Convulsão: o que é, sintomas, causas e o que fazer

Atualizado em novembro 2022

Convulsão é quando existe uma estimulação excessiva do cérebro, que pode causar contração involuntária dos músculos, tremores e perda de consciência, por exemplo. Os sintomas causados pela convulsão dependem da região do cérebro estimulada.

Normalmente, a convulsão ocorre devido a febre alta, epilepsia ou infecções, como meningite ou encefalite. No entanto, a convulsão também podem ser sinal de traumatismo craniano e até de tumores cerebrais, sendo importante identificar sua causa.

Em caso de convulsão é importante consultar um neurologista ou clínico geral para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado. Se a convulsão durar mais de 5 minutos ou se surgir repetidamente, é aconselhado ir à emergência.   

Imagem ilustrativa número 3

Principais causas de convulsão

As principais causas de convulsão são:

1. Febre alta

A febre alta pode causar convulsão em algumas pessoas, sendo mais comum em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade. Além disso, o risco de convulsão causada pela febre é maior em crianças com histórico familiar de convulsões devido à febre.

2. Epilepsia

A epilepsia é uma doença que afeta o funcionamento dos neurônios, aumentando o risco de convulsão. Geralmente, a epilepsia é causada por alterações genéticas, mas também pode ocorrer devido a malformações do cérebro e doenças do metabolismo, por exemplo. Entenda melhor o que é epilepsia.

3. Infecções

Infecções, principalmente aquelas que afetam o sistema nervoso, como meningite e encefalite, podem afetar o funcionamento do cérebro e causar convulsões. Saiba como identificar os principais sintomas de meningite.

4.  Hipoglicemia

A hipoglicemia normalmente causa sintomas como ansiedade, tremores e suor intenso, no entanto, quando é grave, pode provocar convulsão, confusão e até coma. Veja outros sintomas de hipoglicemia e o que fazer.

5. Abstinência de substâncias

Alguns medicamentos, como barbitúricos e benzodiazepínicos quando utilizados por longos períodos, podem causar convulsões quando seu uso é interrompido. Além disso, a abstinência em caso de uso de drogas ilícitas e alcoolismo também pode causar convulsões quando o consumo é interrompido. Confira outros sintomas de abstinência.

6. Efeitos colaterais de medicamentos

Alguns medicamentos, como antidepressivos e anti-histamínicos, quando utilizados sem indicação médica e em doses acima das recomendadas podem causar convulsão. Conheça os principais antidepressivos e seus efeitos colaterais.

7. Traumatismo craniano

Pancadas na cabeça, dependendo da sua intensidade, podem causar traumatismo craniano e afetar o funcionamento normal do cérebro, provocando uma convulsão. Além disso, dependendo da gravidade, a convulsão pode ocorrer até semanas após o trauma. Veja mais sintomas do traumatismo craniano.

8. Tumores cerebrais

Tumores no cérebro também podem causar convulsões em alguns casos. No entanto, é comum que existam outros sintomas como dor de cabeça, náusea e vômitos. Conheça outros sintomas de tumores cerebrais.

Sintomas de convulsão

Os principais sintomas de convulsão incluem:

  • Queda repentina com perda de consciência;
  • Contração e rigidez dos músculos do corpo; 
  • Espasmos musculares involuntários;
  • Perda de controle da bexiga e do intestino;
  • Confusão ou sonolência após os tremores.

Além disso, antes de acontecer o episódio de convulsão, a pessoa pode se queixar de sintomas como zumbido nos ouvidos, náuseas, tonturas e ansiedade sem causa aparente. 

Quanto tempo dura uma convulsão?

A convulsão normalmente dura de poucos segundos até alguns minutos. No entanto, existem casos em que a crise convulsiva só para com a injeção de medicamentos. Assim, é recomendado procurar uma emergência ou chamar ajuda médica quando a convulsão dura mais de 5 minutos ou surge repetidamente.

O que fazer

No momento da convulsão, é importante criar um ambiente seguro, para que a pessoa não se machuque. Para isso, deve-se:

  1. Afastar objetos como cadeiras de perto da vítima;
  2. Colocar a pessoa de lado e desapertar roupas apertadas, especialmente ao redor do pescoço;
  3. Ficar com a pessoa até ela recuperar a consciência.

Não se deve colocar os dedos dentro da boca da pessoa, nem tentar retirar qualquer tipo de prótese ou objeto do interior da boca, porque a pessoa pode involuntariamente morder os dedos. Confira outros cuidados e o que não fazer durante a convulsão.

Caso seja possível, deve-se ainda anotar o tempo de duração da convulsão, para informar o médico caso seja necessário.

Como é feito o tratamento

O tratamento da convulsão depende da causa identificada e pode envolver desde o uso de antibióticos até cirurgia nos casos mais graves. Além disso, enquanto a causa é tratada, o médico pode indicar o uso de um anticonvulsivante, como a fenitoína, para evitar o risco de uma nova convulsão.

Quando a causa da convulsão é a epilepsia, o uso de medicamentos anticonvulsivantes pode ser indicado por um período de tempo maior, que pode durar alguns anos.

Tipos de convulsão

As convulsões podem ser classificadas em dois tipos de acordo com as partes do cérebro envolvidas em:

  • Convulsões focais: apenas um hemisfério do cérebro é atingido e a pessoa pode não perder a consciência;
  • Convulsões generalizadas: os dois lados do cérebro são afetados e normalmente acontece perda de consciência.

Além dessa classificação, as convulsões também podem ser classificadas de acordo com os sintomas e duração do episódio convulsivo:

  • Tônico-clônica generalizada: é o tipo de convulsão mais comum e é caracterizada por rigidez muscular, que é seguida por contrações musculares involuntárias, além de salivação excessiva e emissão de sons;
  • Ausência: é mais frequente em crianças e é caracterizada pela perda transitória de contato com o mundo, em que a pessoa fica com olhar vago e fixo por alguns segundos, voltando à atividade normalmente como se nada tivesse acontecido;
  • Focal perceptiva: é um tipo de convulsão focal em que a pessoa não perde a consciência e pode experimentar movimentos e sensações, como cheiros, sabores e sentimentos;
  • Focal disperceptiva: a pessoa geralmente sente-se confusa ou tonta e não é capaz de responder a algumas questões;
  • Atônica: a pessoa perde o tônus muscular, desmaia e perde completamente a consciência. Esse tipo de convulsão pode acontecer várias vezes ao dia e durar segundos.

É importante estar atento aos episódios convulsivos, principalmente à convulsão de ausência, pois como é muito discreta, pode passar despercebida e atrasar o diagnóstico e o tratamento.