Gravidez de risco: o que é, sintomas, causas e cuidados

Atualizado em setembro 2022

A gravidez de risco é quando a mulher inicia a gestação com alguma doença ou quando, após exames médicos, se verifica que existe alguma probabilidade de se desenvolver alguma doença na mãe ou no bebê durante a gravidez ou na hora do parto.

Geralmente, a gravidez de risco se desenvolve em mulheres que antes de engravidarem já possuem fatores ou situações de risco, como ter hábitos pouco saudáveis ou ter excesso de peso. No entanto, a gravidez pode se estar desenvolvendo naturalmente e os problemas surgirem a qualquer momento da gestação.

Quando é diagnosticada uma gravidez de risco, é importante seguir as orientações do médico e fazer todas as consultas de pré-natal e exames, que tendem a ser em maior frequência. Além disso, é importante ter atenção com a alimentação, hidratação e os hábitos de vida.

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Sintomas de gravidez de risco

Alguns sintomas que podem indicar uma gravidez de risco incluem:

  • Sangramento pela vagina;
  • Contrações uterinas antes do tempo;
  • Liberação de fluído amniótico antes do tempo;
  • Não sentir o bebê se mexendo mais de um dia;
  • Tonturas e desmaios frequentes;
  • Dores ao urinar;
  • Inchaço repentino do corpo;
  • Dor de cabeça frequente;
  • Dor forte nos braços ou pernas;
  • Ganho de muito peso em pouco tempo;
  • Sensação de sede frequente;
  • Aceleração repentina dos batimentos cardíacos;
  • Dificuldade para caminhar.

Quando se sente algum desses sintomas é recomendado consultar o médico o mais rapidamente possível para que seja possível identificar a causa e, assim, iniciar o tratamento mais adequado para prevenir complicações para a mulher e para o bebê.

Como saber se a gravidez é de risco

Para saber se a gravidez é de risco, é fundamental que o obstetra seja consultado para que sejam feitos exames que avaliem o estado geral de saúde tanto da mulher quanto do bebê, levando em consideração todos os sinais e sintomas apresentados pela mulher.

Assim, o médico pode indicar a realização de exames laboratoriais, como dosagem de colesterol total e frações, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, teste de tolerância oral à glicose e hemograma, além da medição da pressão arterial e exames de imagem, como o ultrassom. Veja mais sobre os exames indicados no pré-natal.

No caso de ser confirmada a gravidez de risco, o médico pode indicar outros exames, como cardiotoco, MAPA, perfil bioquímico fetal e ecocardiograma fetal, por exemplo. Conheça mais sobre os exames indicados na gravidez de risco.

A probabilidade de gravidez de risco é maior quando a mulher tem menos de 17 anos ou idade superior a 35 anos, podendo o risco também ser influenciado por doenças e hábitos.

Principais causas

As principais causas de gravidez de risco são:

1. Pressão alta e pré-eclampsia

​A pressão alta na gravidez é um problema comum e ocorre quando esta é superior a 140/90 mmHg após duas medições realizadas com um intervalo mínimo de 6 horas.

A pressão alta na gravidez pode ser causada por alimentação rica em sal, sedentarismo ou mal formação da placenta, aumentando as chances de ter pré-eclampsia, que é o aumento da pressão arterial e perda de proteínas, podendo levar a aborto, convulsões, coma e até mesmo a morte da mãe e do bebê, quando a situação não é devidamente controlada.

2. Diabetes

A mulher que é diabética ou que desenvolve a doença durante a gestação também possui maior chance de ter uma gravidez de risco, pois o açúcar elevado no sangue pode atravessar a placenta e chegar ao bebê, o que pode fazer com que ele cresça muito e pese mais de 4 Kg. Um bebê grande dificulta o parto, sendo necessário fazer cesárea, além de haver maior chances de nascer com problemas como ictericia, pouco açúcar no sangue e problemas respiratórios.

3. Gravidez de gêmeos

A gravidez de gêmeos é considerada de risco porque o útero tem de se desenvolver mais e todos os sintomas de gravidez estão mais presentes. Além disso, existem maiores chances de ter todas as complicações de uma gravidez, principalmente pressão alta, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e dores nas costas, por exemplo.

4. Consumo de álcool, cigarro e drogas

O consumo de álcool e drogas, como heroína, durante a gravidez atravessam a placenta e afetam o bebê provocando atraso no crescimento, retardo mental e mal formações no coração e na face e, por isso, é preciso fazer vários exames para verificar como o bebê está se desenvolvendo.

A fumaça do cigarro também aumenta as chances de ter aborto, podendo causar efeitos no bebê e na grávida, como fadiga muscular, falta de açúcar no sangue, perda de memória, dificuldade respiratória e síndrome de abstinência.

5. Uso de remédios perigosos durante a gravidez

Alguns medicamentos como incluem fenitoína, triantereno, trimetoprim, lítio, estreptomicina, as tetraciclinas e a varfarina, morfina, anfetaminas, barbitúricos, codeína e fenotiazinas, podem aumentar o risco de gravidez de risco devido aos seus efeitos colaterais, além disso, alguns medicamentos conseguem passar pela placenta e chegar ao bebê, aumentando o risco de complicações no seu desenvolvimento.

6. Sistema imune fraco

O sistema imunológico mais enfraquecido também pode ser considerado um fator de aumenta a chance de gravidez de risco, isso porque há maior probabilidade da mulher adquirir infecções que podem ser passadas para o bebê caso não sejam tratadas.

7. Grávida com baixo peso ou obesidade

Gestantes muito magras, com IMC abaixo de 18,5 kg/ m2, podem ter um parto prematuro, aborto e atraso de crescimento do bebê porque a grávida oferece poucos nutrientes ao bebê, limitando seu crescimento, o que o pode levar a ficar doente facilmente e a desenvolver doenças cardíacas. Além disso, mulheres com peso excessivo, principalmente quando IMC maior que 35 kg/ m2, apresentaram mais risco de ter complicações e também podem afetar o bebê que pode desenvolver obesidade e diabetes.

Cuidados durante a gravidez de risco

Durante a gravidez de risco é importante que a mulher tenha alguns cuidados para evitar complicações para a mulher e para o bebê, como por exemplo:

  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em frutas, vegetais, cereais integrais, peixe, carnes brancas, como frango e peru, e sementes, como gergelim ou sementes de girassol;
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, já que pode aumentar o risco de malformações no bebê, parto prematuro e aborto espontâneo;
  • Repousar, de acordo com as orientações do obstetra;
  • Controlar o peso, pois o excesso de peso pode aumentar o risco de complicações, como hipertensão, diabetes gestacional e malformações no bebê;
  • Não fumar e evitar ambientes com fumaça, pois pode aumentar o risco de aborto, parto prematuro e malformações no bebê, além de aumentar o risco de complicações, como trombose.

É fundamental também que sejam feitas consultas regulares com o obstetra para que possa ser feito o acompanhamento adequado da gestação e, assim, seja possível identificar precocemente algumas alterações e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível, de forma a manter a saúde da mãe e do bebê.