Babesiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em outubro 2022

A babesiose é uma doença infecciosa causada pela mordida do carrapato infectado por protozoários do gênero Babesia sp. Após a mordida, algumas pessoas podem apresentar sintomas, como febre, dor de cabeça, cansaço excessivo e fraqueza, sendo mais frequente em pessoas mais velhas e/ ou com a imunidade mais comprometida.

A babesiose é uma doença mais frequente em cachorros, no entanto pode também acontecer nas pessoas, apesar de ser mais raro.

É importante que a babesiose seja identificada e tratada rapidamente, pois assim é possível prevenir complicações como aumento do fígado e do baço e anemia hemolítica, por exemplo. Assim, na presença de sinais e sintomas de babesiose, é fundamental que o infectologista ou clínico geral seja consultado para que seja confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento, que normalmente envolve o uso de antiparasitários e/ ou antibióticos.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de babesiose

Os principais sintomas de babesiose são:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Vermelhidão, inchaço e aumento da temperatura do local da mordida do carrapato;
  • Calafrios;
  • Suor frio;
  • Dor muscular;
  • Cansaço excessivo;
  • Fraqueza;
  • Pele e olhos amarelados, devido à destruição das hemácias;
  • Presença de sangue na urina e urina escura.

Na maioria dos casos a babesiose é assintomática, no entanto os sintomas podem surgir até 4 semanas após o contato com o carrapato infectado.

Algumas pessoas podem também apresentar sintomas mais graves da doença à medida que o parasita atinge mais células do sangue, podendo ser notada anemia hemolítica, neutropenia, trombocitopenia, insuficiência renal, edema pulmonar e alterações no fígado, por exemplo, sendo esses sintomas mais frequentes em pessoas com o sistema imunológico mais comprometido. No caso de pessoas saudáveis, os sintomas costumam desparecer em até 1 semana.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da babesiose deve ser feito pelo clínico geral ou infectologista a partir da realização de exames laboratoriais, além da avaliação dos sinais e sintomas, caso estejam presentes. Inicialmente, o diagnóstico é feito a partir da observação das células do sangue, em que pode ser observado o parasita dentro das hemácias.

No entanto, algumas pessoas não possuem grande quantidade de parasita no sangue, de forma que pode ser também realizado exame sorológico para avaliar a presença de antígenos ou anticorpos contra as espécies de Babesia sp. Além disso, em alguns casos, o médico pode indicar a realização de exame molecular para diferenciar a Babesia sp. do Plasmodium sp., que é o parasita responsável pela malária e que também pode ser encontrado dentro das hemácias.

Causa da babesiose

A babesiose é uma doença causada pelo protozoário Babesia sp., um tipo de parasita que pode infectar carrapatos, principalmente da espécie Ixodes spp. As principais espécies de Babesia sp. relacionadas com a babesiose são a Babesia divergens e a Babesia microti.

Esse parasita, quando transmitido, entra nas hemácias e promove a sua destruição, levando ao aparecimento dos sintomas característicos da babesiose, sendo mais frequente em pessoas que não possuem o baço, possuem doenças crônicas, como câncer, linfoma, doença renal ou hepática, são portadoras do vírus HIV ou de doença associada ao HIV, ou possuem mais de 60 anos.

Possíveis complicações da babesiose

As complicações da babesiose são mais fáceis de acontecer em pessoas que possuem o sistema imunológico mais enfraquecido, sendo as principais:

  • Alteração na pressão arterial;
  • Destruição excessiva das hemácias;
  • Grande diminuição da quantidade de plaquetas, aumentando o risco de sangramentos;
  • Alteração na função do fígado, rins e/ ou pulmão.

É importante que as pessoas com a imunidade mais fragilizada façam o tratamento assim que for feito o diagnóstico, pois dessa forma é possível prevenir as complicações da doença.

Como acontece a transmissão

A principal forma de transmissão da babesiose é a por meio da mordida do carrapato infectado. Para que seja possível a transmissão, é preciso que a pessoa fique em contato com a saliva do carrapato por pelo menos 12 horas para que o parasita consiga chegar na corrente sanguínea e entrar nas hemácias.

Além disso, a babesiose pode ser transmitida por meio de transfusão sanguínea de uma pessoa contaminada ou durante a gravidez, no entanto essas formas de transmissão são mais raras.

Como é feito o tratamento

O tratamento para babesiose deve ser orientado pelo clínico geral ou infectologista de acordo com os sintomas apresentados pela pessoa e gravidade da infecção, podendo ser recomendado o uso de antiparasitários e antibióticos, como quinina + clindamicina ou atovaquona + azitromicina.

No caso das pessoas que não possuem sintomas de babesiose, o médico normalmente não indica a realização de tratamento específico, já que a doença pode ser solucionada naturalmente.