7 sequelas mais comuns do AVC

Revisão médica: Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
outubro 2021

Depois de ter um AVC a pessoa pode ficar com várias sequelas ligeiras ou graves, dependendo da região afetada do cérebro, assim como do tempo que essa região esteve sem receber sangue.

A sequela mais comum é a perda de força, que pode acabar causando dificuldade em andar ou em falar, que são consequências que podem ser temporárias ou permanecer para toda a vida.

Para reduzir as limitações causadas pelo AVC pode ser necessário fazer fisioterapia, terapia da fala e estimulação cognitiva com ajuda de um fisioterapeuta, terapeuta da fala ou enfermeiro para ganhar mais autonomia e recuperar, pois inicialmente a pessoa pode ficar muito mais dependente de outra pessoa para realizar as tarefas do dia-a-dia, como tomar banho ou comer.

Imagem ilustrativa número 1

A seguir apresentamos uma lista das sequelas mais comuns em pessoas que sofreram um AVC:

1. Dificuldade em movimentar o corpo

A dificuldade em andar, deitar ou sentar ocorre devido à perda de força, de músculo e de equilíbrio de um dos lados do corpo, apresentando o braço e a perna de um dos lados do corpo paralisados, uma situação conhecida por hemiplegia.

Além disso, a sensibilidade do braço ou da perna afetados também pode ficar diminuída, aumentando o risco de a pessoa cair e se machucar.

2. Alterações na face

Após o AVC, a face pode ficar assimétrica, podendo apresentar a boca torta, testa sem rugas e olho caído de apenas um dos lados da face.

Algumas pessoas também podem apresentar dificuldade em engolir alimentos, seja sólidos ou líquidos, conhecido por disfagia, o que aumenta o risco de engasgamento. Por isso, é necessário adequar os alimentos à capacidade de cada pessoa para comer, preparando pequenos alimentos moles ou usar espessantes para melhorar a consistência das refeições. Além disso, a pessoa pode ver e ouvir pior do lado que tem as alterações.

3. Dificuldade para falar

Muitas pessoas ficam com dificuldade em falar, tendo o tom de voz muito baixo, não conseguindo dizer algumas palavras de forma completa ou mesmo perdendo totalmente a capacidade para falar, o que dificulta a interação com a família e amigos.

Nestes casos, caso a pessoa saiba escrever, pode-se dar preferência para a comunicação escrita. Além disso, muitas pessoas acabam desenvolvendo linguagem de sinais para se conseguirem comunicar com as pessoas mais próximas.

4. Alterações visuais

Em alguns casos, o AVC pode também ter como consequência alterações na visão, podendo a pessoa ter a visão embaçada, visão dupla e diminuição do campo visual, o que pode fazer com que a pessoa tenha dificuldade de reconhecer objetos, familiares ou para se mover livremente no ambiente, por exemplo. Além disso, em alguns casos pode haver perda total da visão.

5. Incontinência urinária e fecal

A incontinência urinária e das fezes é frequente, pois a pessoa pode perder a sensibilidade para identificar quando está com vontade de ir no banheiro, sendo recomendado usar fralda para ficar mais confortável.

6. Confusão e perda de memória

A confusão após um AVC é também uma sequela relativamente frequente. Nesta confusão estão incluídos comportamentos como ter dificuldade em compreender ordens simples ou reconhecer objetos familiares, não sabendo para que servem, nem como se utilizam.

Além disso, dependendo da região do cérebro afetada, algumas pessoas também podem sofrer de perda de memória, o que acaba dificultando a capacidade para a pessoa se orientar no tempo e no espaço.

7. Depressão e sentimentos de revolta

Pessoas que tiveram um AVC têm um maior risco de desenvolver uma depressão grave, que pode ser causada por alguma alteração hormonal influenciada pelas lesões no cérebro, mas também pela dificuldade em viver com as limitações impostas pelo AVC.

Como é a recuperação depois do AVC

Para reduzir as limitações que o AVC provoca e recuperar alguns danos causados pela doença é fundamental fazer o tratamento com uma equipe multidisciplinar, mesmo depois da alta hospitalar. Algumas terapias que podem ser usadas são:

  • Sessões de fisioterapia com um fisioterapeuta especializado para ajudar o paciente a recuperar o equilíbrio, a forma e o tônus muscular, podendo voltar a andar, sentar e deitar sozinho.
  • Estimulação cognitiva com terapeutas ocupacionais e enfermeiros que realizam jogos e atividades para diminuir a confusão e os comportamentos desadequados;
  • Terapia da fala com terapeutas da fala de forma a recuperar a capacidade para se expressar.

O tratamento deve ser iniciado logo que possível ainda no hospital e mantido em clinicas de reabilitação ou em casa, devendo ser realizado diariamente para que a pessoa possa recuperar maior independência e ganhar mais qualidade de vida.

O tempo de internamento no hospital depende da gravidade do AVC, porém, na maioria dos casos, é de pelo menos uma semana no hospital, podendo ser mantido por mais 1 mês numa clínica de reabilitação. Além disso, em casa é necessário continuar fazendo o tratamento para diminuir as consequências a longo prazo.

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Escrito por Manuel Reis - Enfermeiro. Atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em outubro de 2021. Revisão médica por Drª. Ana Luiza Lima - Cardiologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • COCHRANE. Intervenções para defeitos de campo visual em pessoas com Acidente Vascular Cerebral. Disponível em: <https://www.cochrane.org/pt/CD008388/STROKE_intervencoes-para-defeitos-de-campo-visual-em-pessoas-com-acidente-vascular-cerebral>. Acesso em 01 abr 2021
  • ROWE, Fiona J. Vision In Stroke cohort: Profile overview of visual impairment. Brain and Behavior. 2017
Revisão médica:
Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
Médica Cardiologista, formada pela Universidade Federal de Pernambuco, em 2008 com registro profissional nº CRM/PE – 16886.