Síndrome do piriforme: o que é, sintomas e como tratar (tem cura?)

A síndrome do piriforme é uma condição em que o nervo ciático é comprimido pelo músculo piriforme, que se localiza na região glútea, e geralmente ocorre pela tensão excessiva desse músculo.

Na síndrome do piriforme, os sintomas mais comuns incluem dor intensa no glúteo e na parte de trás da coxa, geralmente do lado direito, além de sensação de queimação, formigamento e dormência. 

Para confirmar a síndrome do piriforme, o ortopedista ou fisioterapeuta realiza testes específicos para avaliar a dor, descartar outras causas e identificar a gravidade, sendo possível indicar o tratamento mais adequado, como alongamentos, fortalecimento muscular e, em alguns casos, medicação.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome do piriforme

Os sintomas mais comuns da síndrome do piriforme são:

  • Dor no glúteo e parte de trás da coxa;
  • Sensação de queimação;
  • Dor leve a moderada em forma de pontada ou latejante;
  • Formigamento, fisgadas ou dormência no glúteo;
  • Normalmente afeta apenas um lado do corpo.

Além disso, podem ocorrer fraqueza ou dificuldade para caminhar após longos períodos sentado, dor que se estende até o pé e atrofia do glúteo em casos prolongados.

Os sintomas da síndrome do piriforme costumam piorar ao ficar muito tempo sentado, ao caminhar, correr, subir escadas, realizar esforços físicos prolongados ou apoiar o corpo sobre o lado afetado.

Síndrome do piriforme onde dói?

A síndrome do piriforme causa dor principalmente no glúteo, que pode se estender para a parte de trás da coxa e, em alguns casos, até o pé.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do piriforme é geralmente realizado pelo fisioterapeuta ou ortopedista, através de alguns testes, como por exemplo:

  • Teste de Freiberg: Deve-se deitar a pessoa de barriga para baixo, com os joelhos flexionados, então o quadril é rotacionado internamente, se houver dor o teste é positivo;
  • Teste FAIR: Deitar a pessoa de lado, dobrar a perna em um ângulo de 90° e movimentar a perna para perto do corpo e girar para dentro. Se houver dor o teste é considerado positivo;
  • Teste de Lasègue: Colocar a pessoa deitada de costas com o quadril flexionado até 70° para alongar o nervo ciático, se a dor surgir o teste é positivo;
  • Teste de Beatty: Posicionar a pessoa deitada de lado e elevar a perna como se fosse cruzá-la. Em caso de dor, indica teste positivo;
  • Teste de Pace: Sentar a pessoa e afastar os joelhos, se houver dor nos glúteos indica teste positivo.

O resultado positivo em quatro ou mais desses testes, associado à dor glútea, sugere a presença da síndrome do piriforme.

Marque uma avaliação com o ortopedista mais próximo da sua região:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Exames complementares, como radiografias, ressonância da coluna e da pelve, ultrassom, tomografia ou eletroneuromiografia, podem ser solicitados para descartar outras condições e confirmar o diagnóstico.

Possíveis causas

A síndrome do piriforme pode acontecer por problemas nos músculos do glúteo, como excesso de tensão, inflamação, cicatrizes, espasmos ou encurtamento. Conheça outras causas de dor no glúteo.

Além disso, certos hábitos e atividades também podem causar a síndrome, como traumas, exercícios repetitivos, ficar muito tempo sentado, má postura, levantar peso de forma errada e não alongar adequadamente. 

Em alguns casos, ela está ligada a diferenças na anatomia do nervo ciático e do piriforme, como trajetos nervosos incomuns que facilitam a compressão. 

Como tratar

O tratamento da síndrome do piriforme é indicado pelo ortopedistas e fisioterapeuta, que avaliam a gravidade e definem as estratégias mais adequadas, e pode incluir:

1. Repouso

O tratamento começa com repouso por alguns dias e evitar atividades que causam dor, como correr ou andar de bicicleta. 

Também é indicado manter boa postura ao sentar, ficar em pé ou dirigir, além de levantar-se regularmente e alongar para evitar espasmos musculares.

2. Fisioterapia

A fisioterapia é fundamental e pode incluir massagem, alongamentos, exercícios para fortalecer o piriforme e outros músculos da pelve, orientação postural e, em alguns casos, ultrassom para melhorar a circulação e relaxar o músculo.

Leia também: 5 dicas para alcançar a postura correta tuasaude.com/5-dicas-para-alcancar-a-postura-correta

Além disso, pode ser usada a aplicação de compressa fria que ajuda a reduzir o inchaço e a inflamação, sendo aplicado várias vezes ao dia por 15 a 20 minutos.

Veja no vídeo a seguir exercícios para tratar a dor no ciático:

EXERCÍCIOS PARA CURAR NERVO CIÁTICO INFLAMADO

06:24 | 6.276.866 visualizações

3. Medicação

Alguns medicamentos podem ser usados para controlar a dor e a inflamação na síndrome do piriforme. Os anti-inflamatórios, como ibuprofeno e naproxeno, ajudam a reduzir o inchaço.

Além disso, os analgésicos como paracetamol, aliviam a dor, e os relaxantes musculares, como ciclobenzaprina, ajudam a soltar o músculo.

Em alguns casos, medicamentos para nervos, como a gabapentina, podem ser indicados para controlar a dor neuropática causada pela compressão do nervo ciático.

Quando a dor é intensa ou resistente, podem ser usadas injeções de esteroides ou toxina botulínica, para reduzir espasmos e aliviar a dor. Confira alguns remédios para dor no nervo ciático.

4. Cirurgia

A cirurgia é raramente necessária e só é indicada quando os tratamentos anteriores não funcionam. Pode envolver a remoção de tecido cicatricial, alívio da pressão sobre o nervo ou liberação do músculo piriforme.

No entanto, a cirurgia deve ser avaliada com cautela, pois pode causar cicatrizes e aderências no glúteo que, em alguns casos, mantêm ou pioram os sintomas.

Tempo de recuperação

O tempo de recuperação pode variar de uma pessoa para a outra e também depende do tratamento realizado, porém, na maioria dos casos, pode ser percebido alívio dos sintomas dentro de 1-3 semanas após o início da fisioterapia. 

No entanto, mesmo após o tratamento, é possível que a dor volte com alguma frequência, principalmente quando não há a adoção de uma rotina regular de alongamentos.

Síndrome do piriforme tem cura?

A síndrome do piriforme não tem uma cura definitiva, mas na maioria dos casos os sintomas podem ser controlados e aliviados com tratamento conservador, como fisioterapia, ajustes posturais, medicamentos e cuidados com atividades. 

Com essas medidas, a pessoa geralmente consegue voltar às atividades normais, embora episódios recorrentes possam ocorrer.

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