite observar o desenvolvimento ou alterações nos órgãos, como rosto, crânio, cérebro, coração, pulmões, estômago, parede abdominal, bexiga, rins, bexiga, braços, pernas, mãos, pés e coluna.

Quando o bebê se encontra com as pernas afastadas, o médico também pode conseguir observar o sexo, que pode depois ser confirmado com exames de sangue, por exemplo. Confira uma lista das técnicas disponíveis para tentar identificar o sexo do bebê.  

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Quando fazer o ultrassom morfológico

É recomendado fazer o ultrassom morfológico no segundo trimestre, entre as 20 e as 24 semanas de gestação, pois é quando o bebê já se encontra suficientemente desenvolvido. 

Porém, esta ultrassonografia também pode ser feita no primeiro trimestre, entre a 11ª e a 13ª semana de gestação, mas como o bebê ainda não está bem desenvolvido, os resultados podem não ser tão satisfatórios.

A ultrassonografia morfológica também pode ainda ser feita no 3º trimestre, entre as 33 e as 34 semanas de gestação, mas isso geralmente só acontece quando a gestante não fez o USG no 1º ou 2º trimestre, existe suspeita de malformação no bebê ou quando a grávida desenvolveu uma infecção que possa prejudicar o desenvolvimento do bebê. 

Além do ultrassom morfológico, os ultrassons 3D e 4D mostram detalhes do rosto do bebê e também identificam doenças. Veja quando fazer o ultrassom 3D e 4D

Que doenças podem ser identificadas

O ultrassom morfológico feito no 2º trimestre pode ajudar a identificar vários problemas no desenvolvimento do bebê como:

  • Espinha bífida;
  • Anencefalia ou hidrocefalia;
  • Hérnia diafragmática ou gastrosquise;  
  • Fenda palatina;
  • Alterações nos rins;
  • Síndrome de Down, Edwards ou Patau;
  • Doenças cardíacas.

Desta forma, o USG morfológico ajuda a avaliar o desenvolvimento do feto, e ajudar a identificar o risco de malformações ou doenças. Veja como deve ser o desenvolvimento normal do bebê com 20 semanas.   

Como se preparar para fazer o ultrassom

Normalmente, não é necessário qualquer tipo de preparo especial para fazer o ultrassom morfológico.

No entanto, como a bexiga cheia pode ajudar a melhorar as imagens e também a elevar o útero, o obstetra pode aconselhar beber água antes do exame, assim como evitar esvaziar completamente a bexiga, caso se tenha vontade para ir ao banheiro.

Como é feito

O ultrassom morfológico é feito pelo obstetra, em clínicas especializadas, durando cerca de 20 a 60 minutos.

A ultrassonografia é feita com a mulher deitada numa maca e em seguida é colocada uma fina camada de gel na pele da barriga e, em seguida, o transdutor é posicionado em cima deste gel, deslizando o aparelho pela pele. 

Este aparelho irá gerar imagens que podem ser vistas em um computador e deverão ser analisadas pelo médico.

Após terminar o exame, o médico retira o gel com um papel toalha e a mulher pode ir para casa. 

Como entender o resultado

O resultado do exame de ultrassom morfológico deve ser avaliado pelo obstetra, de acordo com a idade gestacional, através da avaliação dos órgãos, sendo os principais:

1. Crânio e sistema nervoso central

O USg morfológico permite avaliar o desenvolvimento do crânio e o sistema nervoso central, através da medição de vários parâmetros, como:

Parâmetro

O que avalia

Diâmetro biparietal (DBP)

Avalia o diâmetro da cabeça do bebê, medindo a distância entre os ossos das laterais da cabeça

Circunferência cefálica (CC) 

Verifica se há alguma alteração na simetria do crânio do bebê, através da medição ao redor da cabeça do feto

Índice Cefálico (IC)

Estipula a proporção entre a largura e o comprimento do crânio

Diâmetro Occipitofrontal (DOF)

Mede a distância entre a parte de trás e a frente do crânio

Diâmetro Transverso do Cerebelo (DTC)

Mede o diâmetro do cerebelo, que é um órgão do sistema nervoso central, sendo útil para avaliar a idade gestacional e se existe restrição de crescimento fetal, 

Cisterna Magna (CM) ou Fossa Posterior (FP)

Avalia a presença de malformações ou hidrocefalia

Além disso, esse exame avalia a relação Ventrículo Lateral (VL)/Hemisfério Cerebral (HC), que avalia o tamanho normal dos ventrículos e a presença de ventriculomegalia, que são ventrículos com tamanho aumentado.

2. Face

Os parâmetros da face também são avaliados no US morfológico, sendo os principais

Parâmetro

O que avalia

Distância Orbital Externa (DOE)

Mede a distância externa entre as orbitas oculares

Distância Orbital Interna (DOI)

Mede a distância interna entre as orbitas oculares

Distância Intraorbital (DIO)

Mede a distância entre as orbitas oculares

Osso Nasal (ON)

Avalia malformações que podem ser indicativas de síndromes

Além disso, esse exame avalia a relação DIO/DBP (distância intraorbital/distância biparietal) e a relação nariz/osso nasal (ON).

Esses parâmetros do exame morfológico da face permitem avaliar alterações como anoftalmia, microftalmia, hipo e hipertelorismo, que podem ser sinais de síndromes.

3. Cavidade abdominal

O USG morfológico da cavidade abdominal geralmente avalia os seguintes parâmetros:

Parâmetro

O que avalia

Circunferência abdominal (CA) 

Avalia o crescimento do bebê, se está normal ou lento para a idade gestacional, feito através da medição da circunferência do abdômen

Diâmetro Abdominal Anteroposterior (DAAP) e Diâmetro Abdominal Transverso (DAT)

Mede o diâmetro do abdômen em diferentes direções avaliando o desenvolvimento do feto para a idade gestacional

Peso Fetal estimado ou EFW (do inglês, estimated fetal weight)

Estima o peso do feto, se está normal para a idade gestacional

Além disso, o USG morfológico da cavidade abdominal, permite avaliar os órgãos como fígado, baço e rins, verificando se estão com desenvolvimento normal ou se possuem alterações.

4. Cavidade torácica

O USG morfológico também avalia parâmetros da cavidade torácica, como:

Parâmetro

O que avalia

Diâmetro Torácico (DT) e Circunferência Torácica (CT)

Mede a distância entre os dois lados do tórax ou a sua circunferência

Frequência Cardíaca Fetal (FCF)

Avalia os batimentos cardíacos do feto, se estão dentro dos valores normais

Área Cardíaca (AC)

Avalia a forma e a área do coração dentro do tórax, e se existe alguma alteração

Relação Área Cardíaca (AC)/Área Torácica (AT)

Avalia se existe alguma anomalia no coração e na parede torácica

Além disso, esse exame avalia o volume dos pulmões e o tamanho do tórax, além da presença de doenças pulmonares ou cardíacas.

5. Ossos, coluna e pescoço

O USG permite avaliar o tamanho e a forma dos ossos das pernas, braços, mãos e pés, além da presença de fraturas ósseas.

Além disso, também permite avaliar a coluna, e a presença de alterações.

O USG também avalia a forma do pescoço e a prega nucal, que podem estar alteradas em algumas síndromes, como a síndrome de Down.

6. Anexos fetais

Os anexos fetais também são avaliados no USG morfológico, como:

Parâmetro

O que avalia

Placenta

Avalia a espessura, posição e textura, além de massas, cistos, infarto e calcificações

Cordão umbilical

Avalia sua inserção na placenta e no feto, assim como número de vasos sanguíneos, tamanho, aspecto ou presença de massas, dilatações ou trombos

Líquido amniótico (LA)

Mede o volume do líquido amniótico

Além desses parâmetros, o USG morfológico também permite estimar a data prevista para o parto (DPP).