Esquizofrenia: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Atualizado em março 2024

A esquizofrenia é um conjunto de transtornos psiquiátricos graves e incapacitantes que caracterizado por alterações no pensamento, emoções e comportamento, que pode ser causado por fatores genéticos, ambientais e alteração em neurotransmissores. Geralmente, a esquizofrenia se manifesta entre o final da adolescência e início da vida adulta em homens e mulheres.

Os sintomas de esquizofrenia podem variar de pessoa para pessoa, não havendo um sintoma específico desse transtorno, no entanto é possível que existam alucinações, delírios, fala desordenada e alteração no comportamento. Por isso, é recomendado que o psiquiatra seja consultado assim que forem notados sintomas.

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O tratamento desse transtorno é focado em combater os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa e, para isso, o psiquiatra pode recomendar medicamentos antipsicóticos, como Risperidona, Quetiapina ou Clozapina, por exemplo, além de psicoterapia e técnicas comportamentais como forma de ajudar a reabilitar a pessoas e promover a sua integração na sociedade.

Imagem ilustrativa número 3

Sintomas de esquizofrenia

Os sintomas de esquizofrenia variam de acordo com o tipo de esquizofrenia e de pessoa para pessoa, não havendo um sintoma específico para esse transtorno. Os principais sintomas são:

  • Delírios, que surgem quando a pessoa acredita vivamente em algo que não é real, como que está sendo perseguida, traída ou que tem super-poderes, por exemplo. Entenda melhor o que é delírio, os tipos e quais as causas;
  • Alucinações, são percepções vívidas e claras de coisas que não existem, como ouvir vozes ou ter visões;
  • Pensamento desorganizado, em que a pessoa fala coisas desconexas e sem sentido;
  • Anormalidades na forma de se movimentar, com movimentos descoordenados e involuntários, além do catatonismo, caracterizado pela falta de movimentação, presença de movimentos repetidos, olhar fixo, caretas, eco da fala ou ficar mudo, por exemplo;
  • Alterações do comportamento, podendo haver surtos psicóticos, agressividade, agitação e risco de suicídio;
  • Sintomas negativos, como perda da vontade ou iniciativa, falta de expressão emocional, isolamento social, falta de autocuidado;
  • Falta de atenção e concentração;
  • Alterações na memória e dificuldades no aprendizado.

A esquizofrenia pode surgir de forma súbita, em dias, ou de forma gradual, com alterações que surgem aos poucos durante meses a anos. Geralmente, os sintomas iniciais são percebidos por familiares ou amigos mais próximos, que notam que a pessoa está mais desconfiada, confusa, desorganizada ou afastada.

Possíveis causas

A causa exata do que provoca a esquizofrenia ainda é desconhecida, no entanto, sabe-se que fatores genéticos e ambientais podem levar ao desenvolvimento dos sintomas. Uma pessoa com um familiar diagnosticado com esquizofrenia tem um risco 10 vezes maior de também desenvolver a doença.

Alguns fatores que podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença são idade mais avançada dos pais, episódios de convulsão na infância, pancadas fortes na cabeça, infecções durante a gravidez, complicações durante o parto e uso de substâncias, como a Cannabis por exemplo. Além disso, é proposta a teoria das alterações no funcionamento de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, para explicar o desenvolvimento desse transtorno psiquiátrico.

Tipos de esquizofrenia

Classicamente a esquizofrenia pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com os principais sintomas que a pessoa apresenta. No entanto, segundo a DSM V, que faz a classificação de vários transtornos mentais, já não se considera a existência de vários subtipos, uma vez que acordo com vários estudos não se observam diferenças na evolução e no tratamento de cada subtipo.

Assim, os principais tipos de esquizofrenia são:

1. Esquizofrenia paranoide

É o tipo mais comum, em que predominam os delírios e alucinações, principalmente o ouvir vozes, sendo também comum alterações do comportamento, como agitação, inquietação. Saiba mais sobre a esquizofrenia paranoide.

2. Esquizofrenia catatônica

É caracterizada pela presença do catatonismo, em que a pessoa não reage de forma correta ao ambiente, havendo movimentos lentos ou paralisia do corpo, em que se pode permanecer na mesma posição por horas a dias, fala lentificada ou não falar, repetição de palavras ou frases que alguém acabou de dizer, como também a repetição de movimentos bizarros, realização de caretas ou olhar fixo.

É um tipo menos comum de esquizofrenia, e de tratamento mais difícil, havendo risco de complicações como desnutrição ou autoagressão, por exemplo.

3. Esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada

Predomina o pensamento desorganizado, com falas sem sentido e fora do contexto, além de ser comum a presença de sintomas negativos, como desinteresse, isolamento social e perda da capacidade de realizar atividades do dia-a-dia.

4. Esquizofrenia indiferenciada

Surge quando há sintomas de esquizofrenia, no entanto estes não encaixam nos outros tipos e, por isso, a pessoa não se encaixa nos tipos de esquizofrenia citados.

5. Esquizofrenia residual

É uma forma crônica da doenças. Acontece quando os critérios para esquizofrenia ocorreram no passado, mas não estão ativos atualmente, entretanto, ainda persistem sintomas negativos como lentificação, isolamento social, falta de iniciativa ou afeição, expressão facial diminuída ou falta de autocuidado, por exemplo.

Diagnóstico da esquizofrenia

Não existe exame laboratorial ou de imagem capaz de diagnosticar a esquizofrenia. Por isso, para confirmar a esquizofrenia, o psiquiatra irá avaliar o conjunto de sinais e sintomas apresentados pela pessoa e, se necessário, solicitar exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio para afastar outras doenças que podem provocar sintomas psiquiátricos, como tumor cerebral ou demência, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento da esquizofrenia é orientado pelo psiquiatra, com medicamentos antipsicóticos, como Risperidona, Quetiapina, Olanzapina ou Clozapina, por exemplo, que ajudam a controlar principalmente os sintomas positivos, como alucinações, delírios ou alterações do comportamento.

Outros medicamentos do tipo ansiolíticos, como Diazepam, ou estabilizadores do humor, como Carbamazepina, podem ser usados para aliviar os sintomas em caso de agitação ou ansiedade, além de antidepressivos, como Sertralina, pode ser indicada no caso de depressão.

Além disso, é necessária a realização de psicoterapia e terapia ocupacional, como forma de contribuir para uma melhor reabilitação e reintegração do paciente ao convívio social. A orientação à família e o acompanhamento por equipes de apoio social e comunitárias também são medidas importantes para melhorar a eficácia do tratamento.