Líquido seminal: o que é, engravida? (e outras dúvidas)

Revisão clínica: Rodolfo Favaretto
Urologista
junho 2022

O líquido seminal é um líquido esbranquiçado produzido pelas glândulas seminais e pela próstata, que ajuda a transportar os espermatozoides, produzidos pelos testículos, para fora do corpo.

Além disso, este líquido também contém um tipo de açúcar que ajuda a manter os espermatozoides saudáveis e com energia, para que consigam chegar no óvulo.

Normalmente, o líquido seminal não é produzido durante a infância, surgindo apenas no período de adolescência dos meninos. Isso acontece porque para a produção desse líquido é preciso uma elevada liberação de testosterona pelos testículos, que aparece por volta dos 16-18 anos.

Imagem ilustrativa número 1

1. É possível engravidar com o líquido seminal?

Teoricamente não é possível engravidar com líquido seminal, pois esse líquido por si só não contém espermatozoides, que normalmente só são liberados dos testículos no momento do orgasmo. No entanto, é muito comum que durante a relação sexual o homem libere pequenos jatos de líquido seminal com espermatozoides sem que perceba.

Além disso, é ainda possível que existam espermatozoides na uretra, que acabam sendo empurrados pelo líquido seminal e chegando no canal vaginal da mulher, podendo gerar uma gravidez.

Assim, a única forma de garantir que não se engravida é utilizando um método anticoncepcional, como o preservativo ou a pílula anticoncepcional.

2. Dá para pegar doenças?

Assim como a maior parte dos fluidos produzidos pelo corpo humano, o líquido seminal pode transmitir várias doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, Gonorreia ou Clamídia, por exemplo.

Dessa forma, quando se tem relações com algum novo parceiro ou quando não se sabe o histórico de doenças é muito importante usar sempre preservativo, não só para evitar uma possível gravidez, mas também para evitar a transmissão desse tipo de doenças,

Confira as principais formas de transmissão e os sintomas das DST's mais comuns.

3. É possível aumentar a quantidade do líquido?

O volume de líquido seminal liberado pelo homem varia todas as vezes, sendo que o contato sexual repetido é uma das principais causas para a diminuição desse fluido, já que as glândulas não possuem tempo suficiente para produzir mais líquido.

No entanto, existem algumas formas naturais de aumentar a quantidade de líquido. Para isso deve-se manter o corpo sempre bem hidratado, pois a água é o principal ingrediente do líquido seminal, bebendo pelo menos 1,5 litros de água por dia. Além disso, praticar exercício físico regularmente e ter uma alimentação rica em antioxidantes também parecem ser formas comprovadas de aumentar a quantidade desse líquido.

4. Quando esse líquido é liberado?

O líquido seminal pode ser liberado em vários momentos ao longo da relação sexual e, por isso, muitas vezes, é conhecido como um líquido lubrificante que é liberado pelo pênis durante o contato íntimo. Isso acontece devido ao aumento da pressão sobre a próstata, que leva à sua contração e consequentemente liberação de líquido.

No entanto, também existem vários homens em que esse líquido apenas é liberado junto com os espermatozoides quando se atinge o orgasmo, sendo completamente normal.

5. Líquido seminal é o mesmo que líquido prostático?

Os dois líquidos não são a mesma coisa, porém o líquido prostático faz parte do líquido seminal. Isto porque o fluido seminal é formado pela mistura de dois líquidos, o que é produzido pela próstata e o que é produzido pelas glândulas seminais.

Assim, através do líquido seminal é possível avaliar indiretamente a saúde da próstata, já que se sair alterado, com a presença de sangue, por exemplo, pode indicar algum problema na próstata.

Veja neste vídeo como avaliar a saúde da próstata:

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Escrito por Manuel Reis - Enfermeiro. Atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em junho de 2022. Revisão clínica por Rodolfo Favaretto - Urologista, em abril de 2020.

Bibliografia

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Mostrar bibliografia completa
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Revisão clínica:
Rodolfo Favaretto
Urologista
Médico formado pela Universidade de Ribeirão Preto com CRM-SP 133358 e especialista em Urologia desde 2016 pela Sociedade Brasileira de Urologia.

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