Síndrome de Korsakoff: o que é, sintomas e tratamento (tem cura?)

A síndrome de Korsakoff, ou síndrome de Wernicke-Korsakoff​, é uma doença neurológica, causada pela falta grave de tiamina, também conhecida como vitamina B1, que é essencial para transformar os alimentos em energia.

Essa doença se manifesta em duas fases, a encefalopatia de Wernicke, que surge com sintomas de confusão mental, tremores e fraqueza muscular, e, quando não tratada, pode evoluir para a síndrome de Korsakoff, que afeta principalmente a memória a longo prazo.

Leia também: Encefalopatia de Wernicke: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/encefalopatia-de-wernicke

O tratamento da síndrome de Korsakoff envolve reposição de vitamina B1 e controle de complicações, sendo mais eficaz quando iniciado precocemente, pois os danos à memória e ao aprendizado costumam ser permanentes.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome de Korsakoff​

Os principais sintomas da síndrome de Korsakoff são:

  • Dificuldade em lembrar do passado e criar novas memórias;
  • Invenção de histórias para preencher lacunas de memória;
  • Dificuldade para planejar, organizar e tomar decisões;
  • Repetição de ações ou falas;
  • Falta de motivação e apatia;
  • Mudanças de humor súbitas;
  • Alucinações.

Esses sintomas aparecem quando a fase anterior, conhecida como encefalopatia de Wernicke, não é tratada adequadamente. 

Nessa fase inicial, a pessoa já apresenta confusão mental, dificuldade para se comunicar, falta de coordenação, tremores e fraqueza muscular. 

Também são comuns alterações visuais, como visão dupla e movimentos oculares anormais, além de sinais físicos como pressão baixa e sintomas de abstinência.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Korsakoff é geralmente feito pelo neurologistas, com base na avaliação dos sintomas, no histórico de saúde da pessoa e no exame físico.

Marque consulta com o neurologista mais próximo da sua região:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

O médico pode solicitar exames de sangue para verificar os níveis de tiamina, a atividade da transcetolase, a albumina sérica e o hemograma, ajudando a identificar deficiências nutricionais e complicações associadas.

Em pessoas com histórico de uso de álcool, também são realizados testes de função hepática, detecção de álcool no sangue e rastreios de drogas.

Além disso, exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico ou descartar outras causas neurológicas.

Principais causas

A principal causa da síndrome de Korsakoff é a deficiência de vitamina B1, que pode ocorrer por:

  • Uso crônico de álcool, que compromete a absorção, o armazenamento e o aproveitamento da tiamina;
  • Doenças gastrointestinais, como inflamações no intestino ou estômago;
  • Procedimentos cirúrgicos, incluindo cirurgias bariátricas;
  • Alguns tratamentos médicos, como quimioterapia ou uso prolongado de diuréticos.

Além disso, algumas condições de saúde também podem levar à deficiência de tiamina, como câncer em estágio avançado, infecção por HIV, insuficiência renal com diálise e alterações genéticas raras.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome de Korsakoff deve ser iniciado imediatamente, pois se trata de uma emergência médica. Normalmente, é conduzido por um neurologista ou clínico geral, podendo também envolver médico especializado em dependência de álcool.

Na fase aguda, chamada de encefalopatia de Wernicke, a vitamina B1 é aplicada diretamente na veia ou no músculo, acompanhada de hidratação, suporte nutricional e, em alguns casos, cuidados para o transtorno do uso de álcool.

Na fase crônica, que é a síndrome de Korsakoff, a reposição de vitamina B1 e o uso de suplementos orais continuam sendo recomendados, mas costumam ter pouco impacto sobre as falhas graves de memória. 

Nessa etapa, o tratamento é adaptado aos sintomas e pode incluir terapias de reabilitação cognitiva, fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, para lidar com alterações de comportamento e humor.

Leia também: Terapia cognitivo-comportamental: o que é, como funciona (e técnicas) tuasaude.com/terapia-cognitivo-comportamental

O início rápido do tratamento é essencial para aliviar sintomas, reduzir complicações e evitar danos permanentes, que podem incluir lesões cerebrais irreversíveis.

A síndrome de Korsakoff tem cura?

A síndrome de Korsakoff não tem cura. O tratamento pode trazer alguma melhora, especialmente quando iniciado precocemente, mas os danos à memória e à capacidade de aprendizado geralmente são permanentes.

Na fase inicial, chamada encefalopatia de Wernicke, o tratamento pode reverter grande parte dos sintomas, como confusão mental, alterações na visão e problemas de coordenação motora.

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