Neutropenia febril: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em novembro 2023

A neutropenia febril é a diminuição da quantidade de neutrófilos associada a febre maior ou igual a 38,3ºC em uma única medição, que pode ser acompanhada de outros sintomas, como calafrios, dor de garganta, feridas na boca dor abdominal, diarreia ou dor ou ardor ao urinar, por exemplo. 

Essa diminuição da quantidade de neutrófilos é uma complicação associada ao câncer que afeta a medula óssea, como leucemias ou linfomas, ou tratamento com quimioterapia, mas também pode ter outras causas como neutropenia congênita, uso de antibióticos ou deficiência grave de vitamina B12 ou ácido fólico.

O tratamento da neutropenia febril é feito pelo oncologista, hematologista ou clínico geral, e varia de acordo com o grau de neutropenia, sendo normalmente indicado o uso de antibióticos, ou de remédios que estimulam a produção de neutrófilos, como o filgrastim.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de neutropenia febril

Os principais sintomas de neutropenia febril são:

  • Febre maior ou igual a 38,3ºC em uma única medição ou febre maior ou igual a 38ºC por pelo menos 1 hora;
  • Calafrios ou suor excessivo;
  • Feridas na boca ou no ânus;
  • Dor de garganta, dor abdominal ou dor ou ardor ao urinar;
  • Diarreia;
  • Tosse ou dificuldade para respirar.

Além disso, também podem surgir sintomas como vermelhidão, dor ou inchaço em volta do cateter de quimioterapia, ou inchaço nos linfonodos (ínguas).

A neutropenia normalmente não causa sintomas específicos, podendo ser descoberta através de exames de sangue ou quando se apresenta sintomas de infecção.

Assim, os sintomas da neutropenia febril variam de acordo com o tipo de infecção que a pessoa apresenta, e é considerado uma emergência médica que necessita de tratamento imediato.

Por isso, pessoas em tratamento com quimioterapia, ou que tenham doenças com risco de neutropenia, que apresentem sintomas de neutropenia febril, devem consultar o oncologista ou hematologista, ou ir ao hospital imediatamente.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da neutropenia febril é feito pelo oncologista, hematologista ou clínico geral, através da avaliação dos sintomas, como febre maior ou igual a 38,3ºC em uma única medida ou febre maior ou igual a 38ºC por 1 hora, associada à baixa contagem de neutrófilos no exame de sangue.

Marque uma consulta com um oncologista na região mais próxima:

Cuidar da sua saúde nunca foi tão fácil!

Marque uma consulta com nossos Oncologistas e receba o cuidado personalizado que você merece.

Marcar consulta

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

Desta forma, o médico deve solicitar um hemograma completo para verificar a quantidade de neutrófilos no sangue, que nos casos de neutropenia febril, apresentam uma contagem absoluta menor que 1500 células/µL. 

Quando o número de neutrófilos é igual ou inferior a 500/µL, é considerado um quadro de neutropenia grave. Conheça mais sobre os neutrófilos.

Outros exames que o médico deve solicitar são exames de cultura de urina, fezes ou sangue, para determinar a fonte da infecção e o tipo de micro-organismo.

Além disso, o médico deve avaliar o histórico de saúde de forma detalhada, buscando informações sobre tratamento do câncer, diagnostico de câncer hematológico, uso de remédios ou infecções recentes.

Como saber se tenho neutropenia

Para saber se a quantidade de neutrófilos está dentro do normal ou diminuída, indique na calculadora a seguir o resultado do seu exame:

Erro
Erro
Erro
Mínimo admitido, pode alterar para o valor do seu laboratório
Erro
Máximo admitido, pode alterar para o valor do seu laboratório
Erro

Possíveis causas

As principais causas de neutropenia febril são:

  • Alguns tipos de quimioterapia, que afetam a medula óssea, como carboplatina, paclitaxel, metotrexato ou ifosfamida;
  • Câncer hematológico, como leucemias, linfomas ou mieloma múltiplo;
  • Radioterapia nos ossos, tórax ou abdômen;
  • Neutropenia congênita;
  • Uso de remédios, como vancomicina, hidroxicloroquina, fenitoína ou anti-inflamatórios não esteroide;
  • Deficiências nutricionais graves, como vitamina B12, ácido fólico ou cobre.

Essas condições podem resultar na diminuição da produção de neutrófilos pela medula óssea, e consequentemente na menor quantidade de neutrófilos na corrente sanguínea.

Desta forma, com a contagem baixa de neutrófilos no sangue, há um maior risco de contrair infecções por bactérias, vírus ou fungos. Veja outras causas de neutropenia.

Como é feito o tratamento

O tratamento da neutropenia febril é feito pelo oncologista, hematologista ou clínico geral e varia de acordo com a gravidade.

Geralmente, o tratamento da neutropenia febril envolve o uso de antibióticos, como ciprofloxacino e amoxicilina + clavulanato, por exemplo. O tipo de antibiótico depende da gravidade do caso, e do tipo de infecção apresentada pela pessoa.

Caso a febre não melhore nas 48 a 72 horas após ter iniciado o tratamento com antibióticos, ou o quadro inicial seja mais grave, é indicada o internamento hospitalar para receber antibióticos na veia.

Esse tratamento com antibióticos na veia, também é iniciado rapidamente, em até 1 hora após a verificação da febre, caso a pessoa apresente alto risco de desenvolver neutropenia febril.

Além disso, nos casos de neutropenia febril em pessoas com alto risco, e que não melhoram após 4 a 7 dias do uso de antibióticos, o médico pode iniciar o tratamento com antifúngicos.

De forma a prevenir a neutropenia febril em pessoas com alto risco de desenvolvê-la, o médico pode recomendar o uso da injeção de filgrastim ou pegfilgrastim, que pode ser feita após a quimioterapia, pois aumenta a produção de neutrófilos pela medula óssea. Veja para que serve o filgrastim e como é aplicado.

Vídeos relacionados