Linfócitos atípicos: o que são, principais causas (e o que fazer)

Os linfócitos atípicos são células de defesa do corpo que possuem alterações na sua forma, tamanho e aspecto.

Também chamados de linfócitos reativos, os linfócitos atípicos geralmente são causados por infecções, como mononucleose, COVID-19, HIV, além de também estarem presentes em caso de doenças autoimunes, uso de medicamentos e no câncer, como no linfoma.

Os linfócitos atípicos são identificados através do hemograma completo e seu valor normal no sangue é 0%. Caso seja verificado aumento do valor de linfócitos atípicos, o médico deverá investigar a causa da alteração e, assim, indicar o tratamento mais adequado de acordo com a causa. 

Principais causas de linfócitos atípicos

As principais causas da presença de linfócitos atípicos no sangue são:

1. Infecções

Durante as infecções bacterianas ou virais, como mononucleose, HIV, rubéola, varicela, sífilis ou COVID-19, os linfócitos atípicos surgem como sinal da resposta do sistema imunológico.

Isso ocorre porque o corpo reage ativando os linfócitos para combater de forma intensa o vírus ou a bactéria, sendo comum observar os linfócitos atípicos no sangue nesses casos.

O que fazer: o tratamento orientado pelo médico irá variar conforme a causa da infecção, podendo em caso de infecção bacteriana, como a sífilis, ser indicado o uso de antibiótico.

Nas infecções virais o tratamento geralmente envolve repouso e uso de analgésicos. No caso de infecção pelo vírus HIV ou em caso de hepatite, pode ser indicado o uso de medicamentos antivirais específicos.

2. Doenças autoimunes

Nas doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e síndrome de Sjögren, o sistema imune permanece em atividade constante, o que leva à formação dos linfócitos atípicos.

O que fazer: o tratamento deve ser indicado pelo imunologista, e pode incluir o uso de corticosteroides, anti-inflamatórios não esteróides e imunossupressores para controlar a atividade da doença, diminuindo a presença de linfócitos atípicos.

3. Uso de medicamentos

O uso de algumas medicações anticonvulsivantes, como carbamazepina e fenitoína, e antibióticos, como sulfonamidas e penicilina, podem causar reações imediatas no sistema imunológico, levando a uma reação exagerada e resultando na produção de linfócitos atípicos.

Além disso, os linfócitos atípicos podem ocorrer pelo uso contínuo de medicamentos imunossupressores, como metotrexato, utilizados nas doenças autoimunes e na quimioterapia.

O que fazer: o médico pode ajustar a dose da medicação utilizada ou trocar o medicamento por outro que não leve ao aparecimento de linfócitos atípicos.

4. Vacina recente

Após a vacinação, ocorre a ativação do sistema imunológico com o objetivo de produzir anticorpos, que são proteínas fundamentais para a defesa do corpo contra agentes infecciosos invasores. 

Como parte dessa ativação, alguns linfócitos podem sofrer alterações em seu formato e tamanho, de forma que podem ser notados linfócitos atípicos circulantes no sangue.

O que fazer: nesse caso, os linfócitos atípicos costumam desaparecer sozinhos de poucos dias a algumas semanas após a vacinação, dependendo do organismo de cada pessoa, sem necessidade de tratamento.

5. Câncer

Em alguns casos de câncer, como leucemia ou linfomas, os linfócitos aparecem em grande número e com aparência atípica, devido a alterações nos linfonodos e/ou no processo de formação das células sanguíneas pela medula óssea. Nessa situação, os linfócitos atípicos correspondem às células cancerosas, não sendo  apenas uma reação do corpo.

O que fazer: o tratamento depende do tipo e do estágio do câncer, podendo incluir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.

Como identificar os linfócitos atípicos

Os linfócitos atípicos podem ser identificados através do hemograma completo, um exame de sangue onde é analisado as diferentes células do sangue, incluindo os linfócitos. Entenda melhor para que serve o hemograma.

No entanto, quando os linfócitos apresentam formato, tamanho ou aspecto anormal são classificados como linfócitos atípicos. 

O valor normal de linfócitos atípicos no sangue é 0%, portanto, quando se chega nesse valor o organismo se recuperou do que causou o seu aumento.

O exame deve ser solicitado por um clínico geral ou hematologista para que o resultado seja analisado e a causa da alteração identificada.