Mielodisplasia: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em julho 2020

A Síndrome Mielodisplásica, ou mielodisplasia, corresponde a um grupo de doenças caracterizadas por insuficiência progressiva da medula óssea, que leva à produção de células defeituosas ou imaturas que aparecem na corrente sanguínea, o que resulta em anemia, cansaço excessivo, tendência a infecções e sangramentos frequente, que podem gerar complicações muito graves.

Apesar de poder surgir em qualquer idade, esta doença é mais comum pessoas acima dos 70 anos, e na maioria das vezes, a suas causas não são esclarecidas, apesar de em alguns casos poder surgir como consequência do tratamento de um câncer anterior, com quimioterapia, radioterapia ou exposição a produtos químicos, como benzeno ou fumo, por exemplo.

A mielodisplasia pode ter cura, geralmente, alcançada com o transplante de medula óssea, no entanto, esta não é possível para todos os pacientes, sendo importante buscar orientação do clínico geral ou hematologista.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas 

A medula óssea é um importante local do corpo que produz as células sanguíneas, como hemácias, que são os glóbulos vermelhos, leucócitos, que são os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo e as plaquetas, que são fundamentais para a coagulação do sangue. Por isso, o seu comprometimento produz sinais e sintomas como:

  • Cansaço excessivo;
  • Palidez;
  • Falta de ar;
  • Tendência a infecções;
  • Febre;
  • Sangramentos;
  • Aparecimento de manchas vermelhas no corpo.

Nos casos iniciais, a pessoa pode não apresentar sintomas, e a doença acaba sendo descoberta em exames de rotina. Além disso, a quantidade e intensidade dos sintomas irá depender dos tipos de células sanguíneas mais prejudicadas pela mielodisplasia e também a gravidade de cada caso. Cerca de 1/3 dos casos de síndrome mielodisplásica pode evoluir para uma leucemia aguda, que é um tipo de câncer grave das células sanguíneas. Confira mais sobre a leucemia mielóide aguda

Desta forma, não é possível determinar um tempo de expectativa de vida para estes pacientes, já que a doença pode evoluir muito lentamente, durante décadas, como pode evoluir para uma forma grave, com pouca resposta ao tratamento e provocar mais complicações em meses a poucos anos. 

Quais são as causas

A causa da síndrome mielodisplásica não é muito bem estabelecida, no entanto na maioria dos casos a doença tem causa genética, porém nem sempre a alteração no DNA é encontrada, sendo a doença classificada como mielodisplasia primária. Apesar de poder ter causa genética, a doença não é hereditária.

A síndrome mielodisplásica também pode ser classificada como secundária quando surge como consequência de outras situações, como por exemplo intoxicações provocadas por produtos químicos, como quimioterapia, radioterapia, benzeno, pesticidas, tabaco, chumbo ou mercúrio, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 2

Como confirmar

Para confirmar o diagnóstico de mielodisplasia, o hematologista irá fazer a avaliação clínica e solicitar exames como:

  • Hemograma, que determina a quantidade de hemácias, leucócitos e plaquetas no sangue;
  • Mielograma, que é o aspirado da medula óssea capaz de avaliar a quantidade e características das células neste local. Entenda como é feito o mielograma;
  • Testes genéticos e imunológicos, como cariótipo ou imunofenotipagem;
  • Biópsia da medula óssea, que poderá fornecer mais informações do conteúdo da medula óssea, especialmente quando ela está muito alterada ou sofre de outras complicações, como infiltrações por fibrose;
  • Dosagem de ferro, vitamina B12 e ácido fólico, pois a deficiência destes pode provocar alterações na produção do sangue.

Desta forma, o hematologista poderá detectar qual o tipo da mielodisplasia, diferenciar de outras doenças da medula óssea e determinar melhor o tipo de tratamento.

Como é feito o tratamento

A principal forma de tratamento é o transplante de medula óssea, que pode levar à cura da doença, no entanto, nem todas as pessoas estão aptas para este procedimento, que deve ser feito em pessoas que não tenham doenças que limitem a capacidade física e preferencialmente com idade menor que 65 anos. 

Outra opção de tratamento inclui a quimioterapia, que normalmente é feita com medicamentos como Azacitidina e Decitabina, por exemplo, feitas em ciclos determinados pelo hematologista. 

A transfusão de sangue pode ser necessária em alguns casos, sobretudo quando há uma anemia grave ou falta de plaquetas que permitam a adequada coagulação do sangue. Confira as indicações e como é feita a transfusão de sangue.