A artrogripose é uma condição congênita que pode ser identificada logo após o nascimento e que causa deformidade e rigidez das articulações, fazendo com que o bebê não consiga realizar movimentos ou mudar sua posição.
A artrogripose ocorre principalmente em bebês que tiveram alguma condição durante a gestação que limitou seus movimentos, como redução do líquido amniótico, alterações genéticas ou doenças maternas, como a esclerose múltipla.
O tratamento para a artrogripose deve ser orientado pelo pediatra e tem como objetivo reduzir a rigidez da articulação e corrigir as deformidades, favorecendo o movimento do bebê, e pode incluir fisioterapia, uso de gessos ou cirurgia.
Sintomas de artrogripose
Os principais sintomas da artrogripose são:
- Articulações endurecidas ou “presas”;
- Movimento limitado em braços e pernas;
- Músculos pouco desenvolvidos;
- Deformidades geralmente iguais nos dois lados do corpo;
- Membros podem parecer mais finos e retos;
- Mais comum nas pernas, depois nos braços.
Em bebês, a artrogripose se manifesta por ombros voltados para dentro, cotovelos e joelhos esticados, pés para baixo e para dentro, punhos e dedos enrolados, quadris fora do lugar e coluna com desvios, como escoliose ou cifose.
Em alguns casos, a artrogripose pode causar ossos mais finos e frágeis, testículos não descidos e alterações no sistema nervoso central, embora a inteligência geralmente seja preservada.
Apesar dos sintomas de artrogripose não serem progressivos, a causa que leva a essa condição pode ser, de forma que o bebê pode apresentar outras alterações ao longo do tempo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da artrogripose geralmente é feito logo após o nascimento por pediatras e ortopedistas, que avaliam a capacidade do bebê de mover as articulações e/ou mudar de posição.
Durante a gestação, ultrassom de rotina podem sugerir a condição ao mostrar membros pouco desenvolvidos ou alterações no líquido amniótico, além de considerar o histórico materno de doenças, podendo levar à indicação de testes pré-natais e aconselhamento genético.
Após o nascimento, exames genéticos e laboratoriais ajudam a identificar a causa específica, enquanto exames de imagem, como ultrassom e radiografias, e testes funcionais, como eletromiografia, avaliam ossos, músculos e articulações. Veja como é feita a eletromiografia
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Possíveis causas
Entre as possíveis causas da artrogripose estão:
- Diminuição da quantidade de líquido amniótico;
- Gestação múltipla;
- Má-formação uterina;
- Infecções maternas, como Zika e sífilis congênita;
- Doenças genéticas do feto, como neuropatias, distrofia muscular, atrofia muscular espinhal, trissomia do cromossomo 18, por exemplo;
- Doenças maternas, como esclerose múltipla ou alterações na circulação uterina.
Além disso, o uso de drogas, álcool ou medicamentos sem orientação médica durante a gestação, assim como a combinação de fatores genéticos e ambientais, pode aumentar o risco de desenvolvimento de artrogripose.
Como é feito o tratamento
O tratamento para artrogripose pode variar de acordo com a gravidade e a causa, e normalmente envolve:
1. Uso de gesso
Na maioria dos casos, recomenda-se a manipulação articular pelo ortopedista e o uso de gessos nas articulações nos primeiros meses de vida, para alongar contraturas e melhorar a mobilidade articular.
O uso de gessos geralmente é combinado com fisioterapia, com o objetivo de prevenir deformidades permanentes e aumentar a amplitude de movimento das articulações.
2. Fisioterapia
A fisioterapia é essencial, ajudando a melhorar o movimento das articulações, prevenir a atrofia muscular, aumentar a flexibilidade e facilitar atividades do dia a dia, como vestir-se ou segurar objetos.
Exercícios contínuos, muitas vezes realizados até a adolescência, são recomendados, inclusive em casa, seguindo as orientações recebidas do fisioterapeuta.
Cada bebê ou criança deve ser avaliado pessoalmente, porque não existe um protocolo que sirva para todos os casos de artrogripose.
3. Cirurgia
Em casos mais graves, a cirurgia pode ser indicada para corrigir deformidades, aumentar a amplitude de movimento e melhorar a função, podendo envolver tornozelos, quadris, joelhos, punhos ou cotovelos.
Também pode ser realizada a transferência tendinosa, cirurgia que reposiciona um tendão para substituir outro que não funciona bem, melhorando a força e o controle muscular.
Além disso, em caso de escoliose, pode ser indicado colocar um aparelho para fixar a coluna até o sacro, quando o ângulo da escoliose é maior que 40º. Entenda o tratamento para escoliose.
A criança com artrogripose pode passar por mais de 1 cirurgia ao longo da vida.
A artrogripose tem cura?
A artrogripose não tem cura, sendo o tratamento voltado para melhorar a mobilidade, reduzir deformidades e aumentar a qualidade de vida.