A salpingite crônica caracteriza-se por uma inflamação crônica das trompas, causada inicialmente por uma infecção nos órgãos reprodutivos femininos, e é uma condição que pode dificultar a gravidez por impedir que o óvulo maduro chegue nas trompas uterinas, podendo levar ao desenvolvimento de uma gravidez nas trompas, chamada de gravidez ectópica.
Essa inflamação é crônica, quando dura muitos anos, por não ser tratada ou por o tratamento ser feito tardiamente, devido ao fato de os sintomas serem muito leves ou mesmo ausentes.
Alguns dos sintomas da salpingite são dor durante o contato íntimo e corrimento vaginal com mau cheiro, e o seu tratamento é feito com o uso de medicamentos antibióticos e anti-inflamatórios.

Quais os sinais e sintomas
Os sintomas de salpingite variam de acordo com a gravidade e o tempo de duração da doença, e surgem geralmente depois da menstruação. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns são:
- Corrimento vaginal anormal, com mau cheiro;
- Alterações no ciclo menstrual;
- Dor durante a ovulação;
- Dor durante o contato íntimo;
- Febre;
- Dor abdominal e na parte inferior das costas;
- Dor ao urinar;
- Náuseas e vômitos.
Estes sintomas são geralmente mais subtis na salpingite crônica, podendo em alguns casos ser imperceptíveis, sendo essa a razão pela qual o tratamento se faz tardiamente, levando ao desenvolvimento de complicações.
Possíveis complicações
A salpingite crônica, caso não seja tratada ou se o tratamento for feito muito tarde, a salpingite pode levar ao surgimento de complicações, como propagação da infecção para outras áreas do corpo, como o útero e os ovários, dor abdominal muito forte e prolongada, surgimento de cicatrizes e bloqueios das trompas, que podem causar infertilidade e gravidez ectópica.
Saiba o que é uma gravidez ectópica e como identificar os sintomas.
Quais as causas
A salpingite é geralmente causada por uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por bactérias, sendo as mais comuns, a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, que se espalham pelos órgãos reprodutores femininos, causando inflamação. Embora seja mais raro, a salpingite também pode ser causada por bactérias do gênero Mycoplasma, Staphylococcus ou Streptococcus.
Além disso, procedimentos como biópsia do útero, histeroscopia, colocação de DIU, parto ou aborto podem aumentar o risco de desenvolver salpingite.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da salpingite deve ser feito o mais cedo possível, de forma a evitar complicações. Como a salpingite crônica pode causar sintomas muito leves ou ser assintomática,é importante ir ao ginecologista com frequência, idealmente uma vez ao ano, no mínimo.
O diagnóstico da salpingite pode ser feito com base nos sintomas apresentados pela mulher, por exames de sangue e urina, ou através da realização de uma análise microbiológica de uma amostra de secreção vaginal, para identificar a bactéria causadora da infecção.
Além desses, também podem ser utilizados exames complementares como um ultrassom transvaginal, e uma salpingografia e laparoscopia diagnóstica para confirmar a presença da inflamação das trompas.
Em que consiste o tratamento
O tratamento da salpingite inclui o uso de antibióticos por via oral ou na veia, para tratar a infecção, e analgésicos e anti-inflamatórios, para controlar a dor. Caso a salpingite esteja relacionada com o uso de DIU, o tratamento também envolve a sua remoção.
Em casos mais graves, pode ser necessário o tratamento no hospital ou uma cirurgia para retirar as trompas e o útero.
Durante o tratamento da infecção, a mulher deve ficar em repouso e beber bastante água. Além da mulher, o seu companheiro também deve tomar antibióticos durante o tratamento da inflamação, para ter a certeza de que não volta a transmitir a doença à parceira.