Alimentos transgênicos: o que são e porque podem fazer mal

Atualizado em janeiro 2023

Os alimentos transgênicos, também conhecidos por alimentos geneticamente modificados, são aqueles que possuem partes de DNA de outros organismos vivos misturados, através da engenharia genética, com o seu próprio DNA.

A modificação genética de certos alimentos é feita com o objetivo de aumentar a sua resistência contra pragas, insetos e secas, melhorar a qualidade nutricional e facilitar o cultivo de alimentos. Algumas plantas contêm o DNA de bactérias que produzem herbicidas naturais, ajudando a combater as pragas na plantação, por exemplo.

No entanto, alguns estudos [1], [2]indicam que os alimentos transgênicos podem apresentar alguns riscos para a saúde, como aumentar a ocorrência de alergias e aumentar o consumo de agrotóxicos, produtos químicos que são usados na agricultura para matar ou prevenir o aparecimento de insetos, larvas e fungos. Conheça mais sobre os agrotóxicos.

Imagem ilustrativa número 1

Porque são produzidos

Os principais objetivos com a produção dos alimentos transgênicos são:

  • Melhorar o produto final, com maior quantidade de nutrientes, melhor sabor ou aparência dos alimentos;
  • Aumentar a resistência às pragas e à seca, diminuindo a necessidade do uso de agrotóxicos e as perdas durante o cultivo dos alimentos;
  • Aumentar a produção e o tempo de conservação dos alimentos;
  • Reduzir o preço, melhorando a acessibilidade dos alimentos.

No entanto, para se produzir os alimentos transgênicos, os produtores precisam comprar as sementes das empresas de engenharia genética e, por isso, o valor do produto transgênico para o consumidor pode ser o mesmo do que o convencional.

Quais são os alimentos transgênicos

Os principais alimentos transgênicos vendidos no mundo são a soja, o milho e o algodão, que dão origem a produtos como os óleo de soja, extrato de soja, proteína texturizada de soja, leite de soja, salsicha, margarina, pães, bolos e biscoitos.

Além disso, alimentos que contêm amido de milho, xarope de milho e soja na composição, também podem conter transgênicos.

De acordo com a legislação brasileira, o rótulo dos alimentos que contêm componentes transgênicos deve conter o símbolo de identificação de transgênicos, que é representado com um triângulo amarelo com um “T”, no meio.

Possíveis riscos para a saúde

O consumo prolongado dos alimentos transgênicos pode aumentar os riscos de alguns problemas de saúde, incluindo:

  • Promover reações alérgicas, porque contêm genes que podem ser estranhos para o organismo, gerando uma reação exagerada do sistema imunológico;
  • Aumentar a resistência a antibióticos, já que os alimentos transgênicos podem conter genes resistentes a antibióticos, que são transferidos para as células e o trato gastrointestinal, reduzindo a eficácia desses remédios no tratamento de infecções bacterianas;
  • Aumentar o consumo de agrotóxicos, porque muitas ervas daninhas, que são as plantas que atrapalham o cultivo dos alimentos, também se tornaram resistentes aos agrotóxicos, aumentando a necessidade da aplicação de maiores quantidades desses produtos na plantação para combatê-las.

Apesar dos possíveis riscos do consumo de alimentos transgênicos para a saúde, os estudos atuais ainda são inconclusivos. Isso porque não existem avaliações realizadas em longos períodos sobre os impactos dos transgênicos para a saúde.

Possíveis prejuízos para o meio ambiente

A produção de alimentos transgênicos também aumenta a resistência de ervas daninhas. Por isso, para combater as ervas daninhas, normalmente é necessária a aplicação de maiores quantidades de agrotóxicos na plantação, aumentando o risco da contaminação dos alimentos, do solo e da água.

Além disso, o uso elevado de agrotóxicos também pode causar a morte de espécies essenciais para a produção de alimentos, como abelhas, minhocas e outras plantas, e estimular o aparecimento de outras ervas daninhas e pragas mais resistentes a estas substâncias, dificultando o controle da qualidade da plantação.