Glioma: o que é, graus, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2022

Os gliomas são tumores cerebrais em que há o envolvimento das células da glia, que são células que constituem o Sistema Nervoso Central (SNC) e são responsáveis pelo suporte os neurônios e bom funcionamento do sistema nervoso. Esse tipo de tumor tem causa genética, porém raramente é hereditário. No entanto, caso exista casos na família de glioma, é recomendado que seja feito o aconselhamento genético com o objetivo de verificar a presença de mutações relacionadas com essa doença.

Os gliomas podem ser classificados de acordo com a sua localização, células envolvidas, taxa de crescimento e agressividade e, de acordo com esses fatores, o clínico geral e o neurologista podem determinar o tratamento mais adequado para o caso, que normalmente é através de cirurgia seguida de quimio e radioterapia.

Imagem ilustrativa número 2

Principais sintomas

Os sinais e sintomas de glioma geralmente só são identificados quando o tumor está comprimindo algum nervo ou medula espinhal, além de também poderem variar de acordo com o tamanho, formato e taxa de crescimento do glioma, sendo os principais:

  • Dor de cabeça;
  • Convulsões;
  • Náusea ou vômito;
  • Dificuldade para manter o equilíbrio;
  • Confusão mental;
  • Perda de memória:
  • Alterações do comportamento;
  • Fraqueza de um lado do corpo;
  • Dificuldade para falar.

A partir da avaliação desses sintomas, o clínico geral ou o neurologista pode indicar a realização de exames de imagem para que possa ser feito o diagnóstico, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, por exemplo. A partir dos resultados obtidos, o médico pode identificar a localização do tumor e seu tamanho, podendo definir o grau do glioma e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Possíveis causas

As causas do glioma não são totalmente esclarecidas, no entanto acredita-se que possa surgir devido a alterações genéticas que podem favorecer o crescimento e proliferação anormal das células do sistema nervoso. Além disso, pessoas que são expostas mais frequentemente à radiação ionizante ou que são portadoras  da síndrome de Li-Fraumeni, esclerose tuberosa ou síndrome de Turcot, por exemplo, apresentam maior risco de desenvolver um glioma.

De acordo com o tipo de célula que é afetado e que causa o desenvolvimento do tumor cerebral, o glioma pode ser classificado em: 

  • Astrocitomas, que têm origem nos astrócitos, que são as células da glia responsáveis pela sinalização celular, nutrição dos neurônios e controle homeostático do sistema neuronal;
  • Epidendiomas, que têm origem nas células ependimárias, que são responsáveis por revestir as cavidades encontradas no cérebro e permitir a movimentação do líquido cefalorraquidiano, o LCR;
  • Oligodendrogliomas, que têm origem nos oligodendrócitos, que são células responsáveis pela formação da bainha de mielina, que é o tecido que reveste as células nervosas.

Como os astrócitos estão presentes em maior quantidade no sistema nervoso, a ocorrência de astrocitomas é mais frequente, sendo o glioblastoma ou astrocitoma grau IV o mais grave e comum, que pode ser caracterizado pela alta taxa de crescimento e capacidade infiltrativa, resultando em diversos sintomas que podem colocar a vida da pessoa em risco. Entenda o que é o glioblastoma.

Graus do glioma

De acordo com o grau de agressividade, o glioma pode ser classificado em:

  • Grau I, que é mais comum de acontecer nas crianças, apesar de raros, e podem ser facilmente solucionados através de cirurgia, já que possui crescimento lento e não possui capacidade infiltrativa;
  • Grau II, que também apresenta crescimento lento mas já consegue infiltrar o tecido cerebral e, caso não seja feito o diagnóstico no estágio inicial da doença, pode transforma-se em grau III ou IV, o que pode colocar a vida da pessoa em risco. Nesse caso é recomendada, além da cirurgia, a realização de quimioterapia;
  • Grau III, que é caracterizado por crescimento rápido e pode ser facilmente espalhado pelo cérebro;
  • Grau IV, que é o mais agressivo, já que além da alta taxa de replicação espalha-se rapidamente, colocando a vida da pessoa em risco.

Além disso, os gliomas podem ser classificados como sendo de baixa taxa de crescimento, como é o caso do glioma de grau I e II, e de alta taxa de crescimento, como é o caso dos gliomas de grau III e IV, sendo esses mais graves devido ao fato das células tumorais conseguirem replicar rapidamente e infiltrar outros locais do tecido cerebral, comprometendo ainda mais a vida da pessoa.

Como é feito o tratamento

O tratamento do glioma é feito de acordo com as características do tumor, grau, tipo, idade e sinais e sintomas apresentados pela pessoa. O tratamento mais comum para o glioma é a cirurgia, que tem como objetivo a remoção do tumor, sendo preciso realizar a abertura do crânio para que o neurocirurgião consiga ter acesso à massa cerebral, tornando o procedimento mais delicado. Essa cirurgia é normalmente acompanhada por imagens fornecidas pela ressonância magnética e tomografia computadorizada para que o médico consiga identificar a localização exata do tumor a ser removido.

Após a remoção cirúrgica do glioma, a pessoa é normalmente submetida à quimio ou radioterapia, principalmente quando trata-se de gliomas de grau II, III e IV, já que são infiltrativos, podendo ser espalhados facilmente para outros locais do cérebro, piorando o quadro. Dessa forma, com a realização de quimio e radioterapia, é possível que sejam eliminadas as células tumorais que não foram removidas por meio da cirurgia, evitando a proliferação dessas células e retorno da doença.