Tirzepatida: para que serve e como usar

Atualizado em outubro 2023

Tirzepatida é um remédio indicado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 em adultos, pois ajuda a aumentar a produção de insulina pelo pâncreas e a reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado, o que permite baixar os níveis de açúcar no sangue.

Esse remédio é encontrado na forma de injeção para aplicação semanal, com o nome comercial Mounjaro, e pode ser usado sozinho ou em conjunto com outros remédios antidiabéticos, e associado a uma dieta balanceada e prática de exercícios físicos.

A tirzepatida deve ser usada com indicação do endocrinologista e acompanhamento médico regular, para avaliar a eficácia do tratamento e o surgimento de efeitos colaterais.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A tirzepatida é indicada o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 descontrolada, devendo fazer parte de uma dieta balanceada e prática de exercícios físicos para controlar os níveis de açúcar no sangue.

Esse remédio pode ser usado sozinho quando a pessoa apresenta intolerância ou contraindicações ao tratamento com a metformina ou ser usado em conjunto com outros remédios antidiabéticos, de acordo com a orientação do endocrinologista. Confira os principais remédios para diabetes.

Como funciona

A tirzepatida tem uma ação dupla, pois age sobre os receptores do GPL-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon) e receptores GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente da glucose) presentes no pâncreas, cérebro, intestinos, coração, rins, tecido adiposo, leucócitos e vasos sanguíneos.

O GPL-1 e o GIP são hormônios, chamados incretinas, produzidos naturalmente pelo intestino, e que têm como função estimular a liberação de insulina pelas células do pâncreas, reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado, diminuir o esvaziamento gástrico e a promover a saciedade.

Desta forma, esse remédio ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue, reduzir os níveis de glucagon, melhorar a sensibilidade à insulina, diminuir a sensação de fome a ingestão de alimentos, e a modular o metabolismo de gorduras.

Tirzepatida serve para emagrecer?

A tirzepatida tem demonstrado uma redução de peso em pessoas com diabetes tipo 2, pois envia sinais de saciedade para o cérebro e reduz o esvaziamento gástrico, diminuindo a fome, fazendo com que se tenha uma redução da quantidade de calorias ingeridas diariamente e, por isso, este medicamento também pode levar ao emagrecimento.

Alguns estudos [1,2] têm mostrado que a tirzepatida tem um efeito maior na redução de peso do que a semaglutida em pessoas com obesidade ou sobrepeso, pois além de ativar os receptores GPL-1, também estimula os receptores GIP. 

No entanto, esse remédio não possui indicação oficial e aprovada pela ANVISA para emagrecer, nos casos de obesidade ou sobrepeso, e não substitui a prática regular de atividade física e a dieta balanceada para perda de peso. Saiba como fazer uma dieta balanceada para emagrecer.

Como usar

A tirzepatida deve ser usada através de injeções aplicadas na camada subcutânea da pele (sob a pele) da barriga, da coxa ou da parte superior do braço, podendo ser aplicada antes ou após uma refeição, a qualquer hora do dia. Veja como aplicar injeção sob a pele corretamente.

As doses normalmente recomendadas da tirzepatida para adultos são:

  • Dose inicial: 1 aplicação de 2,5 mg de tirzepatida, 1 vez por semana. Após 4 semanas, a dose pode ser aumentada pelo médico para 5 mg, 1 vez por semana;
  • Dose de manutenção: 5 mg, 10 mg ou 15 mg de tirzepatida, 1 vez por semana, conforme orientação médica.

O aumento das doses da tirzepatida devem ser feito com orientação do endocrinologista, com incrementos de 2,5 mg, após pelo menos 4 semanas com a mesma dose, de acordo com a resposta ao tratamento, a tolerância a esse remédio e o surgimento de efeitos colaterais.

A dose máxima de tirzepatida não deve ultrapassar 15 mg por semana.

A tirzepatida é encontrada na forma de caneta injetável preenchida, com doses de 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg e 15 mg, sendo recomendado variar o local de aplicação a cada semana.

O que fazer em caso de esquecimento

No caso de esquecer de aplicar a dose semanal no dia e na hora corretos, pode-se aplicá-la imediatamente até no máximo 4 dias de esquecimento.

Após 4 dias de esquecimento, deve-se pular a dose esquecida e continuar o esquema semanal conforme programado.

Não se deve aplicar 2 doses, com intervalo de 3 dias entre uma e outra dose.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns da tirzepatida são náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal ou no estômago, excesso de gases intestinais, arrotos frequentes, refluxo gastroesofágico, prisão de ventre, barriga inchada ou fadiga.

Além disso, a tirzepatida pode reduzir muito o açúcar no sangue e causar hipoglicemia, principalmente quando usada com outros remédios para diabetes. Saiba identificar os sintomas de hipoglicemia.

A tirzepatida também pode causar efeitos colaterais no local da injeção, como dor, coceira, irritação, lesão e manchas roxas perto do local em que foi aplicada.

Embora seja raro, a tirzepatida pode causar reações alérgicas graves, devendo-se interromper seu uso e procurar o pronto-socorro imediatamente caso surjam sintomas como dificuldade para respirar, dor no peito, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto, ou urticária.

Deve-se procurar atendimento médico imediato se apresentar sintomas de pancreatite, como dor na parte superior do abdômen que pode irradiar para as costas ou fezes amareladas ou brancas e com sinais de gordura, por exemplo. Veja todos os sintomas da pancreatite.

Quem não deve usar

A tirzepatida não deve ser usada por crianças e adolescentes ou por pessoas que tenham diabetes tipo 1, pancreatite ou alergia a esse remédio ou qualquer outro componente da fórmula.

Além disso, esse remédio deve ser usado com cautela em pessoas com doenças gastrointestinais graves, como a gastroparesia, ou que tenham retinopatia diabética, ou idosos com mais de 85 anos.

Durante a gravidez ou amamentação, a tirzepatida só deve ser usada se recomendado pelo médico, após avaliar os benefícios do tratamento para a mulher e potenciais riscos para o bebê.

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