Diabetes gestacional: sintomas, causas e tratamento

Atualizado em dezembro 2023

A diabetes gestacional é um tipo de diabetes que pode se desenvolver durante a gravidez, em mulheres que não têm diagnóstico anterior de diabetes, sendo mais comum de surgir após a 24ª semana da gestação, devido a uma resistência à insulina provocada pelos hormônios da gravidez.

Este tipo de diabetes normalmente desaparece depois do parto e, raramente, gera sintomas, embora, em alguns casos, possa surgir visão turva e muita sede, no entanto, deve ser tratado com orientação do obstetra para evitar complicações para a mulher e para o bebê, como parto prematuro, bebê muito grande para a idade gestacional ou síndrome da angústia respiratória neonatal.

Desta forma, é importante seguir corretamente o tratamento proposto pelo obstetra, com uma dieta adequada, prática de exercícios físicos ou com o uso de remédios, como hipoglicemiantes orais ou insulina, já que existe um risco elevado de complicações, além da mulher poder desenvolver diabetes mellitus tipo 2 em cerca de 10 a 20 anos, ou ter diabetes gestacional em outra gravidez.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de diabetes gestacional

Os principais sintomas de diabetes gestacional são:

  • Aumento do apetite;
  • Excesso de sede;
  • Boca seca;
  • Ganho de peso;
  • Vontade frequente para urinar;
  • Visão turva;
  • Infecções urinárias mais frequentes;
  • Candidíase vaginal frequente;
  • Cansaço excessivo.

A maioria dos casos de diabetes gestacional não leva ao aparecimento de sinais ou sintomas. Além disso, como esses sintomas são comuns durante a gravidez, o médico deve solicitar o exame da glicose pelo menos 3 vezes durante a gestação, sendo geralmente o primeiro exame realizado na 20ª semana de gestação. Confira outros sintomas de diabetes gestacional e os exames que podem ser feitos.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de diabetes gestacional é feito pelo obstetra através de exames de sangue que medem os níveis de glicose, sendo geralmente suficiente um resultado acima dos valores normais para confirmar o diagnóstico de diabetes gestacional. Confira os valores de referência dos exames para diabetes gestacional.

Assim, o médico deve solicitar o exame de glicemia em jejum, que medem os níveis de glicose em jejum de 8 horas, feitos uma vez a cada trimestre da gestação.

Além disso, outro exame solicitado pelo médico é a curva glicêmica, também chamada de teste oral de tolerância à glicose (TOGT), feito a partir da análise dos níveis de glicose no sangue em jejum, e depois de 1 hora e 2 horas após a ingestão de um líquido açucarado fornecido pelo laboratório para verificar os níveis de glicose ao longo do tempo.

O exame de curva glicêmica também é rotineiramente solicitado entre as 24 e 28 semanas da gestação, como parte dos exames pré-natais, mesmo que o exame de glicemia em jejum tenha valores normais. Veja a lista completa de todos os exames pré-natal.

Calculadora da glicemia

Para saber se é diabetes gestacional, insira o seu resultado na calculadora a seguir:

Erro
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Possíveis causas

A diabetes gestacional é causada por uma resistência à insulina, como consequência do aumento da produção de hormônios pela placenta, ou pela diminuição da produção de insulina pelo pâncreas, o que faz com que exista maior quantidade de açúcar no sangue, resultando no desenvolvimento da diabetes.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento da diabetes gestacional, como:

  • Histórico familiar de diabetes mellitus, especialmente pai ou mãe;
  • Histórico de diabetes gestacional em outra gravidez;
  • Ter tido bebê com peso maior do que 4Kg em uma gravidez anterior;
  • Sobrepeso ou obesidade, com IMC acima de 25;
  • Pré-diabetes;
  • Não praticar atividades físicas;
  • Colesterol bom (HDL) baixo;
  • Triglicerídeos altos;
  • Síndrome dos ovários policísticos.

A diabetes gestacional pode surgir em qualquer estágio da gravidez, no entanto, é mais comum a partir da 24ª semana da gestação, especialmente no terceiro trimestre, devendo ser tratada pelo obstetra para evitar complicações para a mãe e pare o bebê.

Como é feito o tratamento

O tratamento para diabetes gestacional tem como objetivo promover a saúde da mãe e do bebê, evitando complicações como baixo peso para a idade gestacional e distúrbios respiratórios e metabólicos, por exemplo. É importante que o tratamento seja feito sob orientação de um nutricionista, do obstetra e do endocrinologista para que o controle da glicemia seja eficaz.

O tratamento para a diabetes gestacional deve ser feita por meio de mudança nos hábitos alimentares e prática de atividade física para que os níveis de glicose no sangue fiquem controlados:

1. Alimentação na diabetes gestacional

A alimentação na diabetes gestacional deve ser orientada por um nutricionista para que não existam deficiências nutricionais para a mãe ou para o bebê. Por isso, é recomendado que a gestante coma alimentos com baixo índice glicêmico, como frutas com casca, assim como diminuir a quantidade de açúcar e carboidratos simples da alimentação.

É recomendado dar preferência a alimentos pobres em carboidratos ou que possuam carboidratos complexos, que são aqueles que possuem baixo índice glicêmico devido à elevada quantidade de fibras que possuem. Assim, pode ser recomendado que a gestante consuma grãos integrais, carnes, peixe, oleaginosas, leite e derivados e sementes. Veja mais sobre a alimentação na diabetes gestacional.

É importante que a glicemia seja medida em jejum e após as refeições principais, pois assim é possível que tanto a gestante quanto o médico consigam ter um controle dos níveis de glicose no sangue, além de que de acordo com os níveis de glicose o nutricionista pode alterar o plano alimentar.

Confira também no vídeo a seguir mais informações sobre a alimentação na diabetes gestacional:

youtube image - DIABETES GESTACIONAL: o que comer para controlar

2. Prática de exercícios

Os exercícios são importantes para promover a saúde da gestante e manter os níveis de glicose circulante equilibrados. A prática de exercícios da gravidez é segura quando não são identificados fatores que possam colocar em risco a vida da mãe ou do bebê. Por isso, é importante que os exercícios sejam iniciados após autorização médica e que sejam feitos sob orientação de um profissional de educação física.

A prática de exercício pela gestante com diabetes gestacional promove diminuição da quantidade de glicose em jejum e após as refeições, sem que seja necessário fazer uso de insulina para controlar os níveis de glicose circulante.

Apesar de ser considerado seguro, as gestantes precisam ter alguns cuidados antes, durante e após os exercícios, como comer algo antes do exercício, beber água antes, durante e após a atividade, ter atenção à intensidade do exercício e prestar atenção no aparecimento de algum sinal ou sintoma que seja indicativo de interrupção do exercício, como sangramento vaginal, contrações uterinas, perda de líquido amniótico, fraqueza muscular e dificuldade para respirar antes do exercício.

3. Uso de remédios

O uso de remédios normalmente são indicados quando a diabetes é descontrolada e os elevados níveis de glicose no sangue representam grande risco para a grávida e seu bebê, e quando os níveis de glicose não regularizam mesmo com mudança nos hábitos alimentares e prática de exercícios de forma regular.

Assim, o médico pode indicar o uso de hipoglicemiantes orais ou de insulina, que devem ser recomendados pelo médico e utilizados de acordo com a sua orientação. É importante que a mulher faça a medição da glicemia diariamente e nos períodos indicados pelo médico para que seja verificado se o tratamento está sendo eficaz.

Possíveis riscos da diabetes gestacional

As complicações da diabetes gestacional podem afetar a gestante ou o bebê, podendo ser:

Riscos para a grávida Riscos para o bebê
Rompimento da bolsa amniótica antes da data prevista Desenvolvimento da síndrome da angústia respiratória neonatal, que é a dificuldade para respirar ao nascer
Parto prematuro Bebê muito grande para a idade gestacional, que aumenta o risco de obesidade na infância ou adolescência
Feto que não vira de cabeça para baixo antes do parto Doenças cardíacas
Aumento do risco de pré-eclampsia, que é a elevação súbita da pressão Icterícia
Possibilidade de parto cesária ou de laceração do períneo no parto normal devido ao tamanho do bebê Hipoglicemia após o nascimento

Estes riscos podem ser diminuídos se a mulher seguir o tratamento corretamente, por isso, a grávida com diabetes gestacional deve ser acompanhada no pré-natal de alto risco.

Como evitar a diabetes gestacional

A diabetes gestacional nem sempre pode ser prevenida porque está relacionada as alterações hormonais típicas da gestação, no entanto, pode-se diminuir o risco de desenvolvimento da diabetes gestacional ao:

  • Estar no peso ideal antes de engravidar;
  • Fazer o pré-natal;
  • Aumentar de peso de forma lenta e gradual;
  • Alimentar-se de forma saudável e
  • Praticar exercícios moderados.

A diabetes gestacional pode surgir em gestantes com mais de 25 anos, obesas ou quando a gestante tem uma intolerância aos açúcares. Entretanto, também pode se desenvolver em mulheres mais novas ou com peso normal devido as alterações hormonais.