Discalculia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em outubro 2022

A discalculia é um transtorno específico de aprendizagem caracterizado pela dificuldade persistente para entender os números, o que pode levar a criança a ter dificuldade de aprender matemática e entender cálculos simples, como somar ou subtrair valores, ou compreender quais os números que são maiores ou menores.

Embora ainda não seja conhecida sua causa específica, a discalculia está muitas vezes associada a outros problemas de concentração e compreensão, como o transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou dislexia, por exemplo.

É importante consultar o pediatra sempre que a criança apresentar sintomas de discalculia, para que o tratamento seja iniciado de forma precoce,com o desenvolvimento de estratégias para facilitar o aprendizado, e evitar atrasos no desenvolvimento escolar, ou ansiedade, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de discalculia

Os principais sintomas de discalculia são:

  • Dificuldade para contar, especialmente de trás para a frente;
  • Atraso na aprendizagem para somar números;
  • Dificuldade para saber qual o número maior, quando comparado números simples como 4 e 6;
  • Não consegue criar estratégias para fazer contas, como contar nos dedos, por exemplo;
  • Dificuldade para distinguir sinais de cálculos matemáticos;
  • Dificuldade para organizar os problemas matemáticos e terminar cálculos;
  • Dificuldade para entender ou associar um número com uma palavra, por exemplo, que o número 7 é o mesmo que a palavra sete e que ambos significam sete itens
  • Dificuldade para entender frases matemáticas como “maior que” e “menor que”
  • Evitar situações que necessitam da compreensão de números, como jogos que envolvem matemática;
  • Dificuldade para estimar o tempo;
  • Dificuldade para entender velocidade e distância;
  • Dificuldade extrema para cálculos mais complexos do que somar;
  • Evitar fazer atividades que possam envolver matemática.

Os primeiros sintomas de discalculia surgem por volta dos 4 a 6 anos, quando a criança está aprendendo os números, e geralmente é diagnosticado por volta dos 7 anos, quando a criança começa a aprender cálculos matemáticos na escola.

Uma vez que a matemática é uma das matérias que mais ajuda no desenvolvimento cognitivo, este problema deve ser identificado o mais cedo possível, para iniciar o tratamento e evitar sentimentos de insegurança e incerteza, ou ansiedade, por exemplo.

A discalculia quando não identificada na infância, pode também interferir na vida adulta, causando sintomas como baixo senso dos números e estimativas, dificuldade para entender valores ou dificuldade para usar o dinheiro, como receber troco, por exemplo.

Como confirmar o diagnóstico

Não existe um único teste ou exame capaz de diagnosticar a discalculia, sendo, para isso, importante consultar um pediatra que deve fazer avaliações frequentes das capacidades cognitivas e de cálculo da criança até que seja possível confirmar o diagnóstico.

Quando existe suspeita de que a criança possa ter discalculia é importante avisar os familiares e professores para que estejam atentos a possíveis sinais do problema, além de permitirem mais tempo e espaço para que realize tarefas que envolvam o uso de números.

Possíveis causas

A causa exata da discalculia ainda não é completamente conhecida, mas acredita-se que está relacionada à alterações genéticas na estrutura ou na função de áreas do cérebro relacionadas com números e cálculos, uma vez que é comum que este transtorno surja em pessoas da mesma família.

A discalculia geralmente está associada à outras condições de saúde, como:

Além disso, a discalculia também pode surgir na vida adulta, não sendo relacionada à distúrbios de aprendizagem, geralmente ocorrendo devido a danos no cérebro que podem afetar a área dos números, como no caso de traumas ou tumores no cérebro, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a discalculia deve ser feito em conjunto pelos pais, familiares, amigos e professores e consiste em ajudar a criança a desenvolver estratégias que permitam contornar o seu problema.

Para isso, é muito importante tentar identificar áreas onde a criança tem maior facilidade, tentando depois incluí-las na aprendizagem de números e cálculos. Por exemplo, se existir facilidade para fazer desenhos, pode-se pedir que a criança desenhe 4 laranjas e, depois, 2 bananas e, por fim, tentar contar quantas frutas foram desenhadas.

Algumas ideias que devem servir de guia para todas as tarefas são:

  • Usar objetos para ensinar cálculos de somar ou subtrair;
  • Começar num nível onde a criança se sinta confortável e lentamente avançar para processos mais complexos;
  • Reservar tempo suficiente para ensinar com calma e ajudar a criança a praticar;
  • Reduzir a necessidade para memorizar;
  • Tornar a aprendizagem um processo divertido e sem estresse.

É ainda importante evitar gastar muito tempo explicando as tarefas, mesmo quando se utiliza um método divertido. Isto porque passar muito tempo pensando na mesma coisa pode deixar a criança frustrada, o que dificulta a memorização e todo o processo de aprendizagem.