Hidatidose: o que é, sintomas, transmissão, tratamento e prevenção

Hidatidose é uma doença parasitária causada pela larva do parasita Echinococcus granulosus, podendo causar sintomas como dor abdominal, inchaço da barriga, falta de ar, ou tosse crônica, o que varia de acordo com o órgão do corpo em que o parasita está presente.

Os ovos desse parasita podem ser transmitidos para os humanos através da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de cachorro infectado, liberando a larva que normalmente se instala nos pulmões ou fígado, formando cistos hidáticos que se desenvolvem lentamente, e por isso, os sintomas podem demorar meses a anos para surgirem.

Embora exista tratamento com remédios antiparasitários, alguns casos precisam ser tratados com cirurgia para retirar os parasitas que estão crescendo no corpo e, por isso, a melhor forma de eliminar a doença é prevenir a infecção com medidas simples como desparasitar todos os cachorros domésticos, lavar as mãos antes de comer e preparar os alimentos da forma correta.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de hidatidose

Os principais sintomas de hidatidose são:

  • Dor abdominal;
  • Inchaço da barriga
  • Perda do apetite ou má digestão constante;
  • Falta de ar;
  • Dor no peito;
  • Cansaço fácil;
  • Tosse crônica com catarro.

Esses sintomas são mais comuns quando afetam os pulmões ou o fígado, e podem se desenvolver lentamente, ao longo de meses ou anos após a ingestão dos ovos do parasita, quando os cistos hidáticos crescem exercendo pressão nos tecidos em volta.

Além dos pulmões e fígado, outras partes em que parasita pode se instalar são cérebro, ossos ou coração, resultando em sintomas como fraturas espontâneas, febre alta, desmaio ou coma, por exemplo.

Além disso, quando há rompimento do cisto hidático, os sintomas podem surgir de forma repentina, e causar complicações que podem colocar a vida da pessoa em risco, como edema pulmonar ou choque anafilático, que é um tipo de reação alérgica grave. Entenda o que é o choque anafilático e como tratar.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da hidatidose, muitas vezes, é feito pelo clínico geral ou infectologista por meio da realização de exames de rotina, como raio X, tomografias ou ecografias, uma vez que a doença pode permanecer assintomática por vários anos.

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Além disso, o médico deve solicitar exames laboratoriais, como hemograma completo e provas de função hepática, para avaliar a presença de infecções ou o funcionamento do fígado, além de exames de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Para confirmar o diagnóstico, deve ser solicitado um exame de sangue, chamado Reação de Casoni, para detectar anticorpos específicos que o organismo produz em resposta à presença do cisto hidático. 

Como acontece a transmissão

A transmissão da hidatidose para o homem ocorre a partir do consumo de água ou alimentos contaminados com ovos do parasita, que são eliminados nas fezes de cachorro contaminado pelo Echinococcus granulosus.

Assim a pessoa quando ingere os ovos do parasita, uma larva é liberada podendo penetrar pelo intestino e ser transportada através da corrente sanguínea ou vasos linfáticos até os pulmões, fígado, cérebro, coração ou ossos, onde se desenvolvem formando cistos, chamados cistos hidáticos.

Esses cistos crescem lentamente ao longo do tempo, e por isso, a pessoa pode não ter sintomas por meses ou anos após a infecção, ou ter sintomas repentinos quando os cistos se rompem.

Ciclo de vida do Echinococcus granulosus

O hospedeiro definitivo do Echinococcus granulosus é o cachorro, ou seja, é no cão que há o desenvolvimento do verme adulto, cujos ovos são liberados no ambiente através das fezes, contaminando alimentos, mãos de crianças e pastos, por exemplo.

Os ovos podem permanecer viáveis no solo por vários meses ou anos e são normalmente consumidos por porcos, bois, cabras ou ovelhas, onde acaba havendo desenvolvimento do cisto hidático no fígado e nos pulmões, que podem ser consumidos por cães, principalmente em locais em que os animais são criados para o abate.

A contaminação de humanos pode ocorrer pelo contato direto com os cachorros, por exemplo, pois os ovos podem estar aderidos ao pêlo, ou consumo de água e alimentos contaminados com as fezes de cachorros contaminados.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hidatidose é feito pelo clínico geral ou infectologista com o objetivo de eliminar os parasitas do organismo e os cistos hidáticos, sendo normalmente recomendado pelo médico o uso de antiparasitários, como mebendazol, albendazol ou praziquantel, por exemplo.

Em alguns casos, pode ser indicada também a remoção cirúrgica do cisto, principalmente quando este é muito volumoso e está presente em uma localização de fácil acesso. Dessa forma é possível evitar o rompimento do cisto e surgimento de complicações.

Possíveis complicações

As complicações da hidatidose podem surgir quando ocorre rompimento do cisto hidático, e variam de acordo com o órgão afetado.

De forma geral, podem surgir complicações como obstrução das vias biliares, infecção do cisto, peritonite, pneumonite, pneumotórax ou derrame pleural, por exemplo.

Além disso, quando o cisto se rompe pode ocorrer uma resposta intensa e exagerada do sistema imunológico, e resultar em choque anafilático, que pode colocar a vida em risco.

Como prevenir a hidatidose

A prevenção da infecção pelo Echinococcus granulosus pode ser feita através de medidas simples, tais como:

  • Desparasitar todos os cães, para diminuir a probabilidade de contágio;
  • Ingerir somente água tratada;
  • Lavar as mãos depois de entrar em contato com cães;
  • Não manipular alimentos sem lavar as mãos;
  • Sempre lavar os utensílios da cozinha após serem utilizados com vegetais crus.

Além disso, é importante evitar consumir vegetais crus de fontes desconhecidas, e quando ingerir se certificar que foram devidamente higienizados, além de ser importante lavar as mãos sempre que entrar em contato com animais e antes de preparar os alimentos.